| Mês: abril de 2019

Aulas começaram em 2017, com foco em Planejamento, Regulação e Benchmarking aplicados ao Saneamento; últimos TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso) estão sendo apresentados neste mês de maio de 2019; seis colaboradoras da Agência concluíram o curso

Uma parceria da Agência das Bacias PCJ com a USP (Universidade de São Paulo) – Campus de São Carlos foi responsável pela formação de 32 profissionais no curso de especialização “Planejamento & Regulação & Benchmarking aplicados ao saneamento”. Os quatro últimos TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso) serão apresentados neste mês de maio. A Agência das Bacias PCJ contou com a participação de seis colaboradoras que encararam e concluíram o desafio com êxito: Aline Santi, Karla Romão, Marina Barbosa, Patrícia Barufaldi, Sheron Silva e Vanessa Longato. (veja entrevista com elas abaixo).

As aulas tiveram início em 2017, a partir de uma iniciativa da Câmara Técnica de Integração e Difusão de Pesquisas e Tecnologias (CT-ID) dos Comitês PCJ junto à Agência das Bacias PCJ e à Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). O curso foi coordenado pelo professor Tadeu Malheiros e um dos objetivos principais foi o de desenvolver competências e habilidades necessárias para gestão do saneamento relacionado aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

Além das colaboradoras da Agência das Bacias PCJ, participaram também profissionais de instituições operadoras de saneamento e membros dos Comitês PCJ. Na avaliação do presidente da Agência, Sergio Razera, a aplicação do curso e seus resultados foram um sucesso. Razera destacou a importância da iniciativa para as Bacias PCJ.

“No curso há duas visões muito importantes do desdobramento disso para o futuro das Bacias PCJ. Uma delas é capacitar as pessoas que participam das câmaras técnicas para atuarem nas discussões dos Comitês e das câmaras técnicas. Isso já um grande ganho, porque você está profissionalizando, trazendo mais conhecimento técnico para essas discussões. Em especial, esse projeto vai se desdobrar depois numa atuação mais específica no combate às perdas de água no abastecimento na região das Bacias PCJ, porque vamos organizar melhor a política que os Comitês PCJ tem nesta área. Hoje, a gente praticamente atua junto aos municípios para apagar incêndio, para resolver problemas que estão acontecendo. O planejamento disso – o Plano Diretor de Combate às Perdas, o software que podem ajudar os municípios a planejar melhor essa questão-, isso tudo virá agora na continuidade desse projeto e dos trabalhos da Câmara Técnica de Saneamento dos Comitês PCJ e do GT-Águas”, explicou Razera.

O diretor administrativo e financeiro da Agência das Bacias PCJ, Ivens de Oliveira, também elogiou a iniciativa e destacou seus benefícios. “A avaliação nossa sobre o curso foi muito positiva. Nós tivemos trabalhos muito práticos, com diferentes temáticas que poderão ser aproveitadas para discussão dentro dos Comitês PCJ. Tivemos, por exemplo, trabalhos que fizeram avaliação do quanto os principais usuários do setor de saneamento pagaram e o quanto eles conseguiram captar de recursos ao longo de todo o tempo, fazendo uma avaliação sobre o critério de distribuição de recursos das cobranças para o setor de saneamento. Nós tivemos trabalhos também que abordaram internamente os indicadores e o processo de trabalho do setor de cobrança da Agência das Bacias PCJ. Tivemos trabalhos que avaliaram a política municipal de recursos hídricos… Enfim, tivemos trabalhos que poderão auxiliar a gestão dos recursos hídricos. Acima de tudo, dada essa característica do benchmarking, avaliar quais são as melhores experiências e práticas de gestão a serem utilizadas pelas empresas de saneamento. Foi uma parceria muito importante, com uma instituição de renome, e que vem a valorizar, cada vez mais, todo o programa de capacitação que os Comitês PCJ têm promovido a seus membros. Torna-se, em mais um momento, uma referência e o pioneirismo dos Comitês PCJ na gestão dos recursos hídricos”, declarou Oliveira.

O professor Tadeu Malheiros citou vários aspectos positivos da iniciativa. Um deles foi integração dos alunos, que formaram uma rede de apoio e troca de experiência entre eles. “Tem várias instituições e o fato de estarem nesta rede facilitou bastante e aproximou essas pessoas. Isso foi um fator muito positivo para o próprio funcionamento posterior da Agência das Bacias PCJ e dos Comitês PCJ como um todo”, justificou.

Outro aspecto positivo, segundo Malheiros, foi o engajamento dos alunos ao longo das disciplinas. “Houve um amadurecimento muito grande entre o início do curso onde cada um tinha sua experiência, mas focada na sua área de atuação. Ao terminar o curso, a gente percebe que abre os horizontes e cada aluno começa a entender de outras áreas, principalmente pelos conteúdos abordados no curso, que eram de áreas diferentes. Essas áreas vão somando e fortalecem a ele um novo olhar. Isso será superimportante para a atividade profissional dele, dentro das demandas atuais que um comitê de bacias e as instituições associadas a ele precisam. São pessoas atualizadas, que enxergam o contexto geral e se enxergam enquanto coletivo. Esse foi, talvez, um dos principais ganhos que a gente observa entre o começo e o final, nesse amadurecimento temático, transversal e interdisciplinar que o curso possibilitou a eles”, observou o professor.

Tadeu Malheiros ainda informou que o curso trouxe experiências de fora das Bacias, algumas internacionais, e que alguns temas abordados estão sendo aplicados pelos alunos em suas instituições. Segundo ele, há trabalhos de muito boa qualidade, que estão se debruçando sobre temas reais das Bacias PCJ. “A maioria traz contribuições muito significativas”, ressaltou.

LIVRO DOS TCCs

O professor Tadeu Malheiros também adiantou que será elaborado um livro com os trabalhos de conclusão de curso. “Cada aluno escreverá um capítulo com os resultados, ‘enxugando’ seus TCCs. Isso significa transformá-los em uma linguagem em que essa experiência do curso possa ser divulgada, para as Bacias PCJ e outras bacias”, explicou.

De acordo com o professor, os temas de forma geral abordaram a questão da água e a interface da água com energia, resíduos sólidos, população, entre outros. “A gente teve várias interfaces. A água segue sendo a espinha dorsal de todos os trabalhos, mas eles dialogam com todas as outras áreas, olhando aspectos técnicos, econômico financeiros, e obviamente os impactos sociais, associados a essas inovações e intervenções, inclusive, tecnológicas associadas à água”, finalizou.

ENTREVISTA

Confira aqui a entrevista com as seis colaboradoras da Agência das Bacias PCJ que concluíram o curso: a analista de políticas públicas da Coordenação de Sistema de Informações, Aline Santi; a analista técnica da Coordenação de Projetos, Karla Romão; a assessora ambiental, Marina Barbosa; a diretora técnica, Patrícia Barufaldi; a analista administrativa da Coordenação Financeira, Sheron Silva; e a coordenadora de Apoio ao Sistema de Gestão dos Recursos Hídricos, Vanessa Longato.

1) Qual foi o título do seu TCC?

Aline Santi: “Análise Multicritério aplicada à priorização de práticas de controle de perdas de água em sistemas de distribuição”.

Karla Romão: “A eficiência da aplicação dos recursos da cobrança pelo uso da água nos municípios das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Marina Barbosa: “A infraestrutura natural como elemento complementar à gestão do saneamento ambiental nas Bacias PCJ”

Patrícia Barufaldi: “Políticas municipais de gestão de recursos hídricos dos municípios das Bacias PCJ – histórico e aprendizado nas Bacias PCJ”

Sheron Silva: “Análise e sugestão de melhoria dos indicadores de processo da coordenação financeira e de cobrança da Agência das Bacias PCJ”.

Vanessa Longato: “Modelo operacional das Bacias PCJ para contratação de cursos de pós-graduação lato sensu, para capacitação de membros de comitês de bacias hidrográficas”

2) Qual a avaliação sua sobre o curso?

