| Mês: outubro de 2025

Evento em Jundiaí (SP) reuniu especialistas e gestores para debater políticas públicas, tecnologias e governança na jornada da água — do manancial ao consumidor

A integração entre saúde ambiental, saneamento e gestão dos recursos hídricos foi o foco central do VIII Seminário de Saúde Ambiental dos Comitês PCJ, realizado na terça-feira (29/10), no auditório da DAE Jundiaí (SP). O encontro, promovido pela Câmara Técnica de Saúde Ambiental (CT-SAM) com apoio da Agência das Bacias PCJ, reuniu especialistas, gestores públicos e representantes de instituições de ensino e pesquisa para discutir caminhos para garantir a qualidade da água.

Com o tema “Assegurando a Jornada da Água – do Manancial ao Consumidor”, o evento abordou políticas públicas, inovação tecnológica e governança dos recursos hídricos diante de desafios como as mudanças climáticas, a pressão sobre os mananciais e as desigualdades territoriais.

Na abertura, o diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sergio Razera, ressaltou a singularidade da CT-SAM no contexto nacional e a importância de sua atuação para a saúde e o meio ambiente. “O PCJ é o único dos comitês federais que tem essa Câmara Técnica de Saúde Ambiental e ela é importantíssima, porque água é saúde para as pessoas e para o meio ambiente também. Tudo isso é fundamental para que a gente colete bem, trate e distribua essa água com qualidade para a população, mas também preserve o manancial, devolvendo para ele um esgoto tratado com qualidade. Isso é fundamental. Novas tecnologias, novas capacidades, novas maneiras de fazer. É isso tudo o que significa o evento da CT-SAM”, destacou Razera.

O secretário-executivo dos Comitês PCJ, Denis Herisson, reforçou o caráter inovador da CT-SAM e o papel da integração técnica e científica nas discussões sobre a segurança da água. “Os Comitês PCJ têm essa iniciativa inédita de possuir uma câmara técnica relacionada à saúde ambiental. Isso permite que a gente trate da água desde o manancial até a torneira do usuário, unindo ciência, tecnologia e gestão pública.  Estamos preocupados não apenas com os aspectos quantitativos, mas principalmente com os qualitativos: como essa água chega com segurança para o consumidor final”, afirmou.

Para a coordenadora da CT-SAM, Roseane Garcia de Souza, o seminário ampliou a visão sobre os riscos e responsabilidades na jornada da água, ao reunir diferentes olhares e setores. “O evento trouxe um panorama completo, do manancial ao consumidor, trabalhando toda a questão da gestão de risco. Como próximos passos, vamos retomar as apresentações nas reuniões da CT-SAM, aprofundar as discussões e transformar os temas abordados em propostas concretas”, explicou.

A coordenadora-adjunta da CT-SAM, Cassiana Coneglian, destacou a importância de discutir a qualidade da água bruta no evento e de valorizar as boas práticas locais apresentadas no “Pitch da Água”, que encerrou o encontro. “As palestras mostraram o quanto precisamos focar no manancial. Não basta ter tecnologias de ponta — a facilidade de tratar a água depende da qualidade da água bruta. O Pitch da Água evidenciou pequenas ações que estão sendo realizadas nas Bacias PCJ e que fazem grande diferença para a qualidade e segurança da água”, avaliou.

ABERTURA E MESAS REDONDAS

O evento contou com a participação de Luiz Roberto Del Gelmo, presidente da DAE Jundiaí, que participou da abertura institucional ao lado de representantes da Agência e Comitês PCJ, Sergio Razera, Denis Herisson e Roseane de Souza.

As mesas redondas reuniram diversos especialistas e profissionais do setor. A Mesa I – Políticas Públicas de Mananciais para Abastecimento de Água, moderada por Diego de Oliveira Pinto (Sanasa e membro da CT-SAM), contou com apresentações de Afonso Peche (pesquisador científico do Instituto Agronômico de Campinas – IAC), Alexandra Facciolli Martins (promotora de Justiça do Gaema Piracicaba) e Sergio Razera (diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ).

Na Mesa II – Tecnologias de Tratamento de Água, sob moderação de Karen Cristina Tasaka (DAE Jundiaí e membro da CT-SAM), os palestrantes foram Prof. Dr. Sidney Seckler Ferreira Filho e Dr. José Carlos Mierzwa, ambos da Escola Politécnica da USP, que abordaram inovações e tecnologias para o futuro do consumo humano e do reuso de água.

Encerrando as discussões, a Mesa III – Gestão dos Recursos Hídricos e Segurança no Saneamento, moderada pelo Prof. Mauricio Cruz Mantoani (CENA/USP), contou com apresentações de Roseane Maria Garcia Lopes de Souza (ABES-SP e CT-SAM/PCJ), Rodrigo Lopes de Freitas Leitão (diretor técnico-operacional da ARES-PCJ) e Adam Pinto (superintendente da Funasa-SP), que destacaram temas como planos de segurança da água, regulação e doenças relacionadas ao saneamento inadequado.

