| Mês: dezembro de 2025

Apresentação foi realizada pela Profa. Dra. Karoline Borges durante a 117ª Reunião Ordinária da CT-SAM

15 de dezembro de 2025

A apresentação da tese de doutorado “Desenvolvimento de Índice de Saúde Ambiental utilizando Regras Fuzzy”, da Profa. Dra. Karoline Borges, foi o tema central da 117ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Saúde Ambiental (CT-SAM), realizada no dia 15 de dezembro, por videoconferência.

Durante a exposição, Karoline Borges iniciou a apresentação explicando o conceito de Lógica Fuzzy, um modelo de lógica matemática que classifica variáveis a partir de funções de pertinência, diferentemente da Lógica Booleana, que trabalha com valores binários de verdadeiro ou falso.

Na sequência, a pesquisadora contextualizou o problema ao destacar os principais desafios enfrentados pelos centros urbanos, como o rápido processo de urbanização, a ocupação desordenada do solo e a precariedade dos serviços de saneamento. Segundo ela, esses fatores contribuem para a poluição do solo, da água e do ar, além do aumento da incidência de doenças e da sobrecarga dos sistemas de saúde, impactando diretamente a qualidade de vida da população e, consequentemente, a saúde ambiental. Karoline também ressaltou a existência de desigualdades regionais, apontando que as regiões Norte e Nordeste apresentam condições mais precárias, especialmente no que se refere ao saneamento.

Diante desse cenário, a pesquisadora defendeu a aplicação da Lógica Fuzzy na criação do Índice Fuzzy de Saúde Ambiental (IFSA), com o objetivo de proporcionar uma avaliação mais precisa, abrangente e integrada das condições de saúde ambiental. O índice, segundo ela, também se apresenta como uma ferramenta estratégica para identificar áreas vulneráveis e subsidiar a formulação de políticas públicas ambientais.

Para a validação da hipótese proposta, o objetivo geral do estudo foi desenvolver o IFSA como instrumento de avaliação integrada dos aspectos relacionados ao saneamento e à saúde pública nas cidades brasileiras. Entre os objetivos específicos, destacam-se a seleção de indicadores relevantes, a construção de um modelo computacional baseado em Lógica Fuzzy, a aplicação do índice em cidades representativas e a análise do seu potencial como ferramenta de gestão ambiental urbana.

Como justificativa do trabalho, Karoline Borges apresentou a forte correlação entre a baixa cobertura de saneamento e as altas taxas de internações por doenças de veiculação hídrica, como dengue, hepatite e diarreia, que continuam afetando de forma significativa as populações urbanas mais vulneráveis — especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Ela destacou ainda que diversos índices tradicionais não conseguem captar de maneira integrada a relação entre saneamento, saúde e meio ambiente. Nesse sentido, a literatura crítica sobre avaliação ambiental aponta a fragilidade de indicadores que não consideram incertezas e não integram múltiplas variáveis.. 

Ainda de acordo com a pesquisadora, o Índice Fuzzy se configura como um instrumento inovador para a avaliação da saúde ambiental, por favorecer a abordagem integrada recomendada pela literatura e preencher lacunas existentes nas ferramentas de diagnóstico ambiental urbano. O IFSA, segundo ela, fornece subsídios técnicos para que gestores públicos atuem na redução das desigualdades socioambientais e possui potencial de aplicação em diferentes escalas territoriais, favorecendo ações intersetoriais.

O trabalho foi desenvolvido em três frentes principais: pesquisa bibliográfica e documental; elaboração do Modelo Fuzzy de Saúde Ambiental; e aplicação do modelo às capitais brasileiras. Para o desenvolvimento do índice, foi utilizado o software Matlab. Após a calibração e o ajuste dos parâmetros, o modelo foi aplicado em 23 cidades brasileiras, distribuídas pelas cinco regiões do país, com o objetivo de avaliar a saúde ambiental nas capitais, identificar áreas vulneráveis e oferecer subsídios à formulação de políticas públicas e estratégias de intervenção.

A partir da calibração e validação do modelo, foi identificado que os municípios com IFSA classificado como crítico coincidem com índices igualmente críticos de saúde ambiental e saneamento. Os piores indicadores concentram-se na região Norte, enquanto a região Nordeste apresentou resultados heterogêneos. Já as regiões Sudeste e Sul obtiveram bons resultados no índice de saneamento, mas desempenho inferior no índice de saúde. Na região Centro-Oeste, o desempenho foi considerado moderado. Esses resultados reforçam que o IFSA reflete de forma consistente as realidades locais e evidencia a necessidade de políticas públicas integradas e territorializadas.

Os resultados também indicam uma melhoria dos índices Fuzzy de saúde ambiental entre 2016 e 2022, atribuída principalmente aos investimentos em infraestrutura sanitária, com destaque para a ampliação da coleta de esgoto. A capital paulista figura entre as cidades mais bem avaliadas. No índice de saneamento, houve avanços entre 2019 e 2022, também relacionados aos investimentos em esgotamento sanitário. O índice de saúde apresentou melhora com a redução da incidência de doenças; no entanto, cidades das regiões Sul e Sudeste ainda foram classificadas entre “ruim” e “moderado”, em razão da elevada incidência de doenças transmitidas por vetores, como dengue, além de doenças respiratórias. A análise referente a 2022 também evidenciou que, mesmo em municípios com bom saneamento, a alta incidência de doenças pode comprometer a classificação final do índice.

Com base nos resultados regionais, foram propostas recomendações específicas para os municípios, conforme suas classificações. Municípios com desempenho crítico ou ruim podem, por exemplo, mapear áreas sem cobertura de saneamento, investir em infraestrutura básica e saúde preventiva, eliminar lixões, intensificar o combate a vetores e criar comitês e diagnósticos intersetoriais. Já os municípios com desempenho moderado podem expandir redes, manter a infraestrutura existente, integrar a vigilância epidemiológica e ambiental, promover planos participativos e fortalecer parcerias com centros de pesquisa. Por sua vez, municípios com bom desempenho podem focar no monitoramento contínuo de indicadores, na busca por soluções inovadoras, na consolidação de políticas sustentáveis de longo prazo e na disseminação de boas práticas.

