| Mês: agosto de 2019

Parceria entre as Prefeituras de Charqueada e São Pedro, Agência e Comitês PCJ e SOS Mata Atlântica vai proteger a fonte de abastecimento de água

O “raio-x” ambiental de 30 propriedades que fazem parte das microbacias do Córrego Boa Vista, em Charqueada (SP), e do Córrego Água Branca, no município de São Pedro (SP), serão entregues aos seus proprietários no próximo sábado (31 de agosto). O levantamento, intitulado Projetos Integrais de Propriedades (PIPs), faz parte do Projeto Mananciais – que engloba as duas cidades – lançado em maio de 2018 pela Agência das Bacias PCJ em consenso com a Política de Mananciais dos Comitês PCJ.

Entre as propostas dos PIPs, está a restauração ecológica de aproximadamente 222 hectares, (equivalente a 222 campos de futebol) que envolvem a recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs), Nascentes e Reserva Legal. Para isso, serão plantadas mais de 500 mil árvores nos dois municípios envolvidos.

O estudo realizado pela Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp) mapeou uma área de 2.174,92 hectares. Foram feitas coletas de informações e caracterização in loco da situação ambiental das propriedades envolvidas.

Paralelamente ao trabalho da Codasp, a Assessoria Ambiental da Agência das Bacias PCJ foi responsável pelo gerenciamento e pelas análises técnicas dos produtos gerados pela Codasp. A equipe também apoiou a Unidade Gestora do Projeto Mananciais Charqueada/São Pedro (UGP-Charqueada/São Pedro), que é o conselho responsável pelo acompanhamento do projeto.

Fazem parte da UGP a Prefeitura de Charqueada, as Câmaras Municipais de Charqueada e São Pedro, a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e a Fundação Florestal.

“Cada um tem a sua parcela de responsabilidade na construção do futuro. No sábado, damos início a mais uma ação de proteção ambiental, que é importante para mostrar a relevância do tratamento da água e a necessidade de preservar a mata ao longo das nascentes e mananciais”, afirma o presidente dos Comitês PCJ e prefeito de Piracicaba, Barjas Negri.

Investimento

Para esta fase de elaboração dos projetos foram aplicados R$ 374,4 mil, a iniciativa foi financiada pela arrecadação da Cobrança PCJ Federal.

De acordo com a diretora técnica da Agência das Bacias PCJ, Patrícia Gobet de Aguiar Barufaldi, o Projeto Mananciais Charqueada/São Pedro surgiu a partir da necessidade de promover a recuperação, conservação e proteção das microbacias dos Córregos Boa Vista e Água Branca. “Necessário para proteger o manancial de abastecimento público e garantir a segurança hídrica para o município de Charqueada”, afirma.

A próxima etapa, que terá início no próximo período de chuva, será o plantio das 500 mil árvores e o cercamento destas áreas. O trabalho de plantio será totalmente realizado pela SOS Mata Atlântica.

Resultado

O PIP aponta o diagnóstico da situação de degradação ambiental específica de cada propriedade envolvida, bem como propõem intervenções para recuperação das mesmas, com particularidades voltadas à restauração ecológica. Dentre os aspectos de degradação levantados, destacam-se: necessidades de restauração da vegetação remanescente, bem como das APPs, de aplicação de técnicas voltadas à conservação do solo, de estruturas de saneamento na área rural, de isolamento de fatores de degradação (cercamento), além de contenção de processos erosivos.

Serviço

Entrega dos Projetos Integrais de Propriedades (PIPs)
Data: sábado (31/08/2019)
Horário: 8h30
Local: Centro Comunitário de Charqueada (Rua Santa Cecília, 77, Centro, Charqueada)

Encontro entre câmaras técnicas será realizado pelos Comitês PCJ nos dias 28 e 29 de agosto, em Jundiaí

Com o intuito de debater os planos de ações dos cinco cadernos temáticos que estão sendo elaborados na revisão do Plano das Bacias PCJ 2010-2020, os Comitês PCJ realizarão o encontro Intercâmaras nas próximas quarta e quinta-feira, dias 28 e 29 de agosto, no Ciesp de Jundiaí. Para o evento foram recrutados membros das 12 Câmaras Técnicas que integram os Comitês PCJ.