O evento consolidou o espaço da CT-SAM e Comitês PCJ como fórum estratégico para promover conhecimento, integração e boas práticas em prol da saúde ambiental e da segurança hídrica nas Bacias PCJ.

Apresentação foi feita pelo gestor ambiental Igor Serra durante a 118ª Reunião Ordinária, realizada por videoconferência

24 de outubro de 2025

Com o objetivo de destacar as características e desafios da Bacia do Rio Piracicaba, o gestor ambiental e especialista em gerenciamento de recursos hídricos Igor Alessandro Serra apresentou um detalhamento sobre a região durante a 118ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Outorgas e Licenças (CT-OL), realizada no dia 24 de outubro de 2025, por videoconferência.

Serra explicou que a Bacia do Rio Piracicaba é composta pelos rios Camanducaia, Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Atibaia e Corumbataí, tendo como principais afluentes os rios Jaguari, Atibaia e Corumbataí. Entre os impactos da bacia, destacou as poluições difusas, provenientes tanto de áreas urbanas, como lixo, esgoto e microplásticos, quanto rurais, como o uso de fertilizantes ricos em fósforo e nitrogênio. Esses compostos favorecem o processo de eutrofização, caracterizado pela multiplicação excessiva de algas, que pode causar morte de peixes e dificultar o tratamento da água para consumo humano, como ocorre na Represa de Salto Grande e no próprio Rio Piracicaba.

O técnico também ressaltou a importância das barragens de Pedreira e Duas Pontes, enfatizando a necessidade de cuidados com as margens e de um tratamento adequado da água para evitar que a eutrofização se repita nessas áreas. Serra destacou ainda que, embora a Bacia PCJ seja considerada organizada e disponha de recursos financeiros, provenientes do Fehidro e da cobrança pelo uso da água, a falta de vontade política ainda é um entrave para avanços significativos na qualidade dos corpos d’água. Como exemplo, mencionou o município de Sumaré, que não possui sistema de tratamento de esgoto, nem primário, secundário ou terciário, no Ribeirão Quilombo.

Outro caso citado foi o de Americana, apontado pelo membro da CT-OL João Marco Alves de Oliveira como um dos municípios mais afetados pela crise hídrica e pela piora na qualidade da água do Rio Piracicaba, seu único ponto de captação, localizado a jusante da Represa de Salto Grande. Apesar de o município possuir quase 100% de coleta e afastamento de esgoto, enfrenta dificuldades de eficiência na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Carioba e desafios operacionais decorrentes das 30 elevatórias em funcionamento, devido à topografia local. João Marco observou ainda que, embora a barragem inaugurada em 2020 contribua para manter o nível do rio durante a estiagem, a presença de algas e matéria orgânica tem sobrecarregado a Estação de Tratamento de Água (ETA).

Durante a reunião, a Secretaria Executiva dos Comitês PCJ também divulgou a agenda de eventos das próximas semanas, incluindo o 8º Seminário de Saúde Ambiental (29/10), o 8º Workshop de Águas Subterrâneas (13 e 14/11) e a Oficina para Revisão da Política de Recuperação de Mananciais (18/11). Além disso, foi aprovada a versão preliminar do Plano de Trabalho 2026-2027 da CT-OL, com itens divididos nas seguintes categorias: A — Demandas da Secretaria Executiva, B — Itens para Discussão e C — Eventos.

A próxima Reunião Ordinária da CT-OL será realizada no dia 12 de dezembro, às 9h30, de forma presencial, na Cati/Campinas.

Encontro em Rio Claro discutirá o papel da inovação e da integração na gestão sustentável das águas subterrâneas

A Câmara Técnica de Águas Subterrâneas (CT-AS) dos Comitês PCJ promoverá, nos dias 13 e 14 de novembro de 2025, o VIII Workshop de Águas Subterrâneas, com o tema central “Inovações na Gestão de Recursos Hídricos Subterrâneos”. O encontro será realizado de forma presencial no Auditório do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro (SP).

O evento visa fortalecer a governança hídrica, estimular a troca de experiências e fomentar a integração entre os diversos atores envolvidos na gestão das águas subterrâneas, promovendo discussões sobre soluções, desafios e inovações para o setor. O encontro reunirá pesquisadores, técnicos, gestores públicos, representantes do setor produtivo e da sociedade civil em um espaço de aprendizado e compartilhamento sobre os avanços e desafios relacionados ao uso sustentável das águas subterrâneas.

A programação contará com palestras e mesas de debate, abordando desde o uso da Inteligência Artificial e de modelagens numéricas aplicadas à gestão hídrica, até experiências inovadoras de monitoramento em bacias hidrográficas. A proposta é fomentar reflexões e compartilhar soluções que possam fortalecer a governança das águas subterrâneas no Brasil.

