Ideia é fundir o GT-Mananciais com a Câmara Técnica de Recursos Naturais, gerando a nova CT-Mananciais
25 de janeiro de 2024
Uma proposta de alteração da Câmara Técnica de Conservação e Proteção de Recursos Naturais (CT-RN) foi analisada pelo Grupo de Trabalho (GT)-Integração dos Comitês PCJ nesta quinta-feira, dia 25 de janeiro de 2024. O GT é formado pela Secretaria Executiva, coordenadores(as) e coordenadores(as)-adjuntos(as) das Câmaras Técnicas dos Comitês PCJ.
A proposta da Secretaria Executiva é a fusão do GT (Grupo de Trabalho)-Mananciais com a CT-RN, resultando na criação da Câmara Técnica de Mananciais (CT-Mananciais). O objetivo, segundo o secretário-executivo do CBH-PCJ e PCJ FEDERAL, Denis Herisson da Silva, é que a nova CT tenha maior autonomia de decisão e deliberação.
“A gente tem um GT muito atuante, mas ele não tem autonomia e regramento iguais ao de uma câmara técnica. Isso prejudica fazer deslocamento, alocar recursos, fazer reuniões. Acabava atrapalhando bastante, principalmente nas questões de deliberação, pois os GTs não deliberam. Quem delibera são as câmaras e os plenários logicamente. Por isso foram necessários fazer ajustes”, justificou Denis. Ele ressaltou que a nova câmara que já nasce com uma política que é referência para muitos Comitês de Bacias no Brasil, a Política de Mananciais dos Comitês PCJ.
A reunião do GT-Integração marca o início das discussões e tratativas para que essa mudança ocorra. Outras reuniões irão tratar o assunto e definir as atribuições da nova CT, que ficará responsável pela revisão da Política de Mananciais. A proposta terá que passar pela Câmara Técnica de Planejamento (CT-PL) e pela Plenária dos Comitês PCJ.
O atual coordenador da CT-RN, João Demarchi, também defendeu a proposta e explicou que hoje são duas CTs, a CT-RN e a CT-Rural, responsáveis pela construção e administração da Política de Mananciais, o que gerou um GT que tem uma atividade e intensidade de trabalho similar e até maior que outras CTs. Segundo Demarchi, Luiz Roberto Moretti, já tinha expectativas de que essa providência, de criar a CT-Mananciais, acontecesse no futuro.
“A ideia da Secretaria Executiva é bem-vinda e pode trazer benefícios para os trabalhos que estamos conduzindo. O momento é oportuno, no mínimo, para que isso seja bem discutido e equacionado e que a gente ganhe, ao longo dos anos, agilidade e escala para que a própria Política seja muito mais efetiva em termos de proteção de mananciais e preservação da quantidade e qualidade de água para o abastecimento desse nosso território”, declarou Demarchi. “Uma curiosidade: a CT-RN comemora 30 anos de existência em abril de 2024. A mudança pode ser um outro marco histórico”, acrescentou.
Demarchi esclareceu que o outro GT da CT-RN será mantido. “Um GT-Áreas Protegidas que preserve muito dessa essência dessas questões ligadas à restauração florestal, especificamente, não vai trazer prejuízo para essa temática e, por outro lado, ter isso administrado como câmara técnica vai facilitar, agilizar e tornar mais fáceis e efetivas muitas das tratativas”, concluiu.
O coordenador da CT-Rural, João Baraldi, elogiou a iniciativa. “A criação da nova CT vai aprimorar o nosso trabalho e, principalmente, facilitar para que cada câmara técnica foque em seus desafios e não fique misturando muitas coisas. Parabéns, Demarchi. Sucesso nessa nova empreitada”, declarou.
Denis adiantou que a Secretaria Executiva vai deixar explicito nas atribuições da CT-Mananciais, para que, quando for discutido algo relacionado à zona rural, que a CT-Rural seja consultada em processo decisório, principalmente em relação à conservação de solo. “A conservação de solo está prevista nas atribuições da CT-RN, mas a gente sabe que conservação de solo sem a participação do produtor rural, você não vai ter isso de forma efetiva, então precisamos ter a CT-Rural envolvida nisso”, explicou o secretário-executivo. A ideia é tomar cuidado para que não haja choque de competências entre a nova CT-Mananciais e a CT-Rural.
Futuras obras vão envolver os municípios das Bacias PCJ de Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas
25 de janeiro de 2024
Na quinta-feira, dia 25 de janeiro, integrantes do Grupo de Trabalho(GT)-Empreendimentos se reuniram por videoconferência para analisar o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) dos empreendimentos “Trem Intercidades (TIC) Eixo Norte e Segregação Noroeste do Transporte Ferroviário de Cargas (SNO)”, entre as cidades de São Paulo e Campinas, com parada em Jundiaí. A reunião foi coordenada pelo secretário-executivo do CBH-PCJ e PCJ FEDERAL, Denis Herisson da Silva.
Os empreendimentos são propostos pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e pela MRS Logística S/A e vão envolver os municípios das Bacias PCJ de Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas.
O material sobre os dois empreendimentos pode ser acessado neste link. Os responsáveis apresentaram o cronograma da obra e diversos outros detalhes do projeto, como impactos ambientais previstos, incluindo os relacionados aos recursos hídricos, além de apresentarem os programas ambientais que serão implantados para prevenir riscos, entre eles o Programa de Monitoramento da Qualidade da Água; Programa de Educação Ambiental; Programa de Gerenciamento de Efluentes e Programa de Gerenciamento de Riscos e Atendimento à Emergências Ambientais durante a operação.