Entre as principais vantagens do modelo, foram elencadas a integração de dados quantitativos com maior realismo e flexibilidade, a capacidade de captar a interdependência entre saúde e saneamento, a sensibilidade às variações locais — permitindo diagnósticos mais fiéis — e a possibilidade de simulação de cenários e apoio à tomada de decisões prognósticas. Além disso, o modelo pode ser aplicado em qualquer cidade ou município. Como limitações, foram apontadas a dependência de dados secundários e o uso de um software pago, o Matlab.

Como considerações finais, a tese comprovou a validação da hipótese proposta, demonstrando que o IFSA é eficaz para avaliar a saúde ambiental urbana. A validação ocorreu a partir da seleção de indicadores relevantes, da construção do modelo e da comprovação do índice como instrumento de gestão urbana. Entre as aplicações futuras, destacam-se a expansão das modelagens com dados de qualidade do solo, do ar e da água; a inclusão de informações sobre eficiência do tratamento de esgoto e vulnerabilidade climática; a aplicação do índice em contextos urbanos e rurais distintos; a incorporação de variáveis socioeconômicas; a participação de especialistas e consultores ad hoc na modelagem Fuzzy; o apoio a políticas públicas integradas; o fortalecimento do controle social e da transparência; e o aumento da capacidade de resposta frente às desigualdades regionais.

A próxima reunião ordinária da CT-SAM será realizada no dia 9 de fevereiro de 2026, às 9h, por videoconferência. 

Outras 16 deliberações receberam aval em Plenária realizada em Extrema (MG); encontro também celebrou o recorde de quase R$ 75 milhões em repasses aos municípios em 2025

Investimentos de cerca de R$ 235 milhões para os próximos cinco anos, exclusivamente de recursos federais, foram aprovados pelos Comitês PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) nesta quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, durante a 34ª Reunião Ordinária dos colegiados (CBH-PCJ, PCJ FEDERAL e CBH-PJ1), realizada no 59º Batalhão da Polícia Militar, em Extrema (MG). Outras 16 deliberações também receberam o aval dos membros. A abertura do encontro contou com uma cerimônia para celebrar o recorde em repasse de quase R$ 75 milhões em recursos estaduais e federais em 2025, que totalizaram R$ 89 milhões considerando as contrapartidas dos tomadores (detalhes no final do texto).

Os valores aprovados são provenientes da Cobrança PCJ Federal (pelo uso da água em rios sob domínio da União nas Bacias PCJ) e constam no Plano de Aplicação Plurianual das Bacias PCJ (PAP PCJ) para o período de 2026 a 2030. No total, o plano prevê pouco mais de R$ 235 milhões, sendo R$ 33,9 milhões programados para 2026. O PAP PCJ orienta, em médio prazo, a aplicação de recursos federais em estudos, projetos e ações previstos no Plano das Bacias PCJ 2020–2035.

Outra deliberação aprovada altera o Plano de Ação e Programa de Investimentos (PA/PI) para a gestão dos recursos hídricos nas Bacias PCJ no quadriênio 2024 a 2027. O montante previsto é de R$ 162 milhões, sendo R$ 6,4 milhões da CFURH (Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos para Fins de Geração de Energia Elétrica) e R$ 155,6 milhões da Cobrança PCJ Paulista. Para 2026, estão programados R$ 25,9 milhões.

O secretário-executivo dos Comitês PCJ, Denis Herisson da Silva, destacou a importância do planejamento realizado pelos colegiados. “Nosso Plano de Bacias apresenta uma demanda expressiva por projetos e obras voltadas a especialmente à melhoria do tratamento do esgoto e redução de perdas de água por parte dos serviços de água do município. É fundamental termos esse planejamento para que os municípios possam realizar seus investimentos na busca tanto da quantidade quanto da qualidade de água. Só assim avançaremos rumo à sustentabilidade e segurança hídrica em nossas bacias”, afirmou.

A presidente do Comitê Mineiro e 1ª vice-presidente do PCJ Federal, Mylena Nascimento Rodrigues de Oliveira, valorizou a realização da plenária em Minas Gerais. “Estamos muito felizes em receber todos os paulistas na porção mineira das Bacias PCJ. É um intercâmbio importante entre mineiros e paulistas, mentes brilhantes pensando na qualidade e na quantidade de água. É admirável o rigor técnico dos Comitês PCJ, com apoio da Agência das Bacias, e o rigor econômico na aplicação do dinheiro pago pelos usuários. Como representante da Fiemg, fico muito tranquila em ver que os recursos estão sendo bem destinados e trazendo os resultados que precisamos”, avaliou.

Foi aprovado também o plano de trabalho e proposta orçamentária anual da Fundação Agência das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. O valor previsto para custeio e investimentos em 2026 é de R$ 42,6 milhões.

O diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sérgio Razera, ressaltou a importância das decisões tomadas. “Destaco a aprovação do Plano Plurianual, que prevê mais de R$ 230 milhões da Cobrança Federal para ações do Plano de Bacias. Continuaremos a contratar estudos, projetos e repassar recursos para os municípios, garantindo mais qualidade e quantidade de água nos nossos rios. Também discutimos pautas administrativas essenciais para os 76 municípios e mais de 6 milhões de habitantes das bacias”, explicou. Razera ainda comentou a situação hídrica da região. “Infelizmente, as chuvas estão muito abaixo do esperado. O Cantareira opera com menos de 20% da capacidade, o que preocupa para 2026. Mas a plenária foi um sucesso, aprovamos todas as deliberações e temos aí um longo caminho, muito trabalho para o ano de 2026”, afirmou.

Os membros dos colegiados deliberaram ainda pela adesão dos Comitês PCJ ao Programa IntegraBacias, desenvolvido pela cooperação entre a Semil, SP Águas e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O objetivo é promover integração entre os Planos de Bacias Hidrográficas (PBH) e o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH) 2028–2031, fortalecendo o planejamento hídrico em diferentes escalas, com abordagem integrada e orientada ao futuro.

A iniciativa busca consolidar uma visão de longo prazo para nortear investimentos, pactuações e ações prioritárias nos horizontes de curto, médio e longo prazo, reforçando o papel dos comitês como instâncias legítimas de governança da água.

Relatório de Situação

A plenária aprovou ainda o “Relatório de Situação dos Recursos Hídricos das Bacias PCJ 2025 – Ano Base 2024”, documento que avalia a eficácia dos Planos de Recursos Hídricos e subsidia as ações dos poderes executivos e legislativos nos âmbitos municipal, estadual e federal.