Aline Santi: O curso contou com a participação de especialistas que atuam nas diversas dimensões do setor de saneamento, tanto em âmbito nacional como internacional. Muito além de aulas expositivas, os encontros foram uma intensa troca de experiências e aprendizado contínuo, tanto entres docentes e discente como entre os próprios discentes matriculados no curso. A participação de especialistas internacionais foi, na minha visão, valiosíssimo, pois nos trouxe um panorama de metodologias e caminhos para a gestão do saneamento que foram bem-sucedidas e que podem inspirar as operadoras de saneamento do Brasil sobre como avançar na melhoria e principalmente na universalização do saneamento no Brasil.

Karla Romão: O curso foi estruturado em cinco módulos que contemplam temas muito relevantes para formação dos profissionais que atuam no setor de saneamento: planejamento urbano, regulação do setor e técnicas de benchmarking, contando com professores altamente qualificados e com conhecimento amplo sobre o conteúdo ministrado. As aulas ministradas, as visitas técnicas, os projetos desenvolvidos e o networking realizado durante o curso foram extremamente relevantes para a minha carreira e os conhecimentos obtidos já estão contribuindo na minha atuação profissional.

Marina Barbosa: O curso foi muito bem planejado no que tange a estrutura curricular e professores e consultores convidados. As disciplinas ministradas e as aulas práticas propostas proporcionaram aprendizado suficiente à atuação do especialista, sobre a temática saneamento e sobre o conceito de Benchmarking, que motivou a configuração do novo curso.

Patrícia Barufaldi: Devido a metodologia do benchmarking ser um tema bastante novo e associado ao planejamento e saneamento, foi muito interessante o aprendizado. Valeu para a vida.

Sheron Silva: O curso é bem abrangente. Uma pessoa formada em qualquer área (não somente engenharia) consegue acompanhar e tirar um bom proveito das aulas e exercícios.

Vanessa Longato: O curso assumiu a função de educação continuada, com aperfeiçoamento da competência teórico-prática. Valorizou o que há de demanda na área de saneamento, mostrando soluções e casos, trazendo experts para ministrarem o curso.

3) Como o curso se encaixa na sua rotina de trabalho?

Aline Santi: Atualmente, atuo diretamente com questões inerentes ao Plano das Bacias PCJ, onde o saneamento é uma das principais vertentes para o planejamento de ações, visando a manutenção da qualidade dos corpos d’água da região. Neste sentido, o conhecimento adquirido no curso sem dúvidas ampliou, além da visão técnica envolvida na operação dos sistemas de saneamento, aspectos de planejamento com a indicação de caminhos que podemos seguir e que podem compor o Plano de ações do PBH em prol da manutenção dos recursos hídricos da região.

Karla Romão: O curso foi extremamente relevante no sentido de complementar e consolidar os conhecimentos obtidos em minha rotina de trabalho e durante minha graduação em Gestão Ambiental. O módulo “Fundamentos do Saneamento” forneceu subsídios para compreender melhor a implantação e operação de vários empreendimentos que são financiados com recursos das Cobranças PCJ, que lido diariamente, principalmente na área de tratamento de esgotos e controle de perdas hídricas, além de outros temas relevantes para minha rotina, como direito sanitário, abastecimento público e águas subterrâneas. Os módulos de planejamento, benchmarking e regulação também foram essenciais para a compreensão do contexto e a dinâmica do setor de saneamento.

Marina Barbosa: No que se refere à atuação na Assessoria Ambiental, o curso contribuiu com informações relacionadas ao ordenamento territorial, manejo de mananciais, áreas sujeitas a restrição de uso, saneamento rural e gestão da água enquanto componente do saneamento.

Patrícia Barufaldi: Como uma nova forma e metodologia de se avaliar o planejamento das ações.

Sheron Silva: Acredito que o curso trouxe uma visão de um ambiente bem diferente ao meu dia a dia. Porém, me proporcionou aprender e entender um pouco mais sobre o funcionamento de usuários aos quais tenho contato, como os serviços de água e esgoto. Esse aprendizado pôde enriquecer meus conhecimentos do ambiente desses usuários. Por outro lado, como trabalhei no meu TCC um tema voltado à análise e gestão dos indicadores da Cobrança na Agência das Bacias PCJ, foi possível ter uma visão macro desses indicadores e proporcionar melhorias aos mesmos, que poderão ser diretamente aplicadas à minha rotina de trabalho.

Vanessa Longato: Na maneira como eu raciocino, como eu ordeno os problemas, como eu faço o diagnóstico, planejamento e depois a ação.

4) Qual foi seu aprendizado nestes dois anos?

Aline Santi: Em linhas gerais, posso dizer que o aprendizado foi multidisciplinar, perpassando desde aspectos técnicos da operação dos sistemas saneamento até as vertentes da gestão, que englobam além das abordagens ambientais e econômicas o aspecto social envolvido ao saneamento. A troca de experiência vivenciada no curso, tanto com os docentes como com os colegas de curso foi além de um aprendizado profissional, um crescimento pessoal.

Karla Romão: Além de propiciar o conhecimento técnico essencial para a minha atuação profissional, o curso também proporcionou a interação com professores altamente capacitados, que dominavam o estado da arte dos conteúdos ministrados e possuíam ampla experiência na área. Além disso, a interação com os demais alunos foi muito rica e engrandecedora, proporcionando troca de experiências e amizades que levarei para o resto da vida. A realização do trabalho de conclusão de curso foi um desafio que proporcionou crescimento profissional e pessoal, muito relevante para a minha carreira. Em resumo, a experiência foi extremamente positiva e enriquecedora.

Marina Barbosa: O período de estudos me proporcionou novos conhecimentos, principalmente em relação à hidráulica, regulação, Benchmarking e legislação do saneamento. Adicionalmente, a troca de experiências com os colegas de diversas instituições e diferentes áreas de atuação foi essencial a formação de especialista. A oportunidade de aplicação dos conhecimentos previamente adquiridos no âmbito do saneamento, a exemplo do TCC desenvolvido que relaciona infraestrutura natural e saneamento.

Patrícia Barufaldi: Benchmarking é uma metodologia que serve para você comparar um tipo de ação, atividade, sistema, enfim, entre usuários comuns, conseguindo identificar aspectos positivos e negativos de quem executa que o torna diferente em determinados aspectos. E, com isso, ganha-se no aprendizado para futuras correções de rotinas e planejamento.

Sheron Silva: Aprendi que existem muitas ações e soluções ocorrendo pelo Brasil e pelo mundo quando o tema é saneamento. Porém, ainda é necessário aprimorar os conhecimentos e aprender a investir os recursos de forma a termos um serviço e uma água de boa qualidade.

Vanessa Longato: O aprimoramento dentro da nossa área de atuação, com a noção da pesquisa e qualificação não só provendo novos conhecimentos, mas também desenvolvendo diferentes habilidades.

Deliberações foram tomadas nesta quinta-feira, dia 25, durante Reunião Plenária da entidade em Campinas

Por unanimidade, os membros dos Comitês PCJ aprovaram alterações em seu estatuto e convocaram novas eleições. As deliberações foram votadas na 18ª Reunião Extraordinária dos Comitês PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), realizada nesta quinta-feira (25/04/2019), no Grenasa (Grêmio Recreativo e Esportivo dos Funcionários da Sanasa), em Campinas.

O evento contou com a participação de cerca de 120 pessoas, representantes de 30 municípios, entre eles, o prefeito de Piracicaba e presidente dos CBH-PCJ e PCJ FEDERAL, Barjas Negri; prefeitos de Nova Odessa, Benjamim Bill Vieira de Souza(presidente do Consórcio PCJ); de Saltinho, Carlos Alberto Lisi; de Itirapina, José Maria Cândido; de Rio das Pedras, Carlos Defavari; de Louveira, Nicolau Finamore Júnior; e de Tietê, Vlamir de Jesus Sandei, além do secretário do Verde e do Desenvolvimento Sustentável de Campinas, Rogério Menezes.

A primeira deliberação promoveu alterações no estatuto do CBH-PCJ (comitê paulista) visando adequação na proporção e no número de representantes em seu plenário. A segunda deliberação aprovou novo calendário e edital com procedimentos eleitorais e constitui Comissão Eleitoral para a retomada das eleições dos Comitês PCJ (CBH-PCJ e PCJ FEDERAL), para o mandato 2019-2021.

