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PARCERIA ENTRE AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ E USP CAMPUS SÃO CARLOS FORMA 32 PESSOAS EM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SANEAMENTO

Aulas começaram em 2017, com foco em Planejamento, Regulação e Benchmarking aplicados ao Saneamento; últimos TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso) estão sendo apresentados neste mês de maio de 2019; seis colaboradoras da Agência concluíram o curso

Uma parceria da Agência das Bacias PCJ com a USP (Universidade de São Paulo) – Campus de São Carlos foi responsável pela formação de 32 profissionais no curso de especialização “Planejamento & Regulação & Benchmarking aplicados ao saneamento”. Os quatro últimos TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso) serão apresentados neste mês de maio. A Agência das Bacias PCJ contou com a participação de seis colaboradoras que encararam e concluíram o desafio com êxito: Aline Santi, Karla Romão, Marina Barbosa, Patrícia Barufaldi, Sheron Silva e Vanessa Longato. (veja entrevista com elas abaixo).

As aulas tiveram início em 2017, a partir de uma iniciativa da Câmara Técnica de Integração e Difusão de Pesquisas e Tecnologias (CT-ID) dos Comitês PCJ junto à Agência das Bacias PCJ e à Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). O curso foi coordenado pelo professor Tadeu Malheiros e um dos objetivos principais foi o de desenvolver competências e habilidades necessárias para gestão do saneamento relacionado aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

Além das colaboradoras da Agência das Bacias PCJ, participaram também profissionais de instituições operadoras de saneamento e membros dos Comitês PCJ. Na avaliação do presidente da Agência, Sergio Razera, a aplicação do curso e seus resultados foram um sucesso. Razera destacou a importância da iniciativa para as Bacias PCJ.

“No curso há duas visões muito importantes do desdobramento disso para o futuro das Bacias PCJ. Uma delas é capacitar as pessoas que participam das câmaras técnicas para atuarem nas discussões dos Comitês e das câmaras técnicas. Isso já um grande ganho, porque você está profissionalizando, trazendo mais conhecimento técnico para essas discussões. Em especial, esse projeto vai se desdobrar depois numa atuação mais específica no combate às perdas de água no abastecimento na região das Bacias PCJ, porque vamos organizar melhor a política que os Comitês PCJ tem nesta área. Hoje, a gente praticamente atua junto aos municípios para apagar incêndio, para resolver problemas que estão acontecendo. O planejamento disso – o Plano Diretor de Combate às Perdas, o software que podem ajudar os municípios a planejar melhor essa questão-, isso tudo virá agora na continuidade desse projeto e dos trabalhos da Câmara Técnica de Saneamento dos Comitês PCJ e do GT-Águas”, explicou Razera.

O diretor administrativo e financeiro da Agência das Bacias PCJ, Ivens de Oliveira, também elogiou a iniciativa e destacou seus benefícios. “A avaliação nossa sobre o curso foi muito positiva. Nós tivemos trabalhos muito práticos, com diferentes temáticas que poderão ser aproveitadas para discussão dentro dos Comitês PCJ. Tivemos, por exemplo, trabalhos que fizeram avaliação do quanto os principais usuários do setor de saneamento pagaram e o quanto eles conseguiram captar de recursos ao longo de todo o tempo, fazendo uma avaliação sobre o critério de distribuição de recursos das cobranças para o setor de saneamento. Nós tivemos trabalhos também que abordaram internamente os indicadores e o processo de trabalho do setor de cobrança da Agência das Bacias PCJ. Tivemos trabalhos que avaliaram a política municipal de recursos hídricos… Enfim, tivemos trabalhos que poderão auxiliar a gestão dos recursos hídricos. Acima de tudo, dada essa característica do benchmarking, avaliar quais são as melhores experiências e práticas de gestão a serem utilizadas pelas empresas de saneamento. Foi uma parceria muito importante, com uma instituição de renome, e que vem a valorizar, cada vez mais, todo o programa de capacitação que os Comitês PCJ têm promovido a seus membros. Torna-se, em mais um momento, uma referência e o pioneirismo dos Comitês PCJ na gestão dos recursos hídricos”, declarou Oliveira.

O professor Tadeu Malheiros citou vários aspectos positivos da iniciativa. Um deles foi integração dos alunos, que formaram uma rede de apoio e troca de experiência entre eles. “Tem várias instituições e o fato de estarem nesta rede facilitou bastante e aproximou essas pessoas. Isso foi um fator muito positivo para o próprio funcionamento posterior da Agência das Bacias PCJ e dos Comitês PCJ como um todo”, justificou.

Outro aspecto positivo, segundo Malheiros, foi o engajamento dos alunos ao longo das disciplinas. “Houve um amadurecimento muito grande entre o início do curso onde cada um tinha sua experiência, mas focada na sua área de atuação. Ao terminar o curso, a gente percebe que abre os horizontes e cada aluno começa a entender de outras áreas, principalmente pelos conteúdos abordados no curso, que eram de áreas diferentes. Essas áreas vão somando e fortalecem a ele um novo olhar. Isso será superimportante para a atividade profissional dele, dentro das demandas atuais que um comitê de bacias e as instituições associadas a ele precisam. São pessoas atualizadas, que enxergam o contexto geral e se enxergam enquanto coletivo. Esse foi, talvez, um dos principais ganhos que a gente observa entre o começo e o final, nesse amadurecimento temático, transversal e interdisciplinar que o curso possibilitou a eles”, observou o professor.