O objetivo é debater e aperfeiçoar os planos de ações dos cadernos que tratam de cinco temas: Garantia do Suprimento Hídrico, Enquadramento dos Corpos d’Água Superficiais, Águas Subterrâneas, Educação Ambiental, Integração e Difusão de Pesquisas e Tecnologias; e Uso da Água no Meio Rural e Recuperação Florestal. Os cadernos temáticos dão as diretrizes nessas cinco áreas, com propostas bem formuladas, incluindo ações, orçamentos e atores responsáveis pela implementação.

O evento é direcionado para os membros das Câmaras Técnicas, mas aberto ao público. Os interessados em acompanhar o Intercâmaras devem entrar em contato com a Coordenação de Sistema de Informações da Agência das Bacias PCJ para mais informações através do e-mail plano@agencia.baciaspcj.org.br ou pelo telefone (19) 3437-2105.

O Plano de Bacias é um instrumento de gestão de recursos hídricos que identifica a “agenda” de programas e projetos necessários à recuperação e conservação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica. Seu principal objetivo é criar programas de ações e planos de investimentos reais, que tragam benefícios aos diversos tipos de segmentos que atuam com a água. Todo o conteúdo sobre o Plano das Bacias PCJ pode ser acessado no site https://plano.agencia.baciaspcj.org.br/.

CONHEÇA UM POUCO SOBRE CADA CADERNO TEMÁTICO:

“Garantia de Suprimento Hídrico”: haja vista a crítica disponibilidade hídrica na região das Bacias PCJ este caderno temático traz uma análise de balanço hídrico em cenários futuros com a proposição de intervenções estruturais e não estruturais para o incremento hídrico nas regiões das Bacias PCJ.

“Enquadramento dos Corpos d’Águas Superficiais”: na busca do alcance das metas do enquadramento dos corpos d’água superficiais das Bacias PCJ, este caderno traz simulações para análise do atendimento de sete parâmetros de qualidade da água, estimando os investimentos necessários para o alcance do cenário de enquadramento.

“Educação Ambiental, Integração e Difusão de Pesquisas e Tecnologias ”: este caderno apresenta estratégias educativas, além de ações de difusão de pesquisas e tecnologias em prol da gestão dos recursos hídricos.

“Águas subterrâneas”: aborda temas relevantes para o alcance de metas propostas para as Bacias PCJ na temática de águas subterrâneas, assim como para a conservação e a recuperação dos recursos hídricos, em atendimento às normas aplicáveis.

“Conservação e Uso da Água no Meio Rural e Recuperação Florestal”: foi concebido para a avaliação da situação das Bacias PCJ quanto aos aspectos ambientais que se relacionam com a proteção de mananciais, com o uso da água no meio rural e com o saneamento no meio rural.

PROGRAMAÇÃO

INTERCÂMARAS

28/08/2019
9h00
Debate do Caderno Temático de “Educação Ambiental, Integração de Difusão de Pesquisas e Tecnologias”
28/08/2019
14h00
Debate do Caderno Temático de “Enquadramento dos Corpos de Água”
29/08/2019
9h00
Debate dos Cadernos Temáticos “Garantia de Suprimento Hídrico” e “Águas Subterrâneas”
29/08/2019
14h00
Debate do Caderno Temáticos “Uso e conservação da água no meio rural e recuperação florestal”
Fotos: Reunião conjunta das Câmaras Técnicas de Planejamento e do Plano de Bacias (CT-PL e CT-PB), realizada em julho, na Unesp, em Rio Claro (SP).

Versão final foi apresentada nesta quinta-feira (15/08/2019), na Agência das Bacias PCJ; etapa integra projeto que visa atender as demandas pela água nos próximos 20 anos

A versão definitiva do diagnóstico da Bacia do Rio Corumbataí foi apresentada nesta quinta-feira, dia 15 de agosto, e servirá de base para o planejamento de ações futuras. A atividade fez parte da segunda etapa do estudo de alternativas de abastecimento de água nesta região, que abrange nove municípios: Analândia, Corumbataí, Cordeirópolis, Charqueada, Ipeúna, Itirapina, Piracicaba, Rio Claro e Santa Gertrudes.

O projeto tem como objetivo a prevenção à crise hídrica e o levantamento de formas alternativas para se garantir o abastecimento de água. A empresa responsável é a Engecorps Engenharia, contratada em outubro de 2018 pela Agência das Bacias PCJ, por deliberação dos Comitês PCJ. O investimento é de cerca de R$ 480 mil, com recursos provenientes da Cobrança PCJ Federal (cobrança pelo uso da água em rios de domínio da União).

