Participantes abordaram a questão das chuvas na área de abrangência da Bacias PCJ
29 de setembro de 2022
Conforme o calendário de reuniões dos Comitês PCJ, na tarde de 29 de setembro de 2022, foi realizada a 15ª Reunião do GT-Previsão Hidrometeorológica (CT-MH). O encontro, promovido por meio de videoconferência, debateu, especialmente, os efeitos do fenômeno climático La Niña e seus reflexos para o cenário hidrometeorológico com uma análise especial para a área de abrangência das Bacias PCJ.
Jorge Mercanti (GT-Previsão) iniciou sua fala destacando as condições hidrometeorológicas e os reservatórios. No Sistema Cantareira o índice de reserva em 29 de setembro de 2022 era de 39%. Há exatamente um ano, em 29 de setembro de 2021, o índice era de 44%. De acordo com a Sabesp, o nível dos reservatórios da Grande São Paulo, sem a reserva técnica são os seguintes: Cantareira 981 hm³; Alto Tietê 560 hm³; Guarapiranga 171 hm³; Rio Grande 112 hm³; São Lourenço 89 hm³; Alto Cotia 17 hm³; e Rio Claro 14 hm³.
Na sequência, Arlan Scortegagna, do Simepar, a previsão segue com chuvas abaixo da média, com tendência de normalização. “A previsão hidrológica, do ponto de vista da estiagem, indica que a seca tem dois componentes, de monitoramento e previsão. Não podemos afirmas que o ‘sinal está verde’ justamente pela incidência do La Niña em que há indicações que ele está sendo mantido. Um verão com pouca chuva traz problemas, além do fato de que anomalia de chuva no inverno não influencia em nada. Diria que estamos com sinal laranja, o que indica cautela na utilização dos recursos hídricos”, afirmou.
Scortegagna prosseguiu com sua análise. “Tenho acompanhado nas últimas previsões de La Niña e em março de 2022, a previsão era de que nem teríamos a La Niña esse ano. Em abril houve os primeiros sinais que ele ocorreria, mas já em agosto e setembro, os gráficos indicam uma certa previsibilidade. Os meses centrais são os de verão, dezembro, janeiro, fevereiro até março. Como não estamos tendo nenhum enfraquecimento, pelo contrário, estamos tendo reforços que haverá La Niña no verão. A situação está melhorando, mas o dever é manter o cuidado e a cautela. Não estamos com verão com a ideia de que o estaremos livres da seca mais crítica”, disse.
José Saad, do Consórcio PCJ proferiu uma frase sucinta, mas muito elogiada pela precisão de sua análise. “Estamos sendo salvos pelas anomalias meteorológicas”, afirmou ao comentar as condições excepcionais que possibilitaram minimizar os prejuízos decorrentes de uma eventual estiagem com características drásticas.
Por fim, Marco Jusevicius, também do Simepar salientou que as chuvas, resultantes do La Niña não permitem afirmar que estarmos livre dos problemas. “Dentro de uma anomalia, do que a gente espera para o La Niña está com um comportamento diferente. Não podemos bater o martelo para nada. No monitoramento, porém, estamos surpreendidos positivamente no que diz respeito às chuvas”, disse.