Empreendimentos

Foi aprovada também a deliberação que estabelece cronograma e regras para seleção de empreendimentos na área de saneamento a serem indicados para financiamento com recursos da Cobrança PCJ Paulista e da CFURH, referentes aos orçamentos de 2026 e 2027. A previsão de arrecadação é de cerca de R$ 22 milhões por ano. As inscrições são em fluxo contínuo e destinadas a prefeituras e autarquias de saneamento.

Recorde em 2025

Na abertura da Plenária, foi realizada uma cerimônia para celebrar o recorde de repasses realizados pelos Comitês PCJ e pela Agência das Bacias PCJ em 2025, que somaram quase R$ 75 milhões.

Ao todo, foram investidos cerca de R$ 88,9 milhões, somando recursos das Cobranças PCJ Federal e Paulista, CFURH e contrapartidas dos tomadores. Representantes de 17 deles estiveram presentes na plenária em Extrema (MG).

Na área de saneamento, foram 33 empreendimentos, abrangendo tratamento de esgoto, combate a perdas de água e elaboração de planos. Os Comitês repassaram R$ 73,7 milhões, com recursos da Cobrança PCJ Paulista e CFURH, enquanto os tomadores aportaram R$ 13,6 milhões, totalizando R$ 87,3 milhões investidos. Na área de proteção de mananciais, quatro empreendimentos receberam investimentos globais de R$ 1,6 milhão, sendo R$ 956 mil da Cobrança PCJ Federal e R$ 651,5 mil de contrapartida.

FOTOS GERAIS DA PLENÁRIA DOS COMITÊS PCJ

FOTOS DA CERIMÔNIA EM CELEBRAÇÃO AO RECORDE DE REPASSES FEITOS PELOS COMITÊS E AGÊNCIA PCJ EM 2025

Outras 16 deliberações receberam aval em Plenária realizada em Extrema (MG); encontro também celebrou o recorde de quase R$ 75 milhões em repasses aos municípios em 2025

Investimentos de cerca de R$ 235 milhões para os próximos cinco anos, exclusivamente de recursos federais, foram aprovados pelos Comitês PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) nesta quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, durante a 34ª Reunião Ordinária dos colegiados (CBH-PCJ, PCJ FEDERAL e CBH-PJ1), realizada no 59º Batalhão da Polícia Militar, em Extrema (MG). Outras 16 deliberações também receberam o aval dos membros. A abertura do encontro contou com uma cerimônia para celebrar o recorde em repasse de quase R$ 75 milhões em recursos estaduais e federais em 2025, que totalizaram R$ 89 milhões considerando as contrapartidas dos tomadores (detalhes no final do texto).

Os valores aprovados são provenientes da Cobrança PCJ Federal (pelo uso da água em rios sob domínio da União nas Bacias PCJ) e constam no Plano de Aplicação Plurianual das Bacias PCJ (PAP PCJ) para o período de 2026 a 2030. No total, o plano prevê pouco mais de R$ 235 milhões, sendo R$ 33,9 milhões programados para 2026. O PAP PCJ orienta, em médio prazo, a aplicação de recursos federais em estudos, projetos e ações previstos no Plano das Bacias PCJ 2020–2035.

Outra deliberação aprovada altera o Plano de Ação e Programa de Investimentos (PA/PI) para a gestão dos recursos hídricos nas Bacias PCJ no quadriênio 2024 a 2027. O montante previsto é de R$ 162 milhões, sendo R$ 6,4 milhões da CFURH (Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos para Fins de Geração de Energia Elétrica) e R$ 155,6 milhões da Cobrança PCJ Paulista. Para 2026, estão programados R$ 25,9 milhões.

O secretário-executivo dos Comitês PCJ, Denis Herisson da Silva, destacou a importância do planejamento realizado pelos colegiados. “Nosso Plano de Bacias apresenta uma demanda expressiva por projetos e obras voltadas a especialmente à melhoria do tratamento do esgoto e redução de perdas de água por parte dos serviços de água do município. É fundamental termos esse planejamento para que os municípios possam realizar seus investimentos na busca tanto da quantidade quanto da qualidade de água. Só assim avançaremos rumo à sustentabilidade e segurança hídrica em nossas bacias”, afirmou.

A presidente do Comitê Mineiro e 1ª vice-presidente do PCJ Federal, Mylena Nascimento Rodrigues de Oliveira, valorizou a realização da plenária em Minas Gerais. “Estamos muito felizes em receber todos os paulistas na porção mineira das Bacias PCJ. É um intercâmbio importante entre mineiros e paulistas, mentes brilhantes pensando na qualidade e na quantidade de água. É admirável o rigor técnico dos Comitês PCJ, com apoio da Agência das Bacias, e o rigor econômico na aplicação do dinheiro pago pelos usuários. Como representante da Fiemg, fico muito tranquila em ver que os recursos estão sendo bem destinados e trazendo os resultados que precisamos”, avaliou.

Foi aprovado também o plano de trabalho e proposta orçamentária anual da Fundação Agência das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. O valor previsto para custeio e investimentos em 2026 é de R$ 42,6 milhões.

O diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sérgio Razera, ressaltou a importância das decisões tomadas. “Destaco a aprovação do Plano Plurianual, que prevê mais de R$ 230 milhões da Cobrança Federal para ações do Plano de Bacias. Continuaremos a contratar estudos, projetos e repassar recursos para os municípios, garantindo mais qualidade e quantidade de água nos nossos rios. Também discutimos pautas administrativas essenciais para os 76 municípios e mais de 6 milhões de habitantes das bacias”, explicou. Razera ainda comentou a situação hídrica da região. “Infelizmente, as chuvas estão muito abaixo do esperado. O Cantareira opera com menos de 20% da capacidade, o que preocupa para 2026. Mas a plenária foi um sucesso, aprovamos todas as deliberações e temos aí um longo caminho, muito trabalho para o ano de 2026”, afirmou.

Os membros dos colegiados deliberaram ainda pela adesão dos Comitês PCJ ao Programa IntegraBacias, desenvolvido pela cooperação entre a Semil, SP Águas e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O objetivo é promover integração entre os Planos de Bacias Hidrográficas (PBH) e o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH) 2028–2031, fortalecendo o planejamento hídrico em diferentes escalas, com abordagem integrada e orientada ao futuro.