Segundo Deborah Lunardi, coordenadora da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas (CT-AS), trazer o tema das inovações é estratégico neste momento. “A gestão das águas subterrâneas demanda respostas rápidas e eficientes diante de cenários de escassez e pressão sobre os recursos hídricos. As inovações tecnológicas, quando aplicadas com responsabilidade, tornam-se ferramentas fundamentais para aprimorar diagnósticos, monitorar tendências e subsidiar decisões mais assertivas”, destacou.

Para Marcela Aragão, coordenadora-adjunta da CT-AS, a integração entre diferentes atores é um dos pontos centrais deste workshop. “A gestão das águas não se faz de forma isolada. É essencial integrar instituições de pesquisa, órgãos gestores, setor produtivo e sociedade civil, pois cada um possui informações e experiências que, somadas, fortalecem a governança hídrica e possibilitam avanços concretos”, afirmou.

Já Julia Noale, coordenadora do Grupo de Trabalho de Comunicação da CT-AS e responsável pela organização do evento, destaca o cuidado na construção da programação. “Buscamos construir uma programação que valorize tanto a dimensão técnica quanto a participativa. Garantir a troca de experiências, promover debates abertos e criar espaços de interação foi fundamental para assegurar que este workshop cumpra seu papel de aproximar ciência, gestão e sociedade”, ressaltou.

Além das apresentações e discussões, o evento contará com a participação de especialistas de diversas instituições e terá um coquetel de abertura, momento de confraternização para reforçar a importância da cooperação e do diálogo contínuo entre os diferentes segmentos envolvidos na gestão dos recursos subterrâneos.

A participação é gratuita, e as inscrições já estão abertas pelo link: https://bit.ly/VIII_Workshop_AS

Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail: ctas@comites.baciaspcj.org.br

SERVIÇO

VIII Workshop de Águas Subterrâneas dos Comitês PCJ

Tema: “Inovações na Gestão de Recursos Hídricos Subterrâneos

Datas e horários: 13 de novembro de 2025 (das 8h30 às 17h00) e 14 de novembro (das 9h00 às 13h00)

Local: Universidade Estadual Paulista (UNESP Rio Claro) – Anfiteatro do Instituto de Geociências e Ciências Exatas

Endereço: Av. 24 A, 1515, Bela Vista, Rio Claro (SP)

Inscrições gratuitas: https://bit.ly/VIII_Workshop_AS

Realização: CT-AS (Câmara Técnica de Águas Subterrâneas) / Comitês PCJ

Apoio: Agência das Bacias PCJ e Câmaras Técnicas de Monitoramento Hidrológico(CT-MH) e de Uso e Conservação da Água na Indústria (CT-Indústria)

Informações para a imprensa: comunicapcj@agencia.baciaspcj.org.br

Programação

13/11/2025 – MANHÃ

08h30 – Credenciamento e café da manhã 

09h00 – Abertura  

Denis Herisson da Silva – Secretário-executivo dos Comitês PCJ

Deborah do Valle Nuvens Lunardi – Coordenadora da CT-AS

Marcela Aragão de Carvalho Ramos – Coordenadora-adjunta da CT-AS

Elíris Cristina Rizziolli – Diretora do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da UNESP de Rio Claro

10h00 – Palestra: “Inteligência Artificial Aplicada ao Estudo e à Gestão das Águas

Subterrâneas”

Palestrante: Clyvihk Renna Camacho (SGB) 

10h30 – Palestra: “Do Dado à Decisão: Aplicando IA e Modelos Numéricos na Gestão

dos Recursos Hídricos Subterrâneos”

Palestrante: Marcio Costa Alberto (GeoInovações) 

11h00 – Debate

Moderadora – Ana Elisa Silva de Abreu (UNICAMP) 

13/11/2025 – TARDE

14h00 – Palestra: “Ferramentas de Gestão e Monitoramento de Recursos Hídricos”

Palestrante: Rafael Chasles (SP Águas) 

Do Sensor ao Resultado: “Como o Monitoramento Hidrogeológico Transforma a Gestão da Água e Cria Novas Oportunidades de Negócio nas Bacias PCJ”

Palestrante: Fernando Mancini Oliveira (Afira Tecnologia)

15h00 – Café da tarde 

15h30 – Palestra: “Monitoramento do Aquífero Cristalino em Campinas com a

Aplicação de Inteligência Artificial”

Palestrante: Ana Elisa de Abreu (UNICAMP) 

16h00 – Debate

Moderador – José Luiz Albuquerque Filho (IPT)  

19h00 – Coquetel*

14/11/2025 – MANHà

09h00 – Recepção e Café da manhã 

09h30 – Palestra: “Evoluções Recentes em Estudos Hidrogeológicos com Traçadores

Naturais”

Palestrante: Edson Wendland (USP) 

10h30 – Palestra: “Uma Visão Holística do Ciclo Hidrológico para Apoiar a Gestão

Integrada dos Recursos Hídricos”

Palestrante: Carolina Quaggio (UNESP) 

11h30 – Palestra: “Sistema de Suporte à Decisão como Solução Integrada para Crises

Hídricas em Cidades Resilientes”

Palestrante: Carlos Tadeu Gamba (IPT)  

12h30 – Encerramento

(*) Informações sobre o local do coquetel podem ser verificadas diretamente com a organização do evento pelo e-mail ctas@comites.baciaspcj.org.br.