Tadeu Malheiros ainda informou que o curso trouxe experiências de fora das Bacias, algumas internacionais, e que alguns temas abordados estão sendo aplicados pelos alunos em suas instituições. Segundo ele, há trabalhos de muito boa qualidade, que estão se debruçando sobre temas reais das Bacias PCJ. “A maioria traz contribuições muito significativas”, ressaltou.

LIVRO DOS TCCs

O professor Tadeu Malheiros também adiantou que será elaborado um livro com os trabalhos de conclusão de curso. “Cada aluno escreverá um capítulo com os resultados, ‘enxugando’ seus TCCs. Isso significa transformá-los em uma linguagem em que essa experiência do curso possa ser divulgada, para as Bacias PCJ e outras bacias”, explicou.

De acordo com o professor, os temas de forma geral abordaram a questão da água e a interface da água com energia, resíduos sólidos, população, entre outros. “A gente teve várias interfaces. A água segue sendo a espinha dorsal de todos os trabalhos, mas eles dialogam com todas as outras áreas, olhando aspectos técnicos, econômico financeiros, e obviamente os impactos sociais, associados a essas inovações e intervenções, inclusive, tecnológicas associadas à água”, finalizou.

ENTREVISTA

Confira aqui a entrevista com as seis colaboradoras da Agência das Bacias PCJ que concluíram o curso: a analista de políticas públicas da Coordenação de Sistema de Informações, Aline Santi; a analista técnica da Coordenação de Projetos, Karla Romão; a assessora ambiental, Marina Barbosa; a diretora técnica, Patrícia Barufaldi; a analista administrativa da Coordenação Financeira, Sheron Silva; e a coordenadora de Apoio ao Sistema de Gestão dos Recursos Hídricos, Vanessa Longato.

1) Qual foi o título do seu TCC?

Aline Santi: “Análise Multicritério aplicada à priorização de práticas de controle de perdas de água em sistemas de distribuição”.

Karla Romão: “A eficiência da aplicação dos recursos da cobrança pelo uso da água nos municípios das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Marina Barbosa: “A infraestrutura natural como elemento complementar à gestão do saneamento ambiental nas Bacias PCJ”

Patrícia Barufaldi: “Políticas municipais de gestão de recursos hídricos dos municípios das Bacias PCJ – histórico e aprendizado nas Bacias PCJ”

Sheron Silva: “Análise e sugestão de melhoria dos indicadores de processo da coordenação financeira e de cobrança da Agência das Bacias PCJ”.

Vanessa Longato: “Modelo operacional das Bacias PCJ para contratação de cursos de pós-graduação lato sensu, para capacitação de membros de comitês de bacias hidrográficas”

2) Qual a avaliação sua sobre o curso?

Aline Santi: O curso contou com a participação de especialistas que atuam nas diversas dimensões do setor de saneamento, tanto em âmbito nacional como internacional. Muito além de aulas expositivas, os encontros foram uma intensa troca de experiências e aprendizado contínuo, tanto entres docentes e discente como entre os próprios discentes matriculados no curso. A participação de especialistas internacionais foi, na minha visão, valiosíssimo, pois nos trouxe um panorama de metodologias e caminhos para a gestão do saneamento que foram bem-sucedidas e que podem inspirar as operadoras de saneamento do Brasil sobre como avançar na melhoria e principalmente na universalização do saneamento no Brasil.

Karla Romão: O curso foi estruturado em cinco módulos que contemplam temas muito relevantes para formação dos profissionais que atuam no setor de saneamento: planejamento urbano, regulação do setor e técnicas de benchmarking, contando com professores altamente qualificados e com conhecimento amplo sobre o conteúdo ministrado. As aulas ministradas, as visitas técnicas, os projetos desenvolvidos e o networking realizado durante o curso foram extremamente relevantes para a minha carreira e os conhecimentos obtidos já estão contribuindo na minha atuação profissional.

Marina Barbosa: O curso foi muito bem planejado no que tange a estrutura curricular e professores e consultores convidados. As disciplinas ministradas e as aulas práticas propostas proporcionaram aprendizado suficiente à atuação do especialista, sobre a temática saneamento e sobre o conceito de Benchmarking, que motivou a configuração do novo curso.

Patrícia Barufaldi: Devido a metodologia do benchmarking ser um tema bastante novo e associado ao planejamento e saneamento, foi muito interessante o aprendizado. Valeu para a vida.

Sheron Silva: O curso é bem abrangente. Uma pessoa formada em qualquer área (não somente engenharia) consegue acompanhar e tirar um bom proveito das aulas e exercícios.