A iniciativa busca consolidar uma visão de longo prazo para nortear investimentos, pactuações e ações prioritárias nos horizontes de curto, médio e longo prazo, reforçando o papel dos comitês como instâncias legítimas de governança da água.

Relatório de Situação

A plenária aprovou ainda o “Relatório de Situação dos Recursos Hídricos das Bacias PCJ 2025 – Ano Base 2024”, documento que avalia a eficácia dos Planos de Recursos Hídricos e subsidia as ações dos poderes executivos e legislativos nos âmbitos municipal, estadual e federal.

Empreendimentos

Foi aprovada também a deliberação que estabelece cronograma e regras para seleção de empreendimentos na área de saneamento a serem indicados para financiamento com recursos da Cobrança PCJ Paulista e da CFURH, referentes aos orçamentos de 2026 e 2027. A previsão de arrecadação é de cerca de R$ 22 milhões por ano. As inscrições são em fluxo contínuo e destinadas a prefeituras e autarquias de saneamento.

Recorde em 2025

Na abertura da Plenária, foi realizada uma cerimônia para celebrar o recorde de repasses realizados pelos Comitês PCJ e pela Agência das Bacias PCJ em 2025, que somaram quase R$ 75 milhões.

Ao todo, foram investidos cerca de R$ 88,9 milhões, somando recursos das Cobranças PCJ Federal e Paulista, CFURH e contrapartidas dos tomadores. Representantes de 17 deles estiveram presentes na plenária em Extrema (MG).

Na área de saneamento, foram 33 empreendimentos, abrangendo tratamento de esgoto, combate a perdas de água e elaboração de planos. Os Comitês repassaram R$ 73,7 milhões, com recursos da Cobrança PCJ Paulista e CFURH, enquanto os tomadores aportaram R$ 13,6 milhões, totalizando R$ 87,3 milhões investidos. Na área de proteção de mananciais, quatro empreendimentos receberam investimentos globais de R$ 1,6 milhão, sendo R$ 956 mil da Cobrança PCJ Federal e R$ 651,5 mil de contrapartida.

FOTOS GERAIS DA PLENÁRIA DOS COMITÊS PCJ

FOTOS DA CERIMÔNIA EM CELEBRAÇÃO AO RECORDE DE REPASSES FEITOS PELOS COMITÊS E AGÊNCIA PCJ EM 2025

Atividade integrou a programação da 119ª Reunião Ordinária, realizada em 12 de dezembro, na CATI Campinas

12 de dezembro de 2025

Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre irrigação, a Câmara Técnica de Outorgas e Licenças (CT-OL) promoveu, no dia 12 de dezembro de 2025, a capacitação “Demanda Hídrica para Irrigação”, ministrada por Júlio César Thoaldo Romero, chefe de divisão da CATI Regional Presidente Prudente e doutor em irrigação.

No primeiro bloco, realizado no período da manhã, Romero apresentou uma síntese dos usos da água, com ênfase na agricultura. O palestrante abordou problemas de desperdício frequentemente observados em campo, como vazamentos em adutoras de sistemas de irrigação, além da prática da irrigação sem manejo adequado — ações que acabam concorrendo com outros setores ao retirar água de rios, nascentes ou aquíferos, muitas vezes sem necessidade.

“O primeiro bloco teve como objetivo quantificar os usos da água, desmistificar algumas crenças e apontar falhas existentes relacionadas ao uso inadequado, para que a água seja utilizada de forma mais responsável”, explicou Romero.

Já no segundo bloco, realizado no período da tarde, o palestrante tratou das outorgas e das variáveis que interferem nesse processo sob a ótica da agricultura. Também abordou a importância da umidade do solo e das estimativas da necessidade hídrica das culturas, de modo que os pedidos de outorga reflitam a realidade, além de destacar como os técnicos da SP Águas podem analisar os projetos com mais precisão, identificando possíveis gargalos.

Para Romero, a capacitação contribui para o alinhamento e a padronização das informações. “Trazer todas essas informações para os Comitês PCJ é fundamental para que a gente tenha dados padronizados, tanto sobre os gargalos relacionados às outorgas quanto sobre informações que, muitas vezes, são meias-verdades, mas que, repetidas diversas vezes, acabam se tornando difíceis de contestar. A academia me deu o conhecimento técnico-científico e o ingresso na CATI possibilitou aplicar esse conhecimento na prática. Fico honrado em poder compartilhá-lo”, afirmou.

Na avaliação da coordenadora da CT-OL, Ariana Rosa Bueno Damiano, a capacitação prepara os profissionais para enfrentar os desafios da escassez hídrica. “Temos observado, cada vez mais, a escassez hídrica nas Bacias PCJ. Outros estados já utilizam a demanda irrigada como base para a concessão de outorgas, e esse é um tema relativamente novo no estado de São Paulo, mas que precisamos desenvolver, pensando em alocação de água e, talvez, em outorgas compartilhadas. Como já temos o Sistema de Declarações das Condições de Uso de Captações (Sidecc) implantado na Bacia, percebemos muitas alterações nas outorgas. Antigamente, os pedidos eram feitos sem saber exatamente quanto se utilizava. No caso da irrigação, conhecer o solo, a cultura, o funcionamento do sistema, o método mais adequado e a real necessidade hídrica é fundamental para garantir o uso consciente da água”, destacou.

A próxima reunião ordinária da CT-OL está marcada para o dia 20 de fevereiro de 2026, às 9h, por videoconferência.

Assunto foi apresentado pela coordenadora da CT-AS, Deborah Lunardi, em encontro realizado na Rodhia, em Paulínia (SP)

10 de dezembro de 2025

O panorama do uso das águas subterrâneas nas Bacias PCJ foi o principal tema debatido durante a 108ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Uso e Conservação da Água na Indústria, realizada nesta quarta-feira, dia 10 de dezembro, na Rodhia (Grupo Solvay), em Paulínia (SP). A apresentação foi realizada pela coordenadora da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas, Deborah Lunardi, convidada pela coordenação da CT-Indústria. Além do uso dos recursos hídricos subterrâneos, ela também relatou os resultados do VIII Workshop de Águas Subterrâneas dos Comitês PCJ, promovido pela CT-AS nos dias 13 e 14 de novembro, na Unesp – Rio Claro.