Reunião na Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), também debateu a revisão da Política de Mananciais PCJ

22 de outubro de 2025

Soluções para a sustentabilidade hídrica no abastecimento público de água dos municípios paulistas de Piracicaba e Rio Claro foram alguns dos principais temas debatidos na 9ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Conservação e Proteção dos Mananciais (CT-Mananciais), realizada nesta quarta-feira, 22 de outubro, na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP).

Outro ponto de destaque na primeira parte do encontro foi a necessidade de os membros da CT-Mananciais se debruçarem sobre a revisão da Política de Proteção e Conservação de Mananciais dos Comitês PCJ, conforme enfatizou o coordenador da Câmara Técnica, João Demarchi. Uma oficina específica para essa finalidade será realizada no dia 18 de novembro, em Piracicaba.

A Política é o instrumento que a Câmara Técnica usa como forma de definir claramente as ações, o que se pode fazer para a mudança do território das Bacias PCJ e como os investimentos dos recursos da cobrança sejam aplicados de forma efetiva para a proteção dos mananciais e garantia de suprimento hídrico.

“Dentro dessa conversa, destacamos a proposta de cinco programas: o I e o II, que permanecem como são hoje, com alguns aprimoramentos; o III e o IV, que serão fundidos em um novo Programa III; e o IV, que passará a tratar dos reservatórios novos, do Sistema Cantareira e do Corumbataí, já previsto. A discussão é sobre como tratar as áreas de contribuição desses reservatórios e garantir que recebam água de qualidade e em quantidade. O Programa V é voltado ao monitoramento da política, com indicadores e metas, tanto de processos quanto de resultados. Outro destaque nessa atualização é o componente humano: a necessidade de investir em tratativas com os produtores rurais, promover a compreensão sobre as intervenções e oferecer assessoria aos municípios que possuem equipes reduzidas ou com pouca qualificação para acompanhar o processo”, explicou Demarchi.

Palestra

O debate sobre a sustentabilidade hídrica contou com palestra de Rinaldo Calheiros, pesquisador científico aposentado do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e consultor em recursos hídricos. O especialista defende ações de desassoreamento dos mananciais para garantir água na região. “Enfatizamos a importância de adotar ações emergenciais nos municípios em que já se prevê colapso do abastecimento público. Apresentamos os casos de Piracicaba e Rio Claro, cujos mananciais — o Rio Corumbataí, em Piracicaba, e o Ribeirão Claro, em Rio Claro — já apresentam estudos indicando que, até 2030, a disponibilidade hídrica não será suficiente para atender toda a população, considerando o crescimento vegetativo. O desassoreamento é uma ação cirúrgica e emergencial, que busca minimizar a falta de água prevista para os próximos anos ou, ao menos, reduzir seus impactos”, explicou Calheiros. Os membros da CT-Mananciais endossaram a relevância do tema e defenderam a ampliação dessas discussões. A mesma palestra já foi apresentada na CT-Rural e na Câmara Municipal de Piracicaba e, no dia 13 de novembro, será levada ao Conselho da Região Metropolitana de Piracicaba.

Viveiro

Após a reunião, os participantes visitaram o viveiro de mudas da Associação Jaguatibaia, localizado em área da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna. A atividade foi guiada pelo presidente da Jaguatibaia, o ambientalista José Carlos Perdigão.  Criado em 2016, o projeto é voltado à produção e distribuição de espécies nativas da Mata Atlântica, com foco na restauração ecológica e na educação ambiental.

“Tivemos uma grata surpresa de visitar o viveiro da Jaguatibaia – uma estrutura excepcional, com perspectivas de construção de um centro de educação ambiental. A cadeia da restauração é um tema extremamente importante, que precisa ser aprimorado para a garantia da restauração e do fornecimento de mudas de sementes”, ressaltou Demarchi.

Na avaliação do coordenador-adjunto da CT-Mananciais, Miguel Milinski, o encontro teve resultados muito positivos. “Foi uma reunião muito produtiva. De manhã falamos sobre a atualização da Política de Proteção e Conservação dos Mananciais. Depois, tivemos uma brilhante apresentação do Rinaldo, que falou sobre a escassez hídrica nos municípios de Rio Claro e Piracicaba, inclusive oferecendo as soluções na qual os membros da CT-Mananciais endossaram a importância de ampliar as discussões. E ainda conhecemos o viveiro da Jaguatibaia, com a explicação maravilhosa do Perdigão. Então só tenho a agradecer – foi uma reunião perfeita e produtiva”, concluiu.

Próxima reunião

A próxima reunião ordinária da CT-Mananciais (10ª) está agendada para o dia 5 de dezembro, a partir das 9h, por videoconferência.