Diversos questionamentos foram feitos pelos membros do GT-Empreendimentos aos responsáveis. Um parecer técnico será elaborado pelo GT-Empreendimento com as considerações dos Comitês PCJ, e após aprovado pela Plenária, será encaminhado para a Cetesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo). Três audiências públicas serão realizadas pelo Governo do Estado em fevereiro.
A Secretaria Executiva também divulgou alguns links de deliberação dos Comitês PCJ para conhecimento dos empreendedores, como a Deliberação dos Comitês PCJ nº 204/14, que estabelece diretrizes para Programas de Educação Ambiental a serem apresentados no âmbito do licenciamento ambiental referentes aos empreendimentos submetidos à análise dos Comitês PCJ (https://www.comitespcj.org.br/images/Download/DelibComitesPCJ204-14.pdf); Deliberação dos Comitês PCJ nº 231/15, que aprova a Política de Educação Ambiental dos Comitês PCJ (https://www.comitespcj.org.br/images/Download/DelibComitesPCJ231-15.pdf) ; o Plano de Bacias PCJ 2020 a 2035 (https://plano.agencia.baciaspcj.org.br/o-plano/documentos) e o Plano de Macrodrenagem da Bacia do Rio Jundiaí (https://agencia.baciaspcj.org.br/projeto/planos-e-estudos/ ) .
O GT-Empreendimentos é formado pela Secretaria Executiva e coordenadores das 12 Câmaras Técnicas dos Comitês PCJ e tem a responsabilidade de analisar empreendimentos que pretendem se instalar nas Bacias PCJ, para os quais foram exigidos EIAs/RIMAs (Estudos e Relatórios de Impactos Ambientais) ou RAPs (Relatórios Ambientais Preliminares). A análise é principalmente em relação às interferências e impactos nos recursos hídricos.
Situação dos mananciais das Bacias PCJ foi um dos assuntos discutidos durante reunião on-line
17 de janeiro de 2024
A mortandade de peixes no Rio Piracicaba ocorrida no início deste mês foi um dos assuntos debatidos durante a 250ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH), realizada nesta quarta-feira, dia 17 de janeiro, por meio de videoconferência.
O tema foi abordado durante a discussão sobre a situação dos mananciais nas Bacias PCJ. Um dos representantes do Semae/Piracicaba, Ivan Canale, explicou as providências tomadas pela autarquia, entre elas o acionamento da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), órgão responsável pela fiscalização. Foram mais de duas toneladas de peixes mortos. Entre as causas apontadas estão a variação do nível do oxigênio dissolvido na água e a existência de mais cianobactérias do que o normal (depleção do oxigênio e floração de algas). “Nenhuma toxina foi encontrada. Foi um evento muito triste para a nossa população. Lamentamos muito que isso tenha ocorrido”, comentou Ivan.
O caso é investigado pela Cetesb e pelo Gaema PCJ (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual), com a contribuição de Plinio Barbosa de Camargo, professor doutor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), da ESALQ/UPS, que percorreu o rio com alunos até as proximidades da Represa do Salto Grande, em Americana (SP), para colher amostras da água.
“Acho que este é o espaço adequado para nós dialogarmos com algumas saídas, independentemente das providências que cada um de nós vai adotar no âmbito das suas atribuições”, ressaltou a promotora de Justiça, Alexandra Facciolli Martins. Ela destacou a importância de pensar estratégias com os diversos atores que atuam na área e adiantou que irá encaminhar as informações oficiais que o Gaema PCJ tem sobre o assunto para a CT-MH.
Os dados deverão ser analisados pelo GT (Grupo de Trabalho) -Qualidade, que deverá tratar quanto a demanda sobre a revisão dos valores do sistema de alerta para que ações sejam tomadas antes dos níveis críticos. “Pode ter certeza que a CT-MH vai se debruçar sobre esse assunto para gente ver o que pode ter acontecido. Como família PCJ, vamos achar uma melhor solução para isso, para que esses eventos não se repitam. Como CT-MH vamos tomar todas as providências para ver o que é possível fazer sob a nossa governança”, ressaltou o segundo coordenador-adjunto da câmara técnica, Luís Filipe Rodrigues.
O encontro contou com a participação do secretário-executivo do CBH-PCJ e PCJ Federal, Denis Herisson da Silva, que destacou os investimentos previstos pelos Comitês PCJ para a área de tratamento de esgoto e lodo. “Só queria parabenizar a CT-MH pela realização da 250ª Reunião Ordinária. Lembrando que a CT-MH vem lá de 1993, então tem muito mais reuniões que isso. É importante a gente ressaltar que na previsão orçamentária para 2024, temos mais de R$ 10 milhões para melhorias de ETEs e sistemas de tratamento de lodo das ETAs. É importante passar essas informações para os municípios, para que busquem esses recursos. Se tem alga é porque tem nutrientes. E nutrientes a gente tem que mover porque é onde começam os problemas de qualidade dos nossos rios”, reforçou Denis.
Na reunião, houve ainda a apresentação do coordenador da Sala de Situação PCJ, Rafael Leite, quanto aos produtos disponíveis no monitoramento diário que é realizado, chuvas/vazões em dezembro/2023 e perspectivas para os próximos meses.
O coordenador do GT-Previsão do Tempo da CT-MH e da Câmara Técnica de Uso e Conservação de Água na Indústria (CT-Indústria), Jorge Mercanti, também apresentou as previsões meteorológicas no Brasil e na região das Bacias PCJ. Neste início do ano, as chuvas têm sido localizadas, pontuais, sem grandes volumes, algo atípico para o mês de janeiro. No dia 16 de janeiro, o Sistema Cantareira estava com 70,1% do seu volume útil, bem acima da marca alcançada na mesma data do ano passado, que foi de 48,5%.