O coordenador da CT-Indústria, Jorge Mercanti, destacou a importância do tema e o interesse em fortalecer a parceria entre as câmaras técnicas para o desenvolvimento de estudos e ações conjuntas. “Os motivos do convite foram vários. Primeiro, pela prestação de contas sobre o Workshop, do qual a CT-Indústria foi apoiadora. A Deborah fez uma excelente explanação, trazendo informações importantes, com temas de ponta, como uso de inteligência artificial. Também apresentou o cenário das águas subterrâneas nas Bacias PCJ. Aqui há diversas indústrias que usam essa fonte, então é importante conhecer o panorama para planejar. A partir dessa conversa, iniciaremos um trabalho conjunto entre CT-MH, CT-Indústria e CT-AS, no sentido de termos programas que contemplem as três câmaras técnicas. Foi um pleno êxito, um sucesso”, ressaltou.

Déborah enfatizou a relevância da integração entre as CTs e a preocupação crescente com os recursos subterrâneos em cenários de escassez hídrica vivenciados pela indústria e pela sociedade. “É muito significativo estarmos aqui contribuindo com uma pauta da CT-Indústria. Essa comunicação entre as câmaras traz integração e fortalece a gestão. Costumamos dizer que, antigamente, as águas subterrâneas eram uma alternativa de abastecimento para a indústria. Hoje vemos que, em alguns pontos, tornaram-se necessidade devido à escassez hídrica. Se não olharmos para a gestão das águas subterrâneas, poderemos sofrer consequências futuras para a produção industrial. É uma atenção que precisamos reforçar”, comentou.

Cantareira

Durante o encontro, Jorge Mercanti apresentou um breve panorama sobre a situação do Sistema Cantareira, que estava com 19,9% de sua capacidade no dia 10 de dezembro e deverá passar, a partir de janeiro, da faixa de restrição para a faixa especial. Ele também apresentou previsões meteorológicas, destacando a expectativa de chuvas nos próximos dias. Informou ainda que a média climatológica anual na estação da Replan, em Paulínia, foi de 1.043 milímetros entre dezembro de 2024 e novembro de 2025 — apenas 38 mm acima da média registrada em 2014 (1.005 mm).

Novo membro e despedida

A reunião contou ainda com a aprovação de um novo membro e a despedida do coordenador-adjunto da CT-Indústria, Vlamir Mitsuo Kanashiro, que está se aposentando da Rodhia este ano e deixará também a Diretoria Regional Campinas do CIESP, instituição que representa nos Comitês PCJ.

“Quero deixar meus agradecimentos pela oportunidade. Espero ter contribuído no trabalho da CT-Indústria e recomendo que continuem, porque é uma Câmara Técnica importante para a região. A indústria tem papel fundamental no cenário das águas — seja na utilização, preservação ou otimização — e muitas ideias nascem aqui e podem contribuir para a comunidade. Tenho esperanças de que os excelentes trabalhos continuarão nos Comitês PCJ”, destacou Kanashiro.

“Eu agradeço demais a sua colaboração, sua parceria e a amizade que desenvolvemos ao longo desses anos”, completou Mercanti.

O novo membro aprovado por unanimidade foi a empresa Miracema Nuodex Indústria Química, representada por Anderson Munhos Bandeira (titular) e Nicolas Munhos Bandeira (suplente).

Próxima reunião

A 109ª Reunião Ordinária da CT-Indústria está marcada para 11 de fevereiro, a partir das 9h, por videoconferência. Na ocasião, os membros finalizarão o Plano de Trabalho da CT para os anos de 2026 e 2027.

Reunião também tratou do movimento “Jovem, vem para o PCJ”, encontro das CTs de Educação Ambiental paulistas e do Mapa “Propriedade Rural Amiga da Água”

9 de dezembro de 2025

Uma avaliação sobre o encontro “Água e Sensibilização: fortalecendo a rede de Educação Ambiental nas Bacias PCJ” e a proposta de transformá-lo em um evento anual foram destaques da 135ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Educação Ambiental (CT-EA), realizada nesta terça-feira, 9 de dezembro, por videoconferência. As atividades foram conduzidas pela coordenadora-adjunta da CT-EA, Adriana Sacioto Marcantonio.

Realizado em 21 de outubro, em Louveira (SP), o encontro “Água e Sensibilização”  teve como foco a troca de experiências e boas práticas de educação ambiental relacionadas à água, destacando seu papel transformador na sociedade. Segundo Adriana, a repercussão positiva e o grande número de iniciativas inscritas motivaram a proposta da periodicidade anual e com realização nos períodos da manhã e da tarde. “Foi excelente, com experiências ricas e diversas, mas o tempo foi curto para trocas completas”, avaliou.

Os membros também sugeriram a criação de um caderno com os resumos das iniciativas apresentadas, bem como a implantação de uma plataforma virtual que reúna os projetos de educação ambiental das Bacias PCJ. “Que bom que foi presencial. Temos que valorizar olho no olho. Acho que não pode ficar nesse único encontro. Tem que ser contínuo, que a gente se estruture e se organize para ter esse cadastro”, destacou Kátia Gotardi, coordenadora de Gestão da Agência das Bacias PCJ. A proposta foi reforçada por Malu Palmieri, que considerou ideal a criação do ambiente virtual para registro e divulgação das experiências.

Jovem, vem para o PCJ!

Durante a reunião, foram apresentados repasses sobre a terceira edição do movimento, conduzidos por Kátia Gotardi e pela analista técnica Stefani Barros. Já foram selecionados 35 jovens de 23 entidades, juntamente com seus tutores, e realizadas as orientações iniciais. As reuniões com os participantes ocorrerão entre janeiro e fevereiro. Mais informações podem ser obtidas no “hotsite”  do projeto.

Integração das CT de Educação Ambiental
Adriana também relatou o encontro presencial “Integração das Câmaras Técnicas de Educação Ambiental do Estado de São Paulo – Diálogo Técnico para Comunicação e Capacitação no SigRH”, realizado em 3 de dezembro, na capital paulista, com participação de Kátia e Stefani.
Segundo a coordenadora-adjunta, o encontro foi “muito rico e bem estruturado”, com foco no fortalecimento das câmaras técnicas de EA. O material será enviado por e-mail aos membros da CT-EA e mais informações estão disponíveis no Portal Sigrh.