Promovido pela Câmara Técnica de Educação Ambiental, evento reuniu mais de 80 participantes

21 de outubro de 2025

A Câmara Técnica de Educação Ambiental (CT-EA) dos Comitês PCJ realizou, em 21 de outubro, em Louveira, o encontro “Água e Sensibilização: fortalecendo a rede de Educação Ambiental nas Bacias PCJ”. O evento gratuito promoveu a troca de experiências e boas práticas de educação ambiental relacionadas à água, destacando o papel transformador da educação ambiental na sociedade.

O encontro foi estruturado em rodas de conversa, nas quais cada grupo discutiu um tema e seus respectivos projetos:

Grupo 1 – Educação Ambiental em Escolas: Ecociente, Escolas Climáticas, Conhecer para Preservar, EducaTrilha na Escola, Escola Verde e Canteiros Agroecológicos;

Grupo 2 – Visitas a Espaços Educativos: Museu da Água, Águas de Jundiaí, Casa Mais Sustentável, Sanebavi, Parque Vivo e Verde, e DAAE na Escola;

Grupo 3 – Educação Ambiental com a Comunidade: Curso d’Água Mais Próximo, Vozes do Território, Orixá Não Gosta de Lixo, Água: Fonte de Vida e De Olho nos Rios.

Marina Formis de Oliveira, da Secretaria Municipal de Educação de Jundiaí, participou do grupo 1 e salientou a importância da atividade. “A nossa roda foi muito rica, conseguimos entender desafios e incoerências existentes em diversos territórios, mas também conseguimos traçar algumas soluções. Enquanto grupo, destacamos bastante a questão da territorialidade e da formação de grupos e coletivos para desenvolver um bom trabalho de educação ambiental. Saio fortalecida com a certeza de que o trabalho coletivo e a escuta dos territórios são caminhos essenciais.”

Débora de Paula Papani, do Consórcio PCJ, compôs o grupo 2 e destacou o cuidado com as pessoas em vulnerabilidade: “Falamos muito sobre saneamento e como ele chega à população, mas às vezes esquecemos das pessoas que não têm esse acesso, que são os moradores das favelas. Todos relatam dificuldades, questões orçamentárias, de recursos humanos em cada um dos projetos e o que ficou pra mim é esse olhar que a gente vai ter que ter um pouquinho mais de cuidado de como levar todos esses assuntos, trazer um projeto de relevância para esta parcela da população que está desassistida.”

José Jorge Guedes de Camargo, da Pastoral da Ecologia Integral, que participou do Grupo 3, avaliou o evento como uma oportunidade valiosa: “A troca de experiência por si só já é muito rica. Acredito que nós temos muitas experiências, muitas possibilidades e a gente pode conversar e nos fortalecer. Essa oportunidade de estar junto e conversar é excepcional. Valeu muito a pena vir.”

Para a coordenadora da Câmara Técnica de Educação Ambiental, Ana Lúcia Floriano Rosa Vieira, o evento amplia as possibilidades de atuação e fortalece as práticas de saúde ambiental já realizadas. “Conectar redes e iniciativas propicia um alinhamento informativo e um movimento cultural, em que as pessoas passem a ter um olhar mais atento para as questões da bacia. A divisão dos temas permitiu explorar a educação ambiental em diferentes contextos — formais e não formais — como escolas, espaços educadores e ações comunitárias. São temas que dialogam entre si, mas que também têm suas especificidades, e a troca de experiências ajuda a valorizá-las.”

O secretário executivo dos Comitês PCJ, Denis Herisson da Silva, ressaltou a importância da troca de experiências entre os grupos: “A Câmara Técnica de Educação Ambiental discute assuntos transversais, e a realização deste evento demonstra a dedicação e o interesse da CT em ampliar o debate sobre o tema, fundamental para que os municípios aprendam uns com os outros.”

Evento destacou experiências municipais e apresentou subsídios para a revisão da Política de Mananciais

17 de outubro de 2025

O VI Seminário de Áreas Protegidas das Bacias PCJ, realizado em 17 de outubro, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), reuniu cerca de 100 representantes de órgãos públicos, universidades, organizações da sociedade civil e do setor privado para debater experiências e soluções voltadas à conservação e restauração das áreas naturais no território PCJ.

Promovido pela Câmara Técnica de Conservação e Proteção dos Mananciais (CT-Mananciais) dos Comitês PCJ, o encontro teve como tema “Compartilhando e conectando experiências para a conservação e restauração das áreas naturais” e se consolidou como um importante espaço de troca de conhecimento sobre estratégias de conectividade ecológica e gestão integrada dos mananciais.

A programação começou com uma mesa de abertura que contou com a presença do secretário-executivo do CBH-PCJ e do PCJ Federal, Denis Herrison da Silva; do presidente da Fundação José Pedro de Oliveira, Rogério Menezes; e da diretora-executiva de Planejamento Integrado da Unicamp, Gabriela Marques Romero. Em seguida, foram realizadas quatro mesas temáticas. A primeira apresentou projetos de restauração da paisagem e corredores ecológicos em Campinas, com participação de representantes da Fundação José Pedro de Oliveira e da Conservação Internacional Brasil. Na sequência, a mesa sobre projetos de conectividade na região de Piracicaba reuniu técnicos das prefeituras de Piracicaba e São Pedro, além de integrantes do Projeto Corredor Caipira.