“A reunião plenária foi extremamente importante porque ratificou a integração dos três comitês, ajustando a composição do comitê paulista à composição do comitê federal, que já era bastante semelhante à do comitê mineiro. Isso faz com que os três comitês tenham praticamente as mesmas composições, em termos de segmentos representativos, aumentando o grau de integração da participação dos três comitês na gestão dos recursos hídricos desta região”, ressaltou o secretário-executivo do CBH-PCJ e PCJ-Federal, Luiz Roberto Moretti.

Com a aprovação das novas eleições, o prazo para as inscrições de interessados em participar do pleito terá início em maio. Terão direito a voto os representantes de órgãos da União e de governos estaduais e municipais, e dos segmentos das organizações civis e dos usuários de recursos hídricos.

O processo eleitoral deverá ser concluído com a realização de outra reunião plenária no dia 28 de junho, quando os representantes eleitos tomarão posse e serão definidos os ocupantes dos cargos de presidentes, vice-presidentes e secretários-executivos do CBH-PCJ e PCJ FEDERAL e de secretário-executivo adjunto do CBH-PCJ, entre outras questões.

ENTENDA AS MUDANÇAS NO ESTATUTO

O Plenário do CBH-PCJ (parcela paulista dos Comitês PCJ) era composto por 51 membros. Eram 17 membros do segmento Estado, 17 membros do segmento Municípios, e 17 membros do segmento Sociedade civil, dos quais 9 eram representantes de organizações civis e 8 eram representantes de entidades associativas de usuários de recursos hídricos.

Assim, cada segmento dispunha de 17 vagas, ou seja, 1/3 do total de vagas, perfazendo a paridade prevista na Lei Estadual nº 7.663/1991 (SP), que estabelece a Política Estadual de Recursos Hídricos paulista.

Com a aprovação da alteração estatutária pelos Plenários dos Comitês PCJ neste 25 de abril de 2019, o Plenário do CBH-PCJ ganhou um novo formato, passando a contar com 33 vagas, das quais 16 são destinadas ao poder público e 17 são destinadas à sociedade civil. A Deliberação dos Comitês PCJ nº 316/2019 estabeleceu a seguinte composição para o CBH-PCJ:

  • 8 membros do segmento Estado
  • 8 membros do segmento Municípios
  • 17 membros do segmento Sociedade civil, dos quais 9 são representantes de organizações civis e 8 são representantes de entidades associativas de usuários de recursos hídricos.

Assim, o CBH-PCJ passou a integrar os Comitês PCJ de forma diferenciada, com todos os seus membros, à exceção de quatro representantes do segmento Estado, compondo igualmente o Plenário do PCJ FEDERAL.

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA: Assessoria de Comunicação da Agência das Bacias PCJ
e-mail: comunicapcj@agencia.baciaspcj.org.br telefone: (19) 3437-2102

SOBRE OS COMITÊS PCJ

Os três colegiados que formam os Comitês PCJ – o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH-PCJ), o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ FEDERAL) e o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba-Jaguari (CBH-PJ1) — são as instâncias máximas para a tomada de decisões sobre a gestão de recursos hídricos nas Bacias PCJ, com diretorias integradas. Entre outras funções, a Agência das Bacias PCJ atua como braço-executivo dos Comitês PCJ e foi criada em novembro de 2019.

O comitê paulista (CBH-PCJ) possui 25 anos de instalação. Em março, o comitê federal completou 16 anos e o mineiro (CBH-PJ1), 11 anos. Os Comitês PCJ abrangem 76 municípios (71 paulistas e cinco mineiros) e são compostos por representantes dos Governos Federal, dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais, dos municípios, usuários dos recursos hídricos e da sociedade civil.

Sua gestão é descentralizada e participativa, e busca a convergência das decisões desses colegiados como forma de garantir o desenvolvimento e a continuidade da gestão dos recursos hídricos nas Bacias PCJ. A região das Bacias PCJ é formada por cerca de 5,7 milhões de habitantes e responde por cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e 14% do PIB do estado de São Paulo.

Deliberações serão tomadas durante Reunião Plenária da entidade na próxima quinta-feira, dia 25, no Grenasa, em Sousas (Campinas)

Alterações no estatuto e a convocação de novas eleições estão entre os principais assuntos da 18ª Reunião Extraordinária dos Comitês PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), que acontecerá nesta quinta-feira, dia 25 de abril, em Campinas. A Plenária dos Comitês PCJ será no Grenasa (Grêmio Recreativo e Esportivo dos Funcionários da Sanasa), no distrito de Sousas, em Campinas, a partir das 9h30. A pauta pode ser acessada no site dos Comitês PCJ: www.comitespcj.org.br.

Serão duas deliberações. A primeira faz alterações no estatuto do CBH-PCJ (comitê paulista) visando adequação na proporção e no número de representantes no seu plenário. A segunda deliberação aprova novo calendário e edital com procedimentos eleitorais e constitui Comissão Eleitoral para a retomada das eleições dos Comitês PCJ (CBH-PCJ e PCJ FEDERAL), para o mandato 2019-2021.

Com a aprovação das novas eleições, o prazo para as inscrições de interessados em participar do pleito terá início em maio. O processo eleitoral deverá ser concluído com a realização de outra reunião plenária no dia 28 de junho, quando os representantes eleitos tomarão posse e serão definidos os ocupantes dos cargos de presidentes, vice-presidentes e secretários-executivos do CBH-PCJ e PCJ FEDERAL e de secretário-executivo adjunto do CBH-PCJ, entre outras questões.

SOBRE OS COMITÊS PCJ

Os três colegiados que formam os Comitês PCJ – o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH-PCJ), o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ FEDERAL) e o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba-Jaguari (CBH-PJ1) — são as instâncias máximas para a tomada de decisões sobre a gestão de recursos hídricos nas Bacias PCJ, com diretorias integradas. Entre outras funções, a Agência das Bacias PCJ atua como braço-executivo dos Comitês PCJ e foi criada em novembro de 2019.

O comitê paulista (CBH-PCJ) possui 25 anos de instalação. Em março, o comitê federal completou 16 anos e o mineiro (CBH-PJ1), 11 anos. Os Comitês PCJ abrangem 76 municípios (71 paulistas e cinco mineiros) e são compostos por representantes dos Governos Federal, dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais, dos municípios, usuários dos recursos hídricos e da sociedade civil.

Sua gestão é descentralizada e participativa, e busca a convergência das decisões desses colegiados como forma de garantir o desenvolvimento e a continuidade da gestão dos recursos hídricos nas Bacias PCJ. A região das Bacias PCJ é formada por cerca de 5,7 milhões de habitantes e responde por cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e 14% do PIB do estado de São Paulo.

SERVIÇO

18ª Reunião Extraordinária dos Comitês PCJ (Plenária dos Comitês PCJ)
DATA: 25/04/2019 (quinta-feira)
HORÁRIO: a partir das 9h30
LOCAL: Grenasa (Grêmio Recreativo e Esportivo dos Funcionários da Sanasa)
ENDEREÇO: Rodovia Heitor Penteado KM 7 – ao lado do Clube Cultura – Sousas – Campinas(SP) (“como chegar”)
PAUTA E DELIBERAÇÕES DA REUNIÃO: www.comitespcj.org.br
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA: Assessoria de Comunicação da Agência das Bacias PCJ
e-mail: comunicapcj@agencia.baciaspcj.org.br telefone: (19) 3437-2102

Fotos: 17ª Reunião Extraordinária dos Comitês PCJ, realizada na Fumep (Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba), em 29 de março de 2019.

Estudo foi contratado pela Agência das Bacias PCJ com cerca de R$ 720 mil da Cobrança PCJ Federal e deverá ser concluído até o final deste ano

O Plano de Monitoramento Quali-Quantitativo das águas subterrâneas na região abrangida pelas Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí avançou neste mês de abril com a apresentação do diagnóstico hidrogeológico das Bacias PCJ. O diagnóstico faz parte da segunda etapa do contrato e foi apresentado na quinta-feira, dia 11, na Agência das Bacias PCJ, em Piracicaba, para representantes dos Comitês PCJ, colaboradores da Agência e outros técnicos.