Mapa Rural Propriedade Amiga da Água

Outro repasse feito por Adriana e Kátia foi sobre a apresentação do “Mapa Propriedade Rural Amiga da Água”, realizado em 28 de novembro, em Campinas/SP. O projeto, que envolve a CT-Rural, CT-EA, CT-SAM e CT-Mananciais, vai ser desenvolvido tanto nos municípios paulistas quanto nos mineiros das Bacias PCJ.

Despedida

Na reunião, houve ainda a despedida deDanilo Resende de Moraes, que está deixando os Comitês PCJ neste mês, já que vai sair da DAE Jundiaí para trabalhar na Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) na Baixada Santista, onde foi convocado por meio de um concurso público.  “Quando a gente encontra pessoas que validam o nosso trabalho é gratificante demais”, disse Danilo, emocionado, agradecendo o apoio e o trabalho desenvolvido nos Comitês PCJ.

Danilo deixa a CT-EA e a CT-OL, e encerra sua suplência na CT-EA do CRH(Conselho Estadual dos Recursos Hídricos), onde representava a Prefeitura de Jundiaí. “Seu brilho é seu. Você fará a diferença onde for”, destacou Kátia. “Vamos sentir muito a sua falta”, completou Adriana.

Prêmio

Outro destaque foi o reconhecimento ao programa Educatrilha na Escola, desenvolvido pelo IPA (Instituto de Pesquisas Ambientais) e coordenado por Malu Palmieri, um dos vencedores do 9º Prêmio Ação Pela Água. Com 10 anos de atuação, o projeto já beneficiou mais de 15 mil pessoas e trabalha com diagnóstico da escola e da microbacia onde está inserida, promovendo ações alinhadas à sustentabilidade hídrica.

Próxima reunião

A próxima reunião da CT-EA (136ª Ordinária) está agendada para o dia 3 de fevereiro, a partir das 9h, por videoconferência. Na ocasião, os membros deverão finalizar o Plano de Trabalho da CT para 2026 e 2027.

Objetivo é finalizar nova minuta de deliberação no primeiro semestre de 2026

5 de dezembro de 2025

A discussão sobre os resultados da Oficina de Revisão da Política de Recuperação, Conservação e Proteção dos Mananciais foi a principal atividade da 10ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Conservação e Proteção dos Mananciais, realizada nesta sexta-feira, dia 5 de dezembro, por videoconferência. Neste mês, a Política completou dez anos desde a publicação de sua primeira deliberação.

O encontro foi conduzido pelo coordenador da CT-Mananciais, José Demarchi, que ressaltou que a meta é conseguir finalizar a minuta da nova deliberação no primeiro semestre de 2026. Após concluído, o documento será encaminhado para apreciação na Câmara Técnica de Planejamento e, em seguida, para votação final na plenária dos Comitês PCJ.

A oficina foi realizada no dia 18 de novembro, Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), em Piracicaba, em um processo que vem sendo construído de forma contínua, participativa e integrada pela CT-Mananciais, instituições parceiras e membros dos colegiados.  “Queremos uma atualização robusta, que faça sentido, que traga benefícios efetivos não só para o funcionamento da Política de Mananciais, mas para ganharmos velocidade e escala, facilitarmos a aplicação dos recursos e aprimorarmos processos e resultados, de modo a gerar impacto real e melhorar a nossa resiliência e segurança hídrica no território. Esse é o propósito”, comentou Demarchi.

Durante a reunião, houve debate sobre a elaboração e simplificação dos Projetos Integrais de Propriedades (PIP); do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas ou Alteradas (PRADA) e do CAR (Cadastro Ambiental Rural), e também sobre o prazo de execução das ações no campo.   Ainda foram discutidas ações de manejo de solo dentro da Política de Mananciais e parcerias com os produtores rurais. Uma das propostas quanto às práticas conservacionistas — como terraceamento e pequenas barragens — é estabelecer contrato com o produtor rural prevendo a permanência e a manutenção dessas estruturas por cinco anos, conforme destacou Miguel Milinski, coordenador-adjunto da CT-Mananciais.

O assessor ambiental da Agência das Bacias PCJ, Felipe Requena, propôs uma estratégia para reduzir o tempo de execução do PIP, sugerindo que a UCE (Unidade Coordenadora de Execução) assuma a execução do PIP e da prospecção, em vez de o município ser o tomador. Segundo Requena, essa mudança — que alteraria o fluxo interno da Agência — poderia diminuir o tempo de execução do projeto de quatro anos para dois.

Cristiano Krepsky, coordenador do GT-Áreas Protegidas, destacou a necessidade de incluir na Política incentivos para a elaboração de Planos de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) e apoio para a criação de novas unidades de conservação municipais e RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural). Também foi discutido o PMIF de Piracaia (SP), tema de audiência pública na semana anterior. Nathalia Kammer, da Simbiose, informou que o município é pioneiro e já apresenta resultados expressivos em menos de um ano, com avanços na abordagem junto aos produtores rurais focados no diálogo e não na autuação. Oficinas ajudaram a engajar a população, e a legislação local está sendo revista para adequar o instrumento do PMIF.

A coordenação da CT-Mananciais estuda a realização de uma segunda oficina ou de uma reunião extraordinária no primeiro semestre de 2026 para consolidar o processo de revisão. “Acho que ficamos com uma visão geral dos resultados. Ganhamos robustez ou, pelo menos, endosso para a estratégia. A ideia do programa do fogo, da patente, precisa estar. Monitoramento e indicadores obrigatoriamente precisam estar. Esse ‘gap’ do tempo e da possibilidade de outras instituições captarem e facilitarem os recursos são estratégias — o CAR e o PRADA. Todos esses pontos são nevrálgicos. Agora, precisamos nos debruçar em soluções para esses gargalos”, avaliou Demarchi. Grupos de trabalho deverão ser criados no início de 2026 para aprofundar as discussões e apresentar uma proposta concreta de minuta de deliberação.

A próxima reunião da CT-Mananciais (11ª Ordinária) está agendada para as 9h do dia 13 de fevereiro, por videoconferência.

Encontro aconteceu em 4 de dezembro, em Várzea Paulista

4 de dezembro de 2025

Com o objetivo de apresentar as novas regras para obtenção de recursos da Cobrança PCJ Paulista e CFURH (fontes que compõem o FEHIDRO), a Coordenação de Projetos da Agência das Bacias PCJ detalhou o novo regramento para o orçamento de 2026-2027. A reunião ocorreu no dia 4 de dezembro, em Várzea Paulista.

