Apresentação foi feita pelo gestor ambiental Igor Serra durante a 118ª Reunião Ordinária, realizada por videoconferência
24 de outubro de 2025
Com o objetivo de destacar as características e desafios da Bacia do Rio Piracicaba, o gestor ambiental e especialista em gerenciamento de recursos hídricos Igor Alessandro Serra apresentou um detalhamento sobre a região durante a 118ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Outorgas e Licenças (CT-OL), realizada no dia 24 de outubro de 2025, por videoconferência.
Serra explicou que a Bacia do Rio Piracicaba é composta pelos rios Camanducaia, Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Atibaia e Corumbataí, tendo como principais afluentes os rios Jaguari, Atibaia e Corumbataí. Entre os impactos da bacia, destacou as poluições difusas, provenientes tanto de áreas urbanas, como lixo, esgoto e microplásticos, quanto rurais, como o uso de fertilizantes ricos em fósforo e nitrogênio. Esses compostos favorecem o processo de eutrofização, caracterizado pela multiplicação excessiva de algas, que pode causar morte de peixes e dificultar o tratamento da água para consumo humano, como ocorre na Represa de Salto Grande e no próprio Rio Piracicaba.
O técnico também ressaltou a importância das barragens de Pedreira e Duas Pontes, enfatizando a necessidade de cuidados com as margens e de um tratamento adequado da água para evitar que a eutrofização se repita nessas áreas. Serra destacou ainda que, embora a Bacia PCJ seja considerada organizada e disponha de recursos financeiros, provenientes do Fehidro e da cobrança pelo uso da água, a falta de vontade política ainda é um entrave para avanços significativos na qualidade dos corpos d’água. Como exemplo, mencionou o município de Sumaré, que não possui sistema de tratamento de esgoto, nem primário, secundário ou terciário, no Ribeirão Quilombo.
Outro caso citado foi o de Americana, apontado pelo membro da CT-OL João Marco Alves de Oliveira como um dos municípios mais afetados pela crise hídrica e pela piora na qualidade da água do Rio Piracicaba, seu único ponto de captação, localizado a jusante da Represa de Salto Grande. Apesar de o município possuir quase 100% de coleta e afastamento de esgoto, enfrenta dificuldades de eficiência na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Carioba e desafios operacionais decorrentes das 30 elevatórias em funcionamento, devido à topografia local. João Marco observou ainda que, embora a barragem inaugurada em 2020 contribua para manter o nível do rio durante a estiagem, a presença de algas e matéria orgânica tem sobrecarregado a Estação de Tratamento de Água (ETA).
Durante a reunião, a Secretaria Executiva dos Comitês PCJ também divulgou a agenda de eventos das próximas semanas, incluindo o 8º Seminário de Saúde Ambiental (29/10), o 8º Workshop de Águas Subterrâneas (13 e 14/11) e a Oficina para Revisão da Política de Recuperação de Mananciais (18/11). Além disso, foi aprovada a versão preliminar do Plano de Trabalho 2026-2027 da CT-OL, com itens divididos nas seguintes categorias: A — Demandas da Secretaria Executiva, B — Itens para Discussão e C — Eventos.
A próxima Reunião Ordinária da CT-OL será realizada no dia 12 de dezembro, às 9h30, de forma presencial, na Cati/Campinas.