Esta fase tem por objetivo o levantamento de informações referentes as águas subterrâneas na região das Bacias PCJ, com o mapeamento dos aquíferos presentes na região e apontamento, em escala, de sua vulnerabilidade, potencialidade, entre outros dados. O diagnóstico visa dar subsídios para o desenvolvimento do Plano de Monitoramento, que apontará pontos estratégicos para uma melhor análise de dados que formarão à série histórica quali-quantitativa das águas subterrâneas das Bacias PCJ.

A apresentação foi realizada pela Profill Engenharia e Ambiente, vencedora da licitação realizada pela Agência das Bacias PCJ. O investimento é de R$ 721.151,28, provenientes da cobrança pelo uso da água em rios de domínio da União (Cobrança PCJ Federal). O estudo foi iniciado em outubro de 2018 deve ser concluído até outubro de 2019.

“Este plano é um instrumento de suma importância para o planejamento da exploração das águas subterrâneas nas Bacias PCJ e a futura rede de monitoramento servirá de base para diversas ações e tomadas de decisão, desde subsídio de ações de controle da poluição ambiental bem como o estabelecimento de Valores de Referência de Qualidade até a criação de um banco de dados com grande histórico de modo a possibilitar um correto planejamento da exploração da água subterrânea para garantir seu universal acesso”, ressaltou a coordenadora de Projetos da Agência das Bacias PCJ, Elaine Franco de Campos.

Além da Profill e das equipes das Coordenações de Projetos e de Sistema de Informações da Agência, participaram da reunião representantes das Câmaras Técnicas de Monitoramento Hidrológico e de Águas Subterrâneas dos Comitês PCJ (CT-MH e CT-AS), técnicos do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), da Sala de Situação PCJ, Cetesb(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), e da empresa Novaes Engenharia, gerenciadora da Coordenação de Projetos.

FINALIDADE

A contratação desse plano deve-se à tendência progressiva das perfurações de poços e tem como objetivo evitar um colapso de vários sistemas de produção, o que geraria impactos permanentes ou de difícil e lenta reversão. Segundo informações da Coordenação de Projetos da Agência das Bacias PCJ, responsável pelo gerenciamento e acompanhamento do contrato, estima-se que mais de 6 mil poços, legalizados ou não, sejam usados para explorar as águas subterrâneas com produção superior a 127 milhões de m³/ano, o que representaria cerca de 16% do potencial hídrico subterrâneo total das Bacias PCJ.

O uso desordenado vem levando a uma série de conflitos como rebaixamento significativo dos níveis d’água, supressão ou redução de vazões de nascentes, diminuição das vazões de poços tubulares, abatimentos de terrenos e alteração da qualidade da água.

O plano de monitoramento deverá contemplar a elaboração da arquitetura (o desenho) e do plano de implantação da rede de monitoramento. A arquitetura da rede de monitoramento envolve as seguintes atividades: a seleção dos pontos de monitoramento, relações hidráulicas a serem monitoradas, parâmetros e frequência de monitoramento. Já o plano de implantação da rede de monitoramento envolve a estimativa de custos e o planejamento da implantação com base na hierarquização de prioridades e necessidades junto à Sala de Situação PCJ.

Outros objetivos serão a criação de uma série histórica da variação do nível d’água, a estimativa das reservas totais, permanentes e ativas, a avaliação das respostas dos aquíferos à sazonalidade climática, projeções de condições futuras de disponibilidade, avaliação da distribuição espacial da qualidade natural, identificação de contaminantes (tipo, fonte, determinação dos incidentes de contaminação) estabelecimento de Valores de Referência de Qualidade e a avaliação das tendências de concentração das substâncias monitoradas, em períodos de 10 anos.

Tese foi defendida com sucesso pela ex-colaboradora da Agência, Cláudia Maria Coleoni, e aborda o programa de Pagamentos por Serviços Ambientais de Extrema (MG)

O trabalho desenvolvido pela Agência das Bacias PCJ e pelos Comitês PCJ na área da gestão dos recursos hídricos foi uma das principais fontes de pesquisa para um mestrado em Ciência, Política e Gestão de Água na Escola de Geografia e Meio Ambiente da Universidade de Oxford, na Inglaterra. A tese, intitulada de “Serviços ambientais hídricos e gestão de bacias hidrográficas: um estudo de caso de Extrema, Brasil”, foi defendida com sucesso em setembro de 2018, pela ex-analista técnica da Agência das Bacias PCJ, Cláudia Maria Coleoni, sob orientação do professor doutor Dustin Garrick.

Nesta quarta-feira (10/04/2019), Cláudia visitou a Agência, em Piracicaba, para entregar cópias de seu mestrado, rever os ex-colegas e também participar de um estudo dirigido com a equipe da Coordenação de Sistema de Informações. Na ocasião, ela também concedeu uma entrevista à Assessoria de Comunicação.

A tese é relacionada à gestão de projetos de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) e planejamento de bacias hidrográficas. O objetivo foi avançar o entendimento de como serviços ambientais hídricos podem ser integrados à gestão de bacias hidrográficas. Em sua tese, Cláudia Coleoni avaliou a efetividade de projetos de PSA na conservação de mananciais, especificamente o potencial de integrar PSA à gestão das Bacias PCJ, tendo o município de Extrema (MG) como estudo de caso.

Confira abaixo a entrevista em que Cláudia fala sobre a dissertação de mestrado, sua vida acadêmica e sobre a importância da Agência das Bacias PCJ em sua trajetória profissional.

A dissertação pode ser acessada na íntegra através deste link:
https://www.researchgate.net/publication/332329733_Water-related_ecosystem_services_and_river_basin_management_a_case_study_of_Extrema_Brazil

Pergunta: Como você começou essa jornada até a oportunidade de fazer o mestrado na Universidade de Oxford?

Claudia Coleoni: A Agência das Bacias PCJ foi o ponto de partida para mim. Em termos de gestão de recursos hídricos foi o ponta pé inicial. Especialmente porque eu comecei com a Coordenação de Projetos. Eu tinha acesso a informações de projetos de saneamento, de pagamentos por serviços ambientais… Aí comecei a entender a dinâmica da gestão de bacias hidrográficas, especialmente porque o PCJ é uma bacia interestadual, portanto de domínio federal.

Com base nisso, ao passar do tempo, eu também fui criando um interesse em temas correlatos, por exemplo mudanças climáticas, que gerou um projeto depois, a Ação Eco Cuencas, pela Comissão Europeia, e aí eu mudei de coordenação e fui para a Coordenação de Sistemas de Informações, a partir da qual eu também me envolvi com o Plano de Bacias Hidrográficas. Estávamos revisando esse plano junto com o consórcio Profill-Rhama e para mim foi uma experiência incrível porque era tanto a parte técnica quanto a parte política, a parte de governança.

De certa forma, isso me trouxe um estudo de caso, que era um argumento muito forte para comentar sobre gestão de bacia hidrográfica, especialmente na Inglaterra. Aí eu decidi fazer esse mestrado em Ciência, Política e Gestão de Água na Universidade de Oxford, porque eles têm essa visão integrada de Ciência, Política e Gestão. E a América Latina é um contexto muito novo, muito diferente, principalmente para o contexto europeu. Então era um estudo de caso muito particular, que era muito interessante para a universidade e eu decidi que seria interessante então abordar de uma forma mais científica, mais acadêmica, e escrever uma dissertação de mestrado em relação ao tema da gestão de bacias, especialmente no meu caso, o pagamento por serviços ambientais.

Usei o caso de Extrema (MG) por ter 13 anos de funcionamento contínuo, para analisar a questão financeira e técnica, e como essa gestão municipal influenciava na gestão de bacia hidrográfica, ou seja, quais são as interrelações que consigo desenhar da gestão local para a gestão regional, no caso as Bacias PCJ. Essa é uma abordagem que decidi adotar na minha dissertação, vinculando a minha experiência de trabalho daqui com a experiência acadêmica lá de Oxford.