“O Estudo do Uso dos Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí visa estabelecer cenários e planejar alternativas de abastecimento de água para os municípios pertencentes a esta bacia em virtude do crescimento populacional que ocorrerá nos próximos anos. É uma ferramenta muito importante para o planejamento e direcionamento de ações para estes nove municípios e visa atender as demandas pela água para os próximos 20 anos”, destacou a coordenadora de Projetos da Agência das Bacias PCJ e gestora do contrato, Elaine Franco de Campos.

O diagnóstico teve como finalidade a caracterização de toda a bacia e subsidiará as etapas seguintes, de identificação de alternativas para o abastecimento de água e de indicação em planta das alternativas viáveis. Pautado na caracterização dos aspectos naturais e socioeconômicos da bacia, foram levantados, produzidos e analisados dados e informações que permitirão estruturar cenários futuros do uso dos recursos hídricos nesta região.

“Foram enfatizadas a dinâmica de uso e ocupação do solo, bem como as condições do saneamento básico e dos aspectos de qualidade e quantidade dos recursos hídricos na bacia, a fim de identificar as claras condições atuais dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, da Bacia do Rio Corumbataí”, explicou a coordenadora.

Ela ressaltou que os principais dados levantados nesta segunda etapa foi com relação aos aspectos da Bacia do Rio Corumbataí, tais como clima, hidrografia, geologia, geomorfologia, pedologia, hidrogeologia; descrição dos biomas e remanescentes florestais, unidades de conservação e áreas protegidas; população atual, tendências de crescimento humano; caracterização do saneamento básico e de recursos hídricos como disponibilidade, consumo, captações superficiais e subterrâneas além de um levantamento de usuários não cadastrados.

A empresa visitou todos os nove municípios e levantou informações com as prefeituras e os serviços de água e esgoto, além de percorrer aproximadamente 300 quilômetros de rios, córregos e afluentes da Bacia do Rio Corumbataí para uma coleta de dados ‘in loco’ de parâmetros físico-químicos da água, como pH, Oxigênio Dissolvido (OD), cor, odor, turbidez, nitrogênio amoniacal, fósforo total e coliformes fecais.

AÇÕES

As alternativas de abastecimento compreendem ações estruturais e não estruturais para compatibilizar as disponibilidades e demandas e solucionar conflitos em horizontes de curto prazo (5 anos) até longo prazo (20 anos).

As alternativas deverão, no mínimo, considerar a possibilidade de reúso de água, novos barramentos e captação subterrânea (aquífero Guarani ou outros aquíferos). Para cada conflito deverão ser apresentadas no mínimo duas alternativas. Após a aprovação das alternativas, deverão ser apresentadas as ordens de prioridades das obras e ações a serem implantadas.

Evento acontece em São Pedro, até sexta-feira, 16 de agosto, e está na 17ª edição

Muito além da gestão dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água. A Agência das Bacias PCJ busca alternativas que também a definam como uma entidade sustentável ao crescimento humano e ambiental. E as ações implantadas pela Fundação, por meio da A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública), foram apresentadas como Case de Sucesso durante Diálogo Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos.

A iniciativa, que está na 17ª edição, acontece em São Pedro (SP) até sexta-feira (16 de agosto). Na manhã desta quinta-feira (15 de agosto), Sheron Silva, da coordenação financeira da Agência PCJ, falou sobre as ações de sustentabilidade coorporativa que fazem parte da rotina da entidade, durante o painel “Os objetivos de desenvolvimento sustentável e a gestão dos recursos hídricos”.

A discussão, que foi comandado pela coordenadora de gestão da Agência, Kátia Gotardi, contou ainda com a participação do assessor da Diretoria Metropolitana da Sabesp, Hélio Rubens Figueiredo, do gerente de Desenvolvimento Sustentável da Special Dog, João Paulo Figueira, e da geógrafa da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Marina Alegre de Freitas.

Antes de responderem as perguntas dos participantes, todos os membros apresentaram atividades implantadas em empresa e órgãos públicos direcionadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – que inclui prioridades e aspirações globais para 2030. Os ODS nasceram como uma oportunidade para eliminar a pobreza extrema e colocar o mundo em uma trajetória sustentável, frente aos desafios econômicos, sociais e ambientais enfrentados pelo planeta.