No período da tarde, especialistas da Fundação Florestal abordaram o planejamento e a gestão do território em Áreas de Proteção Ambiental (APAs), destacando os desafios de conciliar conservação e uso sustentável dos recursos naturais. Encerrando a programação, a Agência das Bacias PCJ e a CT-Mananciais apresentaram subsídios para a revisão da Política de Mananciais dos Comitês PCJ, com falas do coordenador da CT, João Demarchi, e das técnicas da Assessoria Ambiental, Bruna Petrini e Camila Costa de Souza.

Segundo João Demarchi, o evento representou um momento estratégico para avaliação e aprimoramento das ações da Câmara Técnica. “Para nós, da CT-Mananciais, a importância desse evento é fazer uma revisão do trabalho que fizemos nesses dez anos e conseguir acrescentar — e se for o caso até omitir — algumas coisas que propusemos inicialmente, para que a gente ganhe mais escala e eficiência no uso dos recursos da cobrança pelo uso da água na restauração, proteção e conservação das áreas naturais. Com essas apresentações dos municípios de Campinas, Piracicaba e São Pedro, verificamos que, principalmente os que têm mais estrutura, já avançaram nessa questão, e mesmo os menores vêm evoluindo bastante. Vamos usar essa experiência apresentada aqui e o know-how que obtivemos com o termo de referência executado no ano passado para reconstruir os Programas 3 e 4 da Política de Mananciais, garantindo mais eficiência na proteção dos territórios”, explicou.

O coordenador-adjunto da CT-Mananciais, Miguel Milinski, destacou a ampliação do olhar sobre o tema da conservação. “O seminário é sobre áreas protegidas, porém, nós estamos falando também em áreas naturais. Não estamos preocupados somente com as áreas protegidas. No próprio chamamento do evento há destaque para a conexão e a conectividade entre as áreas naturais. Isso é o que achei mais importante do seminário: estamos indo além do que é protegido.”

Para o coordenador do GT-Áreas Protegidas, Cristiano Krepsky, o evento reafirmou a importância de unir ciência, gestão e participação social. “O grupo de trabalho se reuniu para pensar o seminário e demonstrou essa vontade de conversar sobre como podemos avançar na recuperação de áreas dentro das bacias e no estabelecimento de corredores ecológicos. Esse tema contribui tanto para a conservação dos fragmentos e das áreas de vegetação nativa quanto para a produção e a qualidade da água. Chegamos à sexta edição do seminário com uma participação muito interessante e diversa, o que mostra que os municípios também sentem essa importância. Esperamos que o evento possa contribuir para integrar cada vez mais as agendas de conservação e recuperação das áreas naturais aos programas do Plano de Bacias e à conservação dos recursos hídricos.”

Já o secretário-executivo dos Comitês PCJ, Denis Herrison da Silva, ressaltou a relevância de tratar a conservação e a restauração como parte essencial da gestão das águas. “É uma iniciativa importante, uma vez que hoje os Comitês PCJ veem como tão importantes quanto os trabalhos na área de saneamento o esforço voltado à preservação das áreas protegidas e à sua restauração, principalmente das matas ciliares, das APPs e das reservas legais, principalmente quanto às boas práticas agropecuárias”, avaliou.

O seminário foi realizado pela CT-Mananciais dos Comitês PCJ, com apoio da Agência das Bacias PCJ, da Fundação José Pedro de Oliveira (Mata de Santa Genebra) e da Unicamp. As atividades ocorreram no Auditório da FECFAU (Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo).

Objetivo é avaliar a possibilidade de aplicá-lo também em rios das Bacias PCJ

9 de outubro de 2025

O projeto implantado em novembro de 2021, que resultou na melhora da qualidade da água do Rio Pinheiros, em São Paulo, foi o principal tema debatido na 130ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Saneamento, realizada nesta quinta-feira, dia 9 de outubro de 2025, por videoconferência.

Segundo o coordenador da CT-SA, Mateus Arantes, a sugestão do assunto havia sido feita pelo coordenador de Projetos da Agência PCJ, Diogo Pedrozo, visando avaliar a possibilidade de aplicar o mesmo projeto em rios das Bacias PCJ que enfrentam problemas de qualidade da água, especialmente durante o período de estiagem.

A iniciativa “Projeto Rio Pinheiros – Case de Sucesso de injeção de oxigênio Super Saturado e melhoria da qualidade da água” foi apresentada pela diretora técnica da empresa norte-americana Character, Paula Vilela. A multinacional possui fábricas em Itatiba (SP) e em Vitória (ES).