Quando você chegou em Oxford, isso já era conhecido lá?

Não tanto, porque eu acho que ainda tem uma certa carência de publicação internacional sobre a gestão brasileira como um todo. Mais recentemente, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tem publicado relatórios falando sobre governança e gestão de água e as Bacias PCJ são citadas, especialmente por conta da cobrança (pelo uso da água). A cobrança é um mecanismo pioneiro, que foi desenvolvido principalmente nas Bacias PCJ e tende a um mecanismo de funcionamento há décadas, com seleção de projetos, alocação de recursos conforme o uso da água… E, nesse sentido, causou pelo menos lá em Oxford um certo encantamento por esse assunto de ver como que, num contexto de país emergente da América Latina, você conseguir enxergar a questão econômica do uso da água.

Então, quando eu apresentava a gestão de bacia em si, eles associavam com, por exemplo, relatórios internacionais, esse da OCDE principalmente, mas eles não eram tão familiarizados com a dinâmica da tomada de decisão. Ou, seja, a figura dos Comitês PCJ, estaduais e federal. Eles também não tinham essa dimensão de que existiam essas legislações diferentes, de São Paulo e Minas Gerais, e que a todo momento você tinha que criar uma certa consistência, uma certa colaboração para tomar uma decisão conjunta e aí veio, então, a figura também da Agência das Bacias PCJ, como executora das decisões dos Comitês PCJ. E isso, obviamente, lembra um pouco da França, que é, talvez na Europa, o modelo que eles sejam mais familiarizados, mas a questão brasileira não era assim tão abordada.

Por exemplo, no meu curso de mestrado, eu era a única brasileira, a única estudante da América Latina. Existia, então, uma responsabilidade de representar a região, de mostrar quais eram as iniciativas que estavam sendo feitas.

Que bom que você estava lá…

Exato. E era assim também, comentando sobre a Ação Eco Cuencas, foi interessante porque eu tive acesso aos desafios das bacias transfronteiriças, por exemplo, Peru e Equador, caso da Colômbia e, depois, as Bacias PCJ, altamente urbanizada, que têm diversos conflitos, mas muita colaboração por conta da figura dos Comitês PCJ.

Isso permitiu com que eu dialogasse mais com realidades diversas, porque no meu curso de mestrado tinha pessoas da Índia, Bangladesh, Paquistão, Gana, Uganda, Austrália, Canadá, Estados Unidos e da Europa como um todo.

Pudemos conhecer a Bacia Hidrográfica do Rio Ebro, na Espanha, que na verdade a Confederação Hidrográfica do Ebro foi o primeiro órgão de gestão de bacias, até mesmo antecedeu a França. Eles têm um certo histórico de como a gente pode fazer gestão de uso por agricultura, por indústria, doméstico, recreação. Foi bem interessante vivenciar essas realidades diferentes, mas eu diria que o PCJ teve sim o papel central.

Especialmente pelo PCJ ser em nível federal, eu também tinha que ter uma ideia muito bem concebida de como a cobrança pelo uso da água em nível federal era realizada, como a ANA (Agência Nacional de Águas) organizava essa questão das agências de bacias, como era dividido dentro do estado, qual era o poder de decisão do município versus o poder de decisão de um comitê, como que eles se relacionavam. Acho que foi uma novidade para eles, foi uma troca de certa forma.

Como você apresentava Extrema para eles?

Para eles foi diferente também. Extrema tem toda questão de que é uma cidade limítrofe, entre São Paulo e Minas Gerais. Ela tem uma característica que combina um pouco dos dois universos. Ela não é inteiramente rural, mas ela tem um grande papel na indústria. E é interessante observar como Extrema é posicionada estrategicamente na cabeceira, o que justifica ainda mais projetos de conservação. Isso faz com que o Projeto Conservador das Águas, que foi o meu principal objeto de estudo, seja crucial para as Bacias PCJ como um todo. Aí a gente menciona o Sistema Cantareira, por exemplo, que é bem aquela questão de que os serviços ambientais hídricos eles não se limitam apenas a um limite municipal, eles se expandem.

Quando você adota a bacia hidrográfica como unidade de gestão, isso fica muito mais claro de se perceber, tanto em termos de qualidade, quantidade, disponibilidade de água, e qual que vai ser o papel da região de cabeceira em ajudar nesse processo de sustentabilidade do uso da água, principalmente na questão de desenvolvimento sustentável, questão de adaptação à mudança do clima. É algo que a gente vivenciou aqui. Quando eu mostrava Extrema, eu mostrava também que esse projeto de PSA, enfim, ele continuava mesmo ao longo da crise hídrica, que foi um período muito difícil para a região Sudeste. Mas naquela região, pela preservação de nascentes e tudo o mais, não se sentiu tanto os impactos como se sentiu nas áreas urbanas. Esse foi um período que se comprovou a importância de projetos como esse.

Embora esses projetos possam ser tecnicamente muito bem justificados, politicamente acredito que ainda exista um desafio muito grande de governança. De como você pode implementar esse projeto em nível de escala, como você pode colocar, por exemplo, como uma meta em nível das Bacias PCJ. Aí foi o que me trouxe de volta para a Agência para ver como que essa ponte poderia ser feita.

Você chegou a voltar ao Brasil em junho do ano passado, esteve na Agência das Bacias PCJ e fez uma visita de campo em Extrema. Como foi essa experiência?

Foi muito bom porque como eu já tinha trabalhado com Extrema quando eu estava na Coordenação de Projetos da Agência, eu tinha muita familiaridade com as áreas do projeto. Não foi a primeira vez que fui visitar. Então, eu consegui ter um olhar muito mais crítico de como as ações eram conduzidas. Desde como eles conseguiam as mudas até como eles conseguiam processar os pagamentos aos produtores rurais, o nível de aceitação dos produtores rurais em relação ao projeto Conservador das Águas. Nessa visita de campo, consegui também conversar com os principais atores, principalmente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Destaco também o apoio que o Paulinho (secretário de Meio Ambiente de Extrema, Paulo Henrique Pereira) deu para o mestrado, dando acesso às áreas, divulgando mesmo os resultados que tinham sido obtidos.

Minha ida à Extrema foi para analisar três eixos principais, que são as dimensões da minha dissertação. A primeira dimensão é a sustentabilidade: como Extrema conseguia atingir suas metas e objetivos de PSA. Para isso, eu procurei entender qual era o design do PSA, como ele tinha sido desenvolvido para prover esses serviços ambientais hídricos. Essa era a primeira questão que eu abordava lá em Extrema.

A segunda questão era a adaptabilidade no aspecto temporal-financeiro de monitoramento. Um dos principais desafios desse projeto é que você, ao implementá-los, não tem uma linha de base necessariamente. Ou seja, pontos de monitoramento nem sempre já estão instalados quando você começa um projeto de PSA. Isso dificulta um pouco para averiguar os resultados. Eu queria ver como Extrema estava se desenvolvendo nesta questão e, obviamente, a ANA teve uma parceria muito forte em relação ao monitoramento em Extrema e aí o município conseguiu atingir mais dados, mais pesquisas foram feitas. Mas, eu queria entender como isso era avaliado ao longo do tempo. Ou seja, o município tinha mesmo conhecimento dos dados ou da melhoria por conta do projeto? E se sim, financeiramente falando, ele se sustentava?

Então, o que a gente enxergou em Extrema, por exemplo, foi que teve legislação municipal que fortalecia e legitimava os recursos financeiros. Era um orçamento do município. Embora, os Comitês PCJ tivessem inicialmente colaborado a partir da cobrança pelo uso da água em nível federal, Extrema também se preparou localmente para que o projeto fosse sustentável. Teve esse aspecto.