“Uma empresa sustentável cria ações de estratégia em diferentes áreas. As ideias de sustentabilidade estão na economia, na redução de custo, no social, na exploração de novos modelos. E isso é o que tem sido feito pela Agência das Bacias PCJ”, afirma Kátia Gotardi. “Aos poucos, novas ideias e ações têm sido inseridas no cotidiano dos colaboradores. Claro que existe resistência, mas acredito que com bom trabalho, a adesão pode ser positiva”, acrescenta.

COMITÊS PCJ VÃO COORDENAR FÓRUM PAULISTA

Durante o XVII Diálogo Interbacias, houve também a 1ª Reunião do Fórum Paulista de Comitês de Bacias Hidrográficas, na qual o presidente dos Comitês PCJ e prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, foi eleito coordenador geral do colegiado. A escolha do plenário foi por aclamação na quarta-feira (14/08/2019), após indicação feita pelo então coordenador geral e prefeito de Marília, Daniel Alonso.

O vice-presidente dos Comitês PCJ, Marco Antônio dos Santos, foi eleito como coordenador-adjunto, assim como o secretário-executivo dos Comitês PCJ, Luiz Roberto Moretti, e o secretário-executivo adjunto, André Navarro, vão assumir estas mesmas funções no Fórum.

O Fórum Paulista de Comitês é a Instância Colegiada formada pelo conjunto dos Comitês de Bacias Hidrográficas legalmente instituídos no âmbito do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, existentes no território do Estado de São Paulo.

A entidade tem como objetivos discutir, formular e articular políticas públicas de recursos hídricos a nível estadual e federal, visando o fortalecimento dos comitês; promover os desenvolvimentos de debates sobre políticas públicas nacional e estadual para a gestão das águas e fomentar a troca de experiências entre os comitês.

O Consórcio PCJ comunicou na última segunda-feira (15) que as inscrições de projetos para concorrer ao 7º Prêmio Ação pela Água foram prorrogadas até o dia 26 de agosto. Dividido em seis categorias, a premiação, em 2019, tem o objetivo de reconhecer as ações desenvolvidas em respeito ao meio ambiente e da gestão sustentável da água por instituições públicas e privadas. As inscrições devem ser realizadas em: https://agua.org.br/premio-acao-pela-agua/

A sétima edição do prêmio conta com uma nova categoria exclusiva para os veículos de imprensa e assessorias de comunicação que desenvolveram reportagens de impacto sobre a água nesses 30 anos de gestão da água nas Bacias PCJ. Nessa categoria, as reportagens que queiram concorrer estão separadas em 3 subcategorias, chamadas de segmentos: impresso e digital, televisão e rádio.

O regulamento completo e o modelo de inscrição podem ser conferidos no site do Prêmio Ação pela Água. A divulgação dos finalistas acontecerá no dia 30 de setembro, após análise da comissão julgadora, composta por especialistas de diversas áreas. Os premiados serão conhecidos na celebração dos 30 anos do Consórcio PCJ, que acontecerá na Casa de Shows, Via Appia, no dia 17 de outubro, em Campinas (SP).

O Consórcio PCJ criou um plantão de dúvidas para auxiliar os interessados em inscrever seus projetos técnicos e reportagens jornalísticas, através do e-mail: premio@agua.org.br. O WhatsAPP da entidade também está disponível para esclarecer dúvidas. Ele pode ser acessado pelo ícone que aparece em nossa página na internet www.agua.org.br ou adicione nosso número de contato (19) 34759408 direto em sua rede de contatos do WhatsApp em seu aplicativo no celular.

7º Prêmio pela Água é promovido pelo Consórcio PCJ desde o ano 2000, com o objetivo de reconhecer as boas práticas ambientais e de trato com a água. A edição 2019 conta com o apoio Institucional da Associação Brasileira Engenharia Sanitária Ambiental (Abes), Agência Nacional de Águas (ANA), ARES-PCJ, Agência de Bacias PCJ, Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (ASSEMAE), do Observatório Governança da Água, Comitês PCJ, Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos (Consimares) e da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Confira as Categorias de Premiação e Participe!

CATEGORIA I: Poder público de municípios associados ao Consórcio PCJ (secretarias, autarquias e demais departamentos da administração pública).

CATEGORIA II: Setor empresarial associado ao Consórcio PCJ (empresas privadas ou de capital misto).

CATEGORIA III: Instituições não associadas ao Consórcio PCJ (iniciativas do poder público e do setor privado não vinculadas ao quadro de associados do Consórcio PCJ).