Vanessa Longato: O curso assumiu a função de educação continuada, com aperfeiçoamento da competência teórico-prática. Valorizou o que há de demanda na área de saneamento, mostrando soluções e casos, trazendo experts para ministrarem o curso.

3) Como o curso se encaixa na sua rotina de trabalho?

Aline Santi: Atualmente, atuo diretamente com questões inerentes ao Plano das Bacias PCJ, onde o saneamento é uma das principais vertentes para o planejamento de ações, visando a manutenção da qualidade dos corpos d’água da região. Neste sentido, o conhecimento adquirido no curso sem dúvidas ampliou, além da visão técnica envolvida na operação dos sistemas de saneamento, aspectos de planejamento com a indicação de caminhos que podemos seguir e que podem compor o Plano de ações do PBH em prol da manutenção dos recursos hídricos da região.

Karla Romão: O curso foi extremamente relevante no sentido de complementar e consolidar os conhecimentos obtidos em minha rotina de trabalho e durante minha graduação em Gestão Ambiental. O módulo “Fundamentos do Saneamento” forneceu subsídios para compreender melhor a implantação e operação de vários empreendimentos que são financiados com recursos das Cobranças PCJ, que lido diariamente, principalmente na área de tratamento de esgotos e controle de perdas hídricas, além de outros temas relevantes para minha rotina, como direito sanitário, abastecimento público e águas subterrâneas. Os módulos de planejamento, benchmarking e regulação também foram essenciais para a compreensão do contexto e a dinâmica do setor de saneamento.

Marina Barbosa: No que se refere à atuação na Assessoria Ambiental, o curso contribuiu com informações relacionadas ao ordenamento territorial, manejo de mananciais, áreas sujeitas a restrição de uso, saneamento rural e gestão da água enquanto componente do saneamento.

Patrícia Barufaldi: Como uma nova forma e metodologia de se avaliar o planejamento das ações.

Sheron Silva: Acredito que o curso trouxe uma visão de um ambiente bem diferente ao meu dia a dia. Porém, me proporcionou aprender e entender um pouco mais sobre o funcionamento de usuários aos quais tenho contato, como os serviços de água e esgoto. Esse aprendizado pôde enriquecer meus conhecimentos do ambiente desses usuários. Por outro lado, como trabalhei no meu TCC um tema voltado à análise e gestão dos indicadores da Cobrança na Agência das Bacias PCJ, foi possível ter uma visão macro desses indicadores e proporcionar melhorias aos mesmos, que poderão ser diretamente aplicadas à minha rotina de trabalho.

Vanessa Longato: Na maneira como eu raciocino, como eu ordeno os problemas, como eu faço o diagnóstico, planejamento e depois a ação.

4) Qual foi seu aprendizado nestes dois anos?

Aline Santi: Em linhas gerais, posso dizer que o aprendizado foi multidisciplinar, perpassando desde aspectos técnicos da operação dos sistemas saneamento até as vertentes da gestão, que englobam além das abordagens ambientais e econômicas o aspecto social envolvido ao saneamento. A troca de experiência vivenciada no curso, tanto com os docentes como com os colegas de curso foi além de um aprendizado profissional, um crescimento pessoal.

Karla Romão: Além de propiciar o conhecimento técnico essencial para a minha atuação profissional, o curso também proporcionou a interação com professores altamente capacitados, que dominavam o estado da arte dos conteúdos ministrados e possuíam ampla experiência na área. Além disso, a interação com os demais alunos foi muito rica e engrandecedora, proporcionando troca de experiências e amizades que levarei para o resto da vida. A realização do trabalho de conclusão de curso foi um desafio que proporcionou crescimento profissional e pessoal, muito relevante para a minha carreira. Em resumo, a experiência foi extremamente positiva e enriquecedora.

Marina Barbosa: O período de estudos me proporcionou novos conhecimentos, principalmente em relação à hidráulica, regulação, Benchmarking e legislação do saneamento. Adicionalmente, a troca de experiências com os colegas de diversas instituições e diferentes áreas de atuação foi essencial a formação de especialista. A oportunidade de aplicação dos conhecimentos previamente adquiridos no âmbito do saneamento, a exemplo do TCC desenvolvido que relaciona infraestrutura natural e saneamento.

Patrícia Barufaldi: Benchmarking é uma metodologia que serve para você comparar um tipo de ação, atividade, sistema, enfim, entre usuários comuns, conseguindo identificar aspectos positivos e negativos de quem executa que o torna diferente em determinados aspectos. E, com isso, ganha-se no aprendizado para futuras correções de rotinas e planejamento.

Sheron Silva: Aprendi que existem muitas ações e soluções ocorrendo pelo Brasil e pelo mundo quando o tema é saneamento. Porém, ainda é necessário aprimorar os conhecimentos e aprender a investir os recursos de forma a termos um serviço e uma água de boa qualidade.

Vanessa Longato: O aprimoramento dentro da nossa área de atuação, com a noção da pesquisa e qualificação não só provendo novos conhecimentos, mas também desenvolvendo diferentes habilidades.

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