E o terceiro foi a escala, dar o ganho de escala desse projeto, de como Extrema pensa em avançar com isso. Aí surge o projeto Conservador da Mantiqueira, mais em nível não só de bacia hidrográfica, mas em nível de bioma. Então, pensando na Mata Atlântica, por exemplo, em toda Serra da Mantiqueira, como Extrema ia dar continuidade com o Conservador das Águas. O Conservador das Águas passa a ser parte desse projeto maior da Mantiqueira e continua tendo um vínculo muito forte com a gestão de bacias hidrográficas no contexto do PCJ.

Realmente é um caso bem pioneiro, em que você consegue ver a dinâmica dessas interrelações, dos atores envolvidos tanto em nível da Secretaria de Meio Ambiente quanto em nível dos produtores rurais e em nível de tomada de decisão dos Comitês PCJ. Minha visita a Extrema foi averiguar a situação e levantar dados para eu poder fazer análise na dissertação.

E hoje, ao final desse trabalho, qual a conclusão mais imediata?

Tem outro aspecto importante que eu gostaria de ressaltar aqui mesmo, em nível da bacia hidrográfica, porque acho que o ponto principal foi que houve uma aprendizagem conjunta. As câmaras técnicas reconheceram que necessário uma união nesse sentido. Então, por exemplo, revisão do Plano de Bacias, CT-RN e CT-Rural trabalhando conjuntamente nesse processo. Acho que esse é um aspecto essencial quando você fala de governança, que você precisa colocar na mesa todos os pontos de vista, especialmente numa região como o PCJ.

O que foi interessante, então, a partir do nível de bacia hidrográfica, tendo entendido esse ‘como funciona em nível de município’, em nível das Bacias PCJ tem essa triangulação do Plano de Bacias, da Política de Conservação de Mananciais, e também do Plano Diretor Florestal.

São três documentos que, ao serem triangulados, eles proporcionam uma gestão em nível de Bacia Hidrográfica, entendendo uma realidade local. Um alimenta o outro. Teve essa necessidade a partir das Bacias PCJ de ter a sua metodologia de PSA. Isso foi interessante porque não é necessariamente um espelho do que aconteceu em Extrema, mas é um espelho das lições apreendidas de Extrema. No sentido de que você tem que criar a sua legislação local, um aparato legal que vai dar sustentabilidade para o projeto, porque se não ele acaba sendo algo finito e não uma política mais duradoura.

Isso pode ocasionar até mesmo efeitos mais negativos do que positivos, porque você precisa de manutenção, de orçamento, de capacidade de pessoal, técnica e legislativa. Nesse sentido, acho que as Bacias PCJ como um todo conseguiram avançar. É um processo em andamento. Acho que a gente não consegue ainda mensurar o resultado em nível de bacia porque essas iniciativas estão ocorrendo no momento, mas já é interessante de ver esse amadurecimento. Não é apenas eu preciso de um recurso da cobrança federal para executar um projeto de PSA. Não, vamos trabalhar com diagnóstico, vamos trabalhar com os municípios que tenham essas áreas aptas a receber esse projeto e vamos criar também essa legislação local. Para depois chegar no nível de implementação.

Nesse sentido, a Política de Mananciais PCJ é essencial também para ter esse filtro do que pode ser implementado e como pode ser melhorado. E o papel de Extrema continua a ser fundamental também, principalmente por ser pioneira nesse processo todo. Por conseguir alimentar esse processo novo de seleção de projetos, de prestar apoio. Mas, no final das contas, é o município mesmo que vai ter que fazer essa gestão.

É uma visão global, em nível regional de bacia, mas é uma implementação local. Ou seja, você precisa que os atores locais estejam preparados.

Em termos de conclusões, voltando àquelas dimensões que já falei: em termos de sustentabilidade, tanto em nível municipal como em nível de bacia hidrográfica, a construção desses projetos de PSA hídrico, especialmente, é inevitavelmente uma construção social. Você precisa terá figura do comitê de bacia para fazer essas discussões. Você não consegue tomar uma decisão sozinho. Exige uma participação, a gestão participativa para conseguir conciliar os diferentes usos da água e também um eventual limite do uso da água. Se a gente for falar de escassez hídrica por exemplo, como que a gente vai priorizar, como que o PSA pode atuar dessa forma.

O segundo aspecto, da adaptabilidade, os arranjos financeiros de médio e longo prazos são essenciais para prover os serviços ambientais hídricos. Porque, quando a gente analisa Extrema, não foi unicamente o recurso municipal, teve a participação dos Comitês PCJ, de agentes externos, até mesmo iniciativa privada, participação de ONGs. Ou seja, foi essencial ter esse planejamento financeiro, mas a continuidade você precisa pensar em médio e longo prazo. Mesmo que inicialmente você se utilize de vários recursos, essencialmente ao final você tem que estar estruturado financeiramente no seu município para dar continuidade. Isso precisa ser acompanhado pelo monitoramento efetivo, para você conseguir comprovar os resultados.

Por último, em termos de escala, a gente tem que analisar quais são os incentivos apropriados para fazer a transição dessa gestão local para gestão regional em um ponto em que as políticas em nível de bacia permitam o desenvolvimento municipal. Como se fosse um apoio, uma base para crescimento do município. Então, existe essa troca mútua, direta, mas mais uma vez: política regional com enfoque em implementação local.

Você foi para lá com uma ideia e lógico que a ampliou…

Muito, muito. Esse é um tema de interesse global e existem diversas metodologias, mas principalmente na América Latina, falando de PSA, a gente menciona muito o PSH hídrico. Quais são os benefícios? A gente sabe… qualidade e quantidade de água são essenciais, preservação do meio ambiente, preservação das nascentes. Especialmente, quando a gente fala, de novo, de montante e jusante, uma coisa muito mais em nível regional.

Acredito que as Bacias PCJ e o município de Extrema têm essa característica pioneira de ter se utilizado da gestão de bacias, da cobrança pelo uso da água para justificar investimento nessa área. Ainda há muito há ser feito. Um aspecto que poderia ser mais evidente é a participação das companhias de saneamento, porque é de interesse direto, mas ainda não faz parte da política interna da organização em si. Quando você olha historicamente os investimentos nas Bacias PCJ, ainda assim tem um foco muito mais em tratamento de água e esgoto, não necessariamente da implementação de projetos de conservação. Mas, o aspecto central de governança nas Bacias PCJ pode ensinar, e muito, especialmente para o contexto da América Latina, como um estudo de caso bem-sucedido.

Você poderia falar um pouco da vida acadêmica em Oxford, como forma de incentivar jovens que tenham interesse em estudar fora?

Sobre minha trajetória acadêmica, acho que ela começa desde antes de eu entrar na graduação, quando eu fiz um curso técnico mais voltado à área de geoprocessamento, de geomática. Na época, defini um interesse por mapeamento de informações, especialmente para a gestão de recursos naturais. Isso me levou a cursar Gestão Ambiental na Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’/Universidade de São Paulo), em Piracicaba.

Quando eu estava na Esalq, eu sempre tive essa mentalidade de que eu poderia trabalhar no meio acadêmico, de que eu poderia produzir uma pesquisa. Então, desde o início, eu procurei me envolver com iniciação científica. Procurei ter experiências internacionais, pois sempre achava muito importante entender o que a gente pode aprender em nível global, o que a gente pode trazer para o Brasil e o que o Brasil pode trazer também.

Estabelecer esse canal de comunicação que me levou a estudar gestão de recursos naturais nos Estados Unidos, na Indiana University, em Bloomington(Indianápolis), a partir do Ciências Sem Fronteiras. Fiquei um ano nesse período acadêmico, durante a graduação.

Na época minha área era muito mais relacionada à gestão de floresta urbana, ou seja, entender infraestrutura verde no município, mas ao longo do tempo eu percebia que água, gestão de recursos hídricos, era um tema transversal. Então, todas as vezes que eu trabalhava com pesquisa, a questão da água era central, mesmo quando eu comentava de desenvolvimento urbano, infraestrutura verde, a gestão da água era essencial.

Nesse meio tempo, eu decidi estagiar na Agência das Bacias PCJ. Aí foi realmente, vamos dizer assim, o encontro da Gestão Ambiental com a Gestão dos Recursos Hídricos.

O casamento perfeito?