CATEGORIA IV: Sociedade Civil (ONGs, OSCIPs, Institutos, Fundações, e outros representantes de organizações civis sem fins lucrativos).

CATEGORIA V: Ensino e pesquisa (escolas, faculdades, universidades, centros de pesquisa e inovação).

CATEGORIA VI: Imprensa (jornais, emissoras de TV, rádio, portais de internet e assessorias de imprensa), divididos nos segmentos:

• SEGMENTO I: Reportagem jornalística em veículo impresso ou meio digital;

• SEGMENTO II: Reportagem jornalística em emissora de TV;

• SEGMENTO III: Reportagem jornalística em emissora de rádio.

Unidade foi inaugurada nesta quarta-feira, 7 de agosto, na área da ETE Quilombo; investimento foi de cerca de R$ 1,6 milhão da Cobrança PCJ Federal, deliberados pelos Comitês PCJ

A primeira usina de compostagem de lodo de esgoto da RMC (Região Metropolitana de Campinas) foi inaugurada nesta quarta-feira, dia 7 de agosto, pela Prefeitura de Nova Odessa e pela Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa). O projeto de construção da unidade foi deliberado pelos Comitês PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e financiado pela Agência das Bacias PCJ, com R$ 1.652.744,55 arrecadados com a Cobrança PCJ Federal (cobrança pelo uso da água em rios de domínio da União). A usina opera em fase de testes desde 1º de julho e vai transformar os resíduos gerados durante o processo de tratamento de efluentes em fertilizante orgânico para uso em praças, parques, jardins e áreas de reflorestamento.

“Trata-se de um empreendimento inovador. O que era um custo muito alto para disposição em aterro, agora passa a gerar receita para o município. Parabéns à Coden e ao município de Nova Odessa”, comentou o diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sergio Razera.

O projeto foi contratado em junho de 2017, após processo seletivo realizado pela Agência das Bacias PCJ. Além do investimento de cerca de R$ 1,6 milhão da Cobrança PCJ Federal, houve ainda a contrapartida de R$ 234.165,54 da Coden. A usina de compostagem funciona num barracão de 1.250 metros quadrados, construído na área da ETE Quilombo, estação responsável pelo tratamento de todo esgoto coletado no município. Na ETE, são tratados, em média, 130 litros de efluentes por segundo e gerados aproximadamente nove toneladas de lodo por dia.

Na entrega da obra, os participantes puderam conhecer o sistema de processamento de lodo e tiveram contato com o primeiro lote de adubo orgânico produzido no município. “Sem vocês (Comitês e Agência das Bacias PCJ), nós não conseguiríamos estar entregando essa tão importante obra para nossa cidade. É um projeto arrojado e inovador na região, que vai tornar nossa Estação de Tratamento de Esgoto 100% sustentável”, declarou o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza. “Hoje, coletamos o esgoto da cidade, tratamos e o devolvemos para o Ribeirão Quilombo em forma de água limpa. Agora, com a usina, também vamos transformar o lodo em adubo e ainda deixar de gastar R$ 50 mil mensais com a destinação desse resíduo”, completou o prefeito.

A compostagem consiste na mistura do lodo de esgoto com restos de podas de árvores e substâncias químicas, como óxido de cálcio e calcário. A licença para operação da usina foi emitida no final de junho pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

O diretor-presidente da Coden, Ricardo Ongaro, destacou que a usina aumenta a participação do município na preservação do meio ambiente e abre a possibilidade para a criação de um novo produto. “É uma atividade nova para a Coden. Atualmente, o lodo é disposto em aterro sanitário. Agora a gente vai começar a operar esta usina misturando um terço de lodo e dois terços de poda da cidade, que também é um insumo gerado que hoje não tem uma destinação apropriada. Vamos absorver e gerar um composto orgânico”, explicou.

Ricardo Ongaro também ressaltou a importância do financiamento obtido junto à Agência das Bacias PCJ e Comitês PCJ. “Isso que nos deu capacidade financeira para colocar esse projeto em pé. Mais uma vez a cobrança pelo uso da água nos ajudando e inovando em tudo”, declarou.