As alterações foram contextualizadas pelo coordenador Diogo Pedrozo e uma apresentação foi conduzida pela analista de projetos Lívia Modolo, que explicou o fluxo do processo de seleção, as regras gerais, a aplicação das diretrizes e a previsão de reabertura do processo. Ela também fez um balanço das atividades realizadas ao longo do ano. Em 2025 o GT-Análise de Empreendimentos realizou 10 reuniões, que resultaram em 29 empreendimentos analisados e 29 pareceres emitidos — desdobrados em 84 pareceres intermediários e finais. O processo resultou na indicação de 23 empreendimentos e 6 indeferimentos. A suspensão das inscrições ocorreu em agosto de 2025, porém a reabertura já está prevista para ser aprovada na plenária de 11 de dezembro deste ano.

Entre as novas regras destacam-se: 

  • a diminuição do valor máximo de financiamento permitido por empreendimento, que será divulgada anualmente no site da Agência;
  • a exigência de outorgas e licenças válidas para indicação do pleito;
  • restrição de apenas um empreendimento por tomador, por período orçamentário;
  • o impedimento da inscrição de tomadores com empreendimentos em atraso superior a dois anos, com mais de cinco contratos em execução e em inadimplência técnica. 

De acordo com o coordenador de Projetos, Diogo Pedrozo, as mudanças buscam dar mais dinamismo ao processo, com empreendimentos mais direcionados, bem estruturados e tomadores mais preparados para acompanhar sua execução.

 “Nos últimos anos, tivemos um acúmulo de saldo de recursos que, em 2025, resultou em um grande investimento, utilizando quase a totalidade dos saldos disponíveis para investimento. Diante desse contexto, a ideia foi criar regras mais restritivas, porém tecnicamente viáveis, para que os empreendimentos avancem em um nível mais profissional e efetivo”, explicou. 

O coordenador da CT-SA, Mateus Arantes, destacou a importância da transparência na apresentação das novas regras. “Aqui estão praticamente todos os tomadores de recursos dos Comitês PCJ, e é fundamental que eles conheçam as regras para evitar qualquer tipo de problema após a aprovação dos recursos, seja na análise do agente técnico ou na própria licitação. Por isso trazemos essa apresentação a todos os membros, para que todos tenham o mesmo nível de conhecimento”, avaliou. 

A próxima reunião da CT-SA será no dia 12 de fevereiro de 2026, às 9h, por videoconferência.

Programa terá início em 2026 com 35 participantes e novo formato

04 de dezembro de 2025


Com o objetivo de preparar jovens para atuarem na gestão dos recursos hídricos, os Comitês PCJ, por meio da Câmara Técnica de Educação Ambiental (CT-EA), lançam a terceira edição do programa “Jovem, vem para o PCJ”, em novo formato. Diferentemente das edições anteriores, que se concentravam em um evento anual, a nova proposta atual prevê a realização de um curso de formação com duração de até dois anos, voltado à preparação de jovens e adultos para atuarem nas atividades das Câmaras Técnicas dos Comitês conjuntamente com os atuais membros, conectando gerações para fortalecer o futuro da gestão hídrica.

Ao todo, o programa recebeu a inscrição de 41 interessados advindos de 23 entidades inscritas nos Comitês PCJ. Destes, 35 foram efetivadas, representando 20 instituições conforme listadas a seguir:

  1. Associação Ambiental Plantar
  2. Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Valinhos (AEAAV)
  3. Associação Serra do Itapetinga Movimento pela Biodiversidade e Organização dos Setores Ecológicos (SIMBiOSE)
  4. Centro de Estudos Ambientais – Universidade Estadual Paulista (CEA/UNESP Rio Claro)
  5. CMR Industria e Comercio LTDA 
  6. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil (CPRM/SGB) 
  7. Consórcio PCJ
  8. Departamento de Água e Esgoto de Jundiaí (DAE Jundiaí)
  9. Departamento de Água e Esgoto de Santa Bárbara d’Oeste (DAE Santa Bárbara d’Oeste)
  10. Faculdade de Engenharia Agrícola – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  11. Instituto de Geociências e Ciências Exatas – Universidade Estadual Paulista (IGCE/UNESP Rio Claro)
  12. Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA)
  13. Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)
  14. Prefeitura Municipal de Charqueada
  15. Prefeitura Municipal de Louveira
  16. Prefeitura Municipal de Mogi-Mirim/SP – Serviço Autônomo de Águas e Esgotos de Mogi-Mirim/SP (SAAE Mogi Mirim)
  17. Prefeitura Municipal de Vinhedo
  18. Rotary Club Distrito 4590, Rotaract Club de Mogi Mirim, Associação dos Rotary CLUBs do Distrito 4590 de Rotary International
  19. Serviço Municipal de Água e Esgoto (SEMAE)
  20. Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de Cambuí, Camanducaia, Extrema e Itapeva – SINMEC

A diversidade das instituições selecionadas reflete o caráter plural dos Comitês PCJ, com 12 instituições governamentais, sendo quatro representantes do segmento dos usuários de recursos hídricos e 19 entidades da sociedade civil.

A nova formatação do projeto foi debatida e aprovada durante a 127ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Educação Ambiental, realizada em 15 de outubro, por videoconferência. Com duração de até dois anos, o programa permitirá aos jovens um desenvolvimento continuado, com aquisição de conhecimento técnico sobre a gestão hídrica, vivências práticas, troca de experiências com profissionais que construíram a história da gestão das águas, além da ampliação da rede de contatos e da conexão direta com o funcionamento dos Comitês PCJ.

As inscrições ocorreram nos meses de setembro e outubro de 2025. Nesse período, cada instituição pôde indicar de um a três jovens por Câmara Técnica. A análise da documentação ficou a cargo da Coordenação de Gestão, em conjunto com o Grupo de Trabalho de Educomunicação da CT-EA.

A jornada do Jovem, vem para o PCJ será composta por cinco etapas:

  • Trilha de conhecimento,
  • Visitas técnicas, experiências práticas,
  • Participação nas reuniões plenárias
  • Promoção do diálogo entre gerações.

A mentoria terá início no primeiro trimestre de 2026, quando os jovens passarão a acompanhar as reuniões dos Comitês PCJ, ao lado de seus tutores, absorvendo os detalhes dos debates e o funcionamento do processo decisório. Os encontros presenciais estão previstos a partir de fevereiro de 2026.