Exatamente! Isso me levou a querer pesquisar mais a área, porque eu percebi qual era o dia a dia, quais eram os desafios, mas academicamente eu ainda não havia desenvolvido uma pesquisa propriamente dita. Embora na Agência, a gente se baseie em estudos para justificar, por exemplo, no Plano de Bacias, mas ainda assim faltava avançar o pensamento crítico sobre teorias de gestão de recursos hídricos, por exemplo.

E quais eram as realidades externas ao Brasil, não apenas na América Latina, mas me interessava saber, por exemplo, diretiva quadro de água na Europa, como ela era implementada, vários países, o mesmo continente, legislações diferentes… E também entender como universidades de grande prestígio acadêmico, como Oxford, se organizavam para desenvolver essas pesquisas.

Então, sempre tive um interesse muito grande nisso. Consegui ser aprovada nesse mestrado, com bolsa integral Louis Dreyfus-Weidenfeld Hoffmann Trust. E foi uma forma de levar o Brasil, que era a primeira vez que alguém do Brasil havia sido agraciado com essa bolsa. Era uma novidade também para os gestores da bolsa e uma novidade também para o curso de mestrado de Oxford, que fazia muito tempo que não tinha brasileiros estudando. Nesse sentido, houve mais interesse no Brasil.

A mensagem que eu deixo é que você pode desenvolver o seu interesse no meio acadêmico a partir de descobertas de diferentes áreas do conhecimento. Não necessariamente a que você começa a pesquisar que vai ser a sua trajetória final. Mas, eu acredito que para desenvolver o método científico a gente precisa mesmo experimentar. Eu comecei mais na área de geoprocessamento e arborização urbana, e aí quando eu cheguei na parte de infraestrutura verde eu me interessei por gestão de recursos hídricos, que acabou se tornando o meu principal foco.

Na academia é importante você manter uma visão mais ampla, uma visão holística transversal. Gestão de Recursos Hídricos também está relacionada à mudança do clima e aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas). Tem uma série de temas que você consegue abordar.

Acho que para a academia brasileira, o que a academia de Oxford tem a ensinar é que a gente consegue sair um pouco das caixas, daqueles setores específicos acadêmicos. ‘Você vai pesquisar somente gestão de recursos hídricos…’. Não, você pode criar abordagens que permitam que você trabalhe outros temas como serviços ambientais, por exemplo. Pode ser algo mais transdisciplinar. Você pode envolver mais pesquisadores de outras áreas.

Esse foi um aspecto muito benéfico, muito proveitoso tanto em nível pessoal como profissional, porque todos meus colegas de turma tinham backgrounds diferentes. Havia pessoas formadas em Ciência Política, na área de Engenharia, outras mais na área administrativa, mas todos tinham em comum a gestão de água em seus diferentes aspectos: legais, econômicos-ambientais, físicos… Inevitavelmente, eu acabava aprendendo muito mais do que o que o curso oferecia por causa da interação com os colegas e com os professores.

Então, um tema que eu não conhecia tanto, a ‘interação de água com saúde pública’, em termos de plano de segurança da água, que era um tema que eu não havia trabalhado muito no Brasil, mas que no exterior, principalmente em Oxford, já se havia um entendimento muito mais amplo, já se seguiam as diretrizes da Organização Mundial da Saúde…. eu tive acesso a todos esses documentos, tive acesso aos acadêmicos, diretores que desenvolveram essas metodologias e isso de certa forma me deu muito mais confiança em dialogar com áreas que inicialmente eram diferentes, pelo menos na minha trajetória acadêmica.

Em alguns lugares, escassez; noutros, excesso. Em ambos, desastres. As projeções para o futuro não são boas, e acendem vários sinais de alerta que apontam: se não cuidarmos, haverá falta de fontes de água doce para atender de forma satisfatória à população do planeta. De toda água disponível, cerca de apenas 2,5% está disponível para consumo (água doce), e a maior parte dela está retida nas geleiras das calotas polares.

A demanda mundial pela água deverá aumentar 40% até 2030 e 55% até 2050, ano no qual se estima que mais de 40% da população mundial viverá em áreas de grave estresse hídrico. Infelizmente, ainda que inserido nos principais eventos e círculos sobre o futuro sustentável do planeta, o tema “água” somente ganha a proporção devida em momentos específicos, como o Dia Mundial da Água ou quando uma grave crise, seca ou cheia, ocorre. Nesses momentos, o tema surge com toda a força, ocupando editoriais nos meios de comunicação, pautas emotivas na TV e palestras.

Contudo, se a necessidade de preservarmos nossas fontes de recursos hídricos não se tornar uma pauta permanente de primeira urgência, inclusive nos planos de governo dos países do globo, as projeções nos indicam que nossos dias futuros não serão dos melhores.

Nos Comitês PCJ e na Agência das Bacias PCJ, convivemos constantemente com a temática “água”. E não somente no que se refere à discussão de sua importância e da escala do desastre que seria ficar sem esse bem essencial à vida; unindo teoria e a prática. Esforçamo-nos diariamente para fomentar boas ações no que tange à preservação dos mananciais e, também, para estimular e viabilizar projetos de diferentes tamanhos e abrangências para otimizar o tratamento de água e do esgoto, o saneamento e uso/consumo da água nos meios rural e urbano. Para nós, água é um assunto a ser trabalhado com uma visão de 360º, isto é, envolvendo toda e qualquer relação entre o homem (individualmente ou como um ser social), os mananciais e a infraestrutura para seu uso racional.

As sementes de um trabalho sério plantadas frutificam e se diversificam; nossas ações têm beneficiado, direta e indiretamente, os mais de 5,7 milhões de habitantes que vivem nos 76 municípios na região dos Rios Piracicaba, Jundiaí e Capivari, a qual, vale constar, concentra zonas urbanas das mais densas e industrializadas do Brasil.

Há muitos anos sentamos e discutimos projetos. Órgãos e entidades dos governos federal e estadual, prefeituras e a sociedade civil trabalhando em prol do encontro de soluções para não somente expandir o abastecimento hídrico, mas para melhorar a qualidade do uso da água que consumimos diariamente. Nesse ínterim, fizemos muito, mas sabemos que ainda há mais a ser feito. Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), no Brasil, o consumo teve alta de 80% nas últimas duas décadas. É preciso estar preparado e, para isso, é necessário que as pessoas se conscientizem cada vez mais sobre a preservação dos mananciais. Há, ainda, o impacto vital da relação entre a água e a produção rural.

Por isso, não podemos abaixar a guarda; pelo contrário, a garantia da segurança hídrica, frente à expansão urbana e industrial, juntamente com a modernização do campo, exigem atenção e medidas efetivas para que o equilíbrio ambiental seja preservado – e para que aquilo que foi prejudicado, seja restaurado.

Sonho? Não, temos certeza de que nosso trabalho está longe de ser um sonho, mas repousa na realidade! Prova disso é o reenquadramento do Rio Jundiaí, cuja classe passou de 4 (o pior nível, proibido para uso e consumo humano) para 3 tornando-o manancial. Trata-se de uma grande conquista. Não é tudo, porque ainda há muito a ser feito para recuperar totalmente esse valioso rio, que tanto contribuiu e contribui para a história de nossa região.

Os Comitês PCJ e a Agência das Bacias PCJ também tem trabalhado para minimizar os efeitos do desmatamento, pois a floresta permite a infiltração de até 80% da água da chuva e presta um serviço ambiental, retendo a água no solo – essa água subterrânea é que alimenta o rio na seca. As matas também possuem papel fundamental para reduzir o impacto das enchentes.

Todos os trabalhos desenvolvidos fazem parte de um ciclo único que, se bem tratado, assegurará bem-estar às gerações de um futuro próximo. Muitos são os desafios, porém, grande continua a ser nossa vontade de trabalhar.

O importante é que levemos em nossa bandeira e em nossas ações, o ideal máximo de preservar a vida e de boa qualidade; e isso passa, obrigatoriamente, por cuidarmos da nossa água.