Paula explicou que a ação utilizou a tecnologia SDOX® da ChartWater para injetar oxigênio dissolvido supersaturado na água, acelerando a autodepuração e melhorando a qualidade hídrica através do aumento do oxigênio dissolvido, inibição de odores e promoção de vida aquática. A solução, que usa pressão e controle de temperatura em uma câmara hiperbárica para dissolver o oxigênio molecularmente, permite uma transferência eficiente sem bolhas, com menor consumo de energia e baixo custo de manutenção, revitalizando o rio e complementando os esforços de saneamento básico.

No Rio Pinheiros, são aplicados 4,5 mil quilos de oxigênio por dia. Os principais benefícios dessa tecnologia estadunidense, fabricada em Itatiba(SP), incluem infraestrutura simplificada; ausência de produtos químicos; não geração de resíduos; baixo consumo de energia; operação remota e processo automatizado, além de manutenção simples, com o uso de contêiners. Em outubro de 2021, o DBO máximo no rio era de 92 mg/L e o Sulfeto Total era de 32 mg/L. Em fevereiro de 2024, os mesmos parâmetros foram reduzidos para 11 mg/L e 0,01 mg/L, respectivamente.

“Quem passa ali pela região vê que mudou bastante. No final, os resultados foram muito bons. Depois da melhoria da qualidade da água, está acontecendo um ‘boom’ imobiliário em torno do Rio Pinheiros, o que antes era impossível de imaginar.  A gente percebe também uma alteração grande na fauna: a existência de vida aquática que antes não tinha”, ressaltou Paula.

Além do Rio Pinheiros, a mesma tecnologia foi instalada no Rio Joana, no Rio de Janeiro (RJ), e em outros países. Ao responder questionamentos dos participantes da reunião, a diretora técnica da ChartWater explicou que a tecnologia poderia ser aplicada em casos de mortandade de peixes, como a registrada no Rio Piracicaba em 2024, e também para melhorar a eficiência de Estações de Tratamento de Esgoto e “aliviar” o tratamento da água das ETAs, por meio da aplicação direta do oxigênio no rio.

Mateus Arantes adiantou que o assunto será levado pela CT-SA para a Diretoria da Agência das Bacias PCJ para aprofundar nas discussões. “É o início de uma conversa que eu garanto que vai ser proveitosa para todos nós”, enfatizou o coordenador.

Plano de Trabalho 2026-2027

No mesmo encontro, os membros da CT-SA aprovaram, por unanimidade, a versão preliminar do Plano de Trabalho para o biênio 2026-2027. Os temas centrais escolhidos para discussão nesse período são:

  • Carga difusa urbana e rural;
  • Tecnologias e gestão para combate a perdas de água;
  • Avanços no tratamento de esgoto e contaminantes emergentes;
  • Estratégias para ampliação da coleta de esgotos;
  • Acompanhamento do novo Marco Legal do Saneamento;
  • Qualidade dos tratamentos de água.

A CT-SA também planeja a realização de dois eventos durante o biênio:

  • Junho de 2026: capacitação sobre ferramentas digitais no combate a perdas de água, voltada a técnicos municipais, com foco em tecnologia e estudos de caso;
  • Junho de 2027: seminário de inovações em tratamento de esgoto, visando conectar stakeholders e acelerar a adoção de práticas mais eficientes e sustentáveis nas Bacias PCJ.

Próxima reunião

A 131ª Reunião Ordinária da CT-SA está agendada para o dia 4 de dezembro, a partir das 9h30, em local ainda a ser definido no município de Várzea Paulista (SP).

Tema foi abordado por especialistas da Simepar durante a 107ª Reunião Ordinária, realizada em 8 de outubro, por videoconferência

9 de outubro de 2025

A apresentação da história, dos produtos, serviços e da modelagem hidrológica da Simepar — instituição que oferece suporte em previsão hidrometeorológica ao Comitê PCJ — foi o principal tema da 107ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Uso e Conservação da Água na Indústria (CT-Indústria), realizada em 8 de outubro, por videoconferência.

O meteorologista Reinaldo Olmar Kneib, da Simepar, apresentou a estrutura e a trajetória da empresa, referência em dados ambientais no Paraná. A Simepar combina expertise técnica, inovação e dados de alta precisão para transformar informações meteorológicas, hidrológicas e ambientais em conhecimento estratégico, atuando junto aos setores público e privado em todo o território nacional.

Durante a reunião, Reinaldo destacou projetos desenvolvidos pela instituição, entre eles o InfoHidro, plataforma web criada para a Sanepar, que fornece informações estratégicas sobre chuva, temperatura, umidade, reservatórios, conservação e vegetação, entre outros dados; e o VFogo, sistema que monitora focos de incêndio em todo o Brasil, auxiliando a Defesa Civil e o Instituto Água e Terra (IAT). Ele ressaltou ainda que a equipe de operação meteorológica atua 24 horas por dia, sete dias por semana, monitorando mais de 344 estações hidrometeorológicas e gerando previsões e alertas para todo o país.

A pesquisadora Danieli Mara Ferreira, doutora em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental e integrante da Simepar, apresentou algumas aplicações da modelagem hidrológica no campo da hidrogeologia. Ela explicou que a hidrologia busca compreender a transformação da chuva em vazão e o transporte da água até os reservatórios, utilizando modelos que permitem antecipar esses processos.