A coordenadora de Gestão da Agência das Bacias PCJ, Kátia Gotardi, avaliou esta edição como positiva. Segundo ela, esta edição superou as expectativas. “Encerramos esta primeira etapa com a sensação de dever cumprido, com o sentimento bom de ver um projeto sair do papel e ganhar forma. Nada disso, porém, seria possível sem a confiança e a construção conjunta deste novo formato com os Comitês PCJ, especialmente com a CT-EA e o GT-Educomunicação”, avaliou


Reunião detalha cenário crítico, impactos para o abastecimento e desafios de gestão no período úmido

3 de dezembro de 2025

O baixo nível do Sistema Cantareira — que se encontra na faixa de restrição e registrava 20,5% de sua capacidade no dia 3 de dezembro — foi um dos principais assuntos debatidos durante a 274ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH). O encontro também tratou da gestão do reservatório durante o período úmido, iniciado neste mês, e do balanço da gestão do período seco, realizada pelos Comitês PCJ.

O encontro virtual foi realizado na manhã desta quarta-feira, dia 3 de dezembro, conduzido pelo coordenador da CT-MH, Alexandre Vilella, e contou com a presença do diretor da Agência SP Águas, Anderson Esteves, do especialista em Recursos Hídricos da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) Roberto Carneiro de Morais, e do secretário-executivo dos Comitês PCJ, Denis Herisson da Silva. No total, participaram 35 entidades (85% do total de membros), com 71 pessoas, entre representantes e ouvintes.

Desde 1º de dezembro, a gestão das descargas do Cantareira para as Bacias PCJ deixou de ser feita pelos Comitês PCJ, por meio da CT-MH, e foi assumida pelos órgãos gestores paulista e federal. A partir de janeiro, o Cantareira deverá mudar formalmente para a faixa “especial”, na qual a Sabesp poderá retirar apenas 15,5 m³/s para a Grande São Paulo.

Atualmente, na faixa de restrição, a Sabesp tem retirado até 23 m³/s, além da vazão transposta da Bacia do Rio Paraíba do Sul, de cerca de 7,5 m³/s. Em 2024, no dia 2 de dezembro, a capacidade do Cantareira era de 45% e, em 2023, era de 74,2%. Vilella considerou que a situação está “degradada” este ano. “Os números mostram a severidade do momento”, comentou.

“Quem acompanha no dia a dia, pôde verificar que, em vários momentos ao longo deste semestre e no último mês, a transposição do Paraíba foi acima da fluência natural. Então, vejam a importância dessa obra”, disse o coordenador da CT-MH.

Vilella apresentou ainda um balanço da gestão PCJ durante o período seco – entre junho e novembro. A cada ano, a outorga prevê uma cota de 158,1 bilhões de litros, porém, em 2025, foram utilizados 133,03 bilhões, o que corresponde a 84% do total. A economia, em relação ao ano anterior, foi de 11,45%. Desde 2017, quando a outorga entrou em vigor, a economia realizada pelos Comitês PCJ soma 239 bilhões de litros. “Isso mostra o esforço do PCJ não só este ano, mas desde 2017. Fechamos mais do que abrimos, justamente para preservar o máximo de água”, ressaltou.

O diretor da SP Águas avaliou o cenário atual. “Estamos passando por uma situação muito difícil. A partir do momento em que o Cantareira baixar de 20% e entrar na faixa especial, teremos que estabelecer um diálogo. Os Comitês PCJ têm feito a lição de casa — seja do ponto de vista do usuário, de prestação de serviço, buscando redução de perdas, seja do ponto de vista de vocês(Comitês PCJ), em que há economia, sim. Isso é nítido. Vocês estão preservando a água no reservatório. A Agência está à disposição, quer estabelecer um diálogo e a regra está posta para ser cumprida. Estamos aqui para trabalhar juntos”, afirmou Esteves.

Apresentações

Como ocorre tradicionalmente, além da situação do Cantareira, Vilella apresentou o cenário dos demais mananciais das Bacias PCJ, as condições hidrometeorológicas e ouviu os usuários sobre as ocorrências registradas durante o mês de novembro.

Uma delas foi a mortandade de peixes no Rio Jaguari, em Jaguariúna, em 16 de novembro, de forma rápida e pontual. A Cetesb foi comunicada no dia 19, mas não conseguiu identificar a fonte. Lúcio Lima, da Companhia, reforçou que situações como essa precisam ser comunicadas imediatamente para que seja possível identificar a causa.

Em Campinas, a Sanasa precisou interromper a captação no Rio Atibaia (Valinhos) em duas ocasiões de novembro, por quatro horas, devido à baixa qualidade da água, além de uma terceira interrupção na madrugada de 1º de dezembro. A empresa destacou que a vazão mínima de 10 m³/s é imprescindível para operar adequadamente. Em 1º de dezembro, às 8h20, o rio registrava vazão inferior a 9 m³/s.

Em Piracicaba e Rio Claro, foram registrados problemas de coloração esverdeada da água, causados por cianobactérias, nos dias 23, 24, 28 e 29 de novembro. No entanto, no Semae Piracicaba, não houve comprometimento do tratamento por turbidez. Análises da água bruta identificaram toxicidade, mas a potabilidade da água tratada foi confirmada.

Em Sumaré, a BRK também registrou eventos pontuais devido às baixas vazões e à concentração de nitrogênio amoniacal. Foi necessário interromper a captação nos dias 18 (10h às 12h) e 19 (5h às 8h), o que impactou o abastecimento de aproximadamente 70% do município. “Trabalhamos fortemente para que isso não volte a ocorrer, mas é um esforço que depende de todos”, observou Lúcio Lima.

A reunião contou ainda com a apresentação do coordenador do GT-Previsão do Tempo, Jorge Mercante, sobre as previsões meteorológicas, e da engenheira Karoline Dantas, da Sala de Situação PCJ, com dados referentes às chuvas e vazões de novembro/2025 e perspectivas para os próximos meses. Um dos destaques foi que 20 das 26 estações climatológicas registraram chuva abaixo da média histórica; e as vazões da maioria dos rios também ficaram abaixo da média.

Próxima reunião

A primeira reunião de 2026 da CT-MH está agendada para o dia 14 de janeiro, a partir das 9h, por videoconferência.

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