Luiz Roberto Moretti
Secretário executivo dos Comitês PCJ

Barjas Negri
Prefeito de Piracicaba
Presidente do CBH-PCJ e PCJ FEDERAL

A atividade foi realizada nesta sexta-feira (05/04/2019) pela Agência das Bacias PCJ entre seus colaboradores; programa do Ministério do Meio Ambiente visa promover sustentabilidade nos órgãos e entidades públicos

“A importância e os benefícios da A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública)” foi o tema da palestra proferida nesta sexta-feira (05/04/2019), na Agência das Bacias PCJ, em Piracicaba, pela advogada e consultora ambiental Patrícia Fazano. A ação fez parte da 2ª Sensibilização do programa no qual a entidade fez a adesão em dezembro de 2018.

Todos os colaboradores da Agência das Bacias PCJ participaram da atividade. Durante o evento, houve também a apresentação dos materiais de sensibilização que serão utilizados internamente e o repasse de informações sobre o período de implantação do processo de coleta seletiva na Agência das Bacias PCJ.

A A3P é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e seu objetivo é promover a internalização dos princípios de sustentabilidade socioambiental nos órgãos e entidades públicos. O programa atua em seis eixos temáticos prioritários (gestão de resíduos, licitação sustentável, qualidade de vida no ambiente de trabalho, sensibilização, construção e reforma sustentáveis, capacitação dos servidores e uso racional de recursos), auxiliando na redução de custos e na promoção de ações menos impactantes ao meio ambiente.

“A Agência das Bacias PCJ já é uma referência pelo trabalho que desenvolve na gestão de recursos hídricos. Com a adesão à A3P, ela só vai somar benefícios, pois vai trabalhar sobre a melhoria de como está tratando os recursos naturais dentro da instituição. Acho que só tende a ganhar, economizando recurso natural, não desperdiçando… Tende a economizar recurso financeiro. Isso já é provado”, comentou Patrícia. “O Brasil é signatário de vários acordos internacionais. Entre eles, o Acordo de Paris, mudanças climáticas, e a A3P é a correlação desses programas no Brasil. A adesão vem a coroar, pois sei que a Agência também já assinou o Pacto Global da ONU. Então, só vem a somar ao que já está sendo desenvolvido”, completou a gestora ambiental.

A coordenadora de Gestão da Agência das Bacias PCJ, Kátia Gotardi, explicou que a 2ª sensibilização serviu para complementar os trabalhos desenvolvidos pela Comissão Gestora e pelo Comitê Operacional da A3P na Agência das Bacias PCJ, e esclarecer o que realmente é a A3P e quais os benefícios que a instituição terá com a implantação do programa.

Na avaliação de Kátia, a adesão ao A3P já tem sido positiva para a entidade e seus colaboradores. “Para a Agência das Bacias PCJ, o ‘A3P PCJ’ está proporcionando aos colaboradores informações, instruções e a implantação de ações que contribuirão para a mudança de comportamento. Ou seja, está e continuará proporcionando, por meio das sensibilizações, um olhar diferenciado para a sustentabilidade corporativa, bem como para o seu cotidiano”, destacou.

O consultor ambiental Allan Tácito, que acompanhou Patrícia Fazano na sensibilização, destacou a importância da adesão da Agência das Bacias PCJ ao programa da A3P e elogiou o trabalho desenvolvido pela entidade. “Isso reflete a preocupação em obter eficiência na atividade pública e redução dos gastos institucionais, além do menor impacto sobre o meio ambiente. A Agência de Bacias PCJ está realizando tarefas de suma importância para a sustentabilidade institucional e colhendo frutos por meio do planejamento estratégico de suas atividades como, por exemplo, o Projeto Papel Zero, o projeto de Construção Sustentável da nova sede e o lançamento do Código de Ética, reforçando a gestão sustentável da instituição”, ressaltou Tácito.

PLANO DE GESTÃO

A 1ª Sensibilização sobre o Programa A3P na Agência das Bacias PCJ foi realizada em 6 de março de 2019. Na ocasião, houve a apresentação do Diagnóstico Socioambiental A3P e a entrega de canecas que substituem os copos descartáveis no dia a dia dos colaboradores.

O diagnóstico, realizado pelos próprios colaboradores envolvidos no projeto, traz o levantamento da situação socioambiental da instituição e serviu de base para a elaboração do Plano de Gestão Socioambiental (PGS), que define as atividades e projetos prioritários para a implantação da A3P na instituição.

Premiação será nesta quinta-feira, dia 4, em São Paulo; nesta edição são 1227 empresas participantes

A Agência das Bacias PCJ é uma das organizações finalistas no 10º Prêmio CIEE Melhores Programas de Estágio. A iniciativa do Centro de Integração Empresa-Escola tem como objetivo distinguir e reconhecer órgãos que colaboram para a efetiva inserção no mercado de trabalho, ao investir na formação e no treinamento de jovens profissionais. Esta é a primeira vez que a Agência das Bacias PCJ se inscreve neste prêmio.

O anúncio dos premiados acontece em 4 de abril, às 18h30, no Espaço Sociocultural do Teatro CIEE, no Itaim Bibi, na capital paulista. Nesta edição, são 1.227 organizações participantes de todo o país. No evento, todas as empresas finalistas receberão certificado, além de uma síntese de avaliação do programa.

A Agência das Bacias PCJ possui cinco estagiários em seu quadro administrativo, que é formado por 47 colaboradores no total, incluindo funcionários concursados e terceirizados. Entre os estagiários estão Bruno Aranda e Gabriela Ribas, da Coordenação de Apoio ao Sistema de Gestão de Recursos Hídricos; Carolina Trindade, da Coordenação Financeira; Ítalo Rafael Guedes, da Assessoria de Comunicação; e Laissa Ramos dos Reis, da Coordenação de Gestão.

Na avaliação do diretor administrativo e financeiro, Ivens de Oliveira, o fato de a Agência das Bacias PCJ se tornar finalista desse prêmio no primeiro ano em que se inscreveu é sinal de que a entidade está no caminho certo quanto ao seu programa de estágio. “Isso mostra o quanto os colaboradores são valorizados. Aqui na Agência, por exemplo, há vários casos de estagiários que foram efetivados ou que saíram, tiveram experiências em grandes empresas e depois retornaram para a Agência, sendo absorvidos como colaboradores”, destacou Oliveira.

PREMIAÇÃO – De acordo com o regulamento, 26 empresas serão contempladas, de acordo com o número de estagiários, nos segmentos Empresas Privadas e de Economia Mista, Terceiro Setor e Órgãos Públicos e Empresas públicas. As organizações premiadas em âmbito nacional ganharão o Selo de Reconhecimento.

A pesquisa consistiu em um questionário de 30 questões gerais e específicas, respondido por 20.525 estagiários, que avaliaram os diversos aspectos dos programas de estágio que participam, com sigilo de informação assegurado. A pesquisa é uma parceria entre o CIEE, a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP), com suporte técnico e metodológico do instituto de pesquisa The Gallup Organization.

“Com o prêmio, reconhecemos as boas práticas que norteiam programas de estágio realizados nas mais diversas organizações”, resumiu a supervisora de Planejamento e Controle de atendimento do CIEE, Maria Auxiliadora Mondini Paré.

SOBRE A AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ

A Fundação Agência das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Agência das Bacias PCJ) completa 10 anos de existência em novembro de 2019. Nesses 10 anos, a entidade se tornou uma referência nacional e internacional em gestão de recursos hídricos, com relevantes ações e projetos em diversas áreas relacionadas ao saneamento básico e ao meio ambiente.

A Agência das Bacias PCJ foi criada em 2009 pelos Comitês PCJ para prestar apoio ao seu funcionamento e atuar como sua secretaria executiva, além de executora das ações previstas no Plano das Bacias PCJ. É também responsável pelo gerenciamento dos recursos financeiros provenientes das Cobranças PCJ Paulista e Federal (cobranças pelo uso dos recursos hídricos em rios de domínio do estado de São Paulo e da União), bem como dos recursos da compensação financeira/royalties do setor hidroelétrico. É uma entidade com personalidade jurídica de fundação de direito privado, sem fins lucrativos, com estrutura administrativa e financeira próprias.

Edições anteriores

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support