Segundo ele, após o término da fase experimental, a intenção é comercializar o adubo orgânico (fertilizante orgânico composto classe “D”) para o uso agrícola, criando uma nova fonte de receita para o município. Para isso, a companhia vai buscar a certificação orgânica no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

INVESTIMENTOS

Na cerimônia de inauguração da usina de compostagem de lodo orgânico, a Agência das Bacias PCJ foi representada pela coordenadora de Projetos, Elaine Franco de Campos, que destacou os investimentos feitos em Nova Odessa nos últimos 25 anos com os recursos das cobranças pelo uso da água em rios de domínio da União e do Estado (Cobranças PCJ Federal e Paulista) e da compensação/royalties do setor hidrelétrico. Os recursos são gerenciados pela Agência das Bacias PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e a decisão de distribuição é feita pelos Comitês PCJ.

Desde 1994 até hoje, foram repassados para a Coden cerca de R$ 38,1 milhões, principalmente para a área de tratamento de esgoto e combate à perda de água. São 28 empreendimentos concluídos e outros dois em execução. Somadas as contrapartidas oferecidas pelo município, o valor total dos investimentos chega a quase R$ 47,5 milhões. “A Coden é parceira desde o início. Nova Odessa capta recursos dos Comitês PCJ desde 1994. É um município exemplo para as Bacias PCJ”, elogiou Elaine. “É possível, sim, melhorar as condições dos municípios, a qualidade da água, tratar seu esgoto… Há recurso financeiro, desde que os municípios corram atrás e tenham projetos bem elaborados, pessoas competentes à frente”, concluiu a coordenadora de Projetos da Agência das Bacias PCJ.

A Agência das Bacias PCJ, por solicitação da Câmara Técnica de Uso da Água na Indústria (CT-Indústria) dos Comitês PCJ contratou o “Estudo de Avaliação Hidrogeológica Visando a Captação de Água Subterrânea” com o objetivo de determinar regiões mais favoráveis à captação de água subterrânea em 7 polos industrias das Bacias PCJ, contemplando os municípios de: Americana, Atibaia, Jundiaí, Nova Odessa, Paulínia, Santa Bárbara D’Oeste e Sumaré.

O estudo, desenvolvido pela empresa Hidrogeoambiental, iniciou com a determinação das regiões, dos 7 municípios, onde foram estudados diversos aspectos como geologia, aspectos hidrodinâmicos das unidades aquíferas, áreas contaminadas de acordo com a CETESB, uso e ocupação do solo, mapa de vulnerabilidade dos aquíferos e cadastros de poços profundos.

Essa análise subsidiou a pré-seleção de regiões mais propícias à captação de água subterrânea, incluindo levantamentos geofísicos em campo. De modo que foram selecionadas regiões para a obtenção de amostras de água de 21 poços analisando parâmetros orgânicos e inorgânicos, físicos e microbiológicos em laboratório para comparação com os valores máximos permitidos com base na Portaria de Consolidação nº 05/2017 do Ministério da Saúde e na Decisão de Diretoria nº 256/2016 da CETESB.

O estudo concluiu que o custo médio para perfuração e instalação de poços é de R$ 119.632,05 obtido por média de cotações de mercado considerando vazão de explotação de 10 m³/h, valor típico para os aquíferos da região estudada. Entretanto, o município de Nova Odessa possui custo superior ao valor médio enquanto o município de Atibaia possui valor inferior em decorrência da formação geológica e da distância de perfuração. Outra informação levantada foi o custo mensal médio de obtenção do m³ de água subterrânea, que variou de R$ 8,16 a R$ 0,81 por m³/dia, sendo o primeiro valor referente à uma vazão de 10 m³/dia e o último de 200 m³/dia.

Por fim, além de apresentar um banco de dados de mapas e dados georreferenciados visando auxiliar a tomada de decisão para futuras captações subterrâneas, também foram elaborados 10 projetos de captação de águas subterrâneas para futuras captações, sendo seis propostas para a Região Metropolitana de Campinas, caracterizada pela presença de aquíferos sedimentares e fissurais em arcabouço de rochas sedimentares consolidadas e diafásico, e quatro áreas na região de Atibaia, com aquíferos fissurais em rochas cristalinas.

O estudo foi realizado com a qualidade obtida, devido ao apoio das seguintes entidades: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho (Unesp), ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), ao Instituto Geológico (IG), Serviço Geológico Nacional (CPRM), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) das Câmaras Técnicas de Águas Subterrâneas (CT-AS) e de Uso da Água na Indústria (CT-Indústria) dos Comitês PCJ.

O estudo está disponibilizado no site da Agência das Bacias PCJ no seguinte link:

https://agencia.baciaspcj.org.br/novo/projetos/estudos-de-avaliacao-hidrogeologica-visando-captacao-de-agua-subterranea

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