Danieli destacou o sistema de previsão hidrológica para as Bacias PCJ, que conta com três pontos de monitoramento: Jaguariguanópolis, Atibaia – Captação Valinhos e Atibaia – Captação Atibaia. Ela apresentou o funcionamento do sistema, que envolve a organização de dados observados, a previsão de precipitação (modelo WRF-Simepar), a previsão de vazão nas bacias a montante e nas bacias de interesse. Entre as ferramentas utilizadas, mencionou o Índice Padronizado de Precipitação (SPI) e destacou o trabalho com previsões hidrodinâmicas para antecipar eventos como alagamentos.

A pesquisadora também abordou os desafios atuais da hidrologia, como o número limitado de estações fluviométricas com dados consistentes e a disparidade no conhecimento sobre rios entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Segundo dados do Hydrosheds, existem cerca de 1 milhão de bacias hidrográficas no mundo e 30 mil estações de vazão, das quais apenas 10 mil possuem dados limpos e confiáveis. Nesse contexto, Danieli apontou a inteligência artificial como uma aliada promissora na ampliação e qualificação das informações hidrológicas.

O coordenador da CT-Indústria, Jorge Antonio Mercanti, conduziu a análise e aprovação preliminar da minuta do Plano de Trabalho da Câmara Técnica para o biênio 2026-2027, que contempla ações divididas em três categorias: A – Demandas da Secretaria Executiva, B – Temas para discussão e C – Eventos.

A próxima reunião da CT-Indústria será realizada no dia 10 de dezembro, às 9h30, na Rhodia, em Paulínia.

Reunião virtual debateu a atual situação e medidas necessárias para minimizar os problemas

2 de outubro de 2025

Um amplo debate sobre o atual cenário da estiagem severa que atinge as Bacias PCJ marcou a 272ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico, realizada nesta quinta-feira, dia 2 de outubro, por videoconferência. O encontro foi conduzido pelo coordenador da CT-MH, Alexandre Vilella, e contou com a participação do secretário-executivo dos Comitês PCJ, Denis Herisson da Silva.

Na abertura, Denis anunciou a reativação do Grupo de Trabalho Estiagem, que já atuou nas crises hídricas de 2014/2015 e 2021, e será retomado neste mês de outubro.  “Quero aproveitar para informar que nós, dos Comitês PCJ, no âmbito da Câmara Técnica de Planejamento, estamos providenciando a retomada do GT-Estiagem, responsável por monitorar os mananciais dos Comitês PCJ e promover a cooperação para o uso racional da água, especialmente neste cenário de escassez hídrica que está se desenha para 2026. A medida é para a gente ter decisões de forma planejada e antecipada. Também temos a função de elaborar materiais educativos e de comunicação social, além de divulgar ao público e aos usuários as decisões dos órgãos gestores”, declarou Denis.

Nos informes iniciais, foram destacadas atividades recentes das quais representantes da CT-MH e dos Comitês PCJ participaram, além de decisões dos órgãos gestores em setembro relacionadas à estiagem. Entre as atividades, a videoconferência promovida pela SP-Águas e Arsesp, em 16 de setembro, sobre a estiagem na Região Metropolitana de São Paulo e a situação do Sistema Integrado Metropolitano. Vilella também relatou a reunião realizada no dia 24 com o presidente dos Comitês PCJ e prefeito de Piracicaba, Helinho Zanatta, e a visita técnica, em 30 de setembro, às obras das futuras barragens de Pedreira (SP) e Duas Pontes (Amparo-SP).

As obras estão com aproximadamente 50% de andamento e previsão de entrega para o segundo semestre de 2026. “Além das barragens, será construído um sistema completo de saneamento e esgotamento sanitário para os municípios de Amparo e Monte Alegre do Sul, e uma estação de tratamento de rio no Camanducaia. São três intervenções importantes, até ao nível terciário, fundamentais para se evitar a eutrofização e outros efeitos, principalmente no barramento de Duas Pontes, no Camanducaia. Falamos muito das barragens, mas não podemos esquecer dessas obras, de centenas de milhões de reais para o saneamento desses três municípios”, ressaltou Vilella. 

Como de praxe, o coordenador apresentou a situação dos mananciais e do Sistema Cantareira.  “Como estamos acostumados, o comecinho de outubro é o pior período do ponto de vista das baixas vazões. Neste ano está bastante severo, seja nas calhas municipais, nos afluentes, até nos reservatórios municipais de alguma forma. Claro que aquele que capta a fio d’água tem sofrido mais as consequências da estiagem. Aquele que não possui nenhum tipo de enrocamento, ou até um reservatório, sofre de uma forma mais aguda essa situação vivenciada”, observou Vilella.

Relatos dos membros apontaram ocorrências em setembro, como a decretação de Estado de Emergência em Americana; o racionamento de água no município de Corumbataí(SP); problemas na captação de alguns municípios com alterações na qualidade de água do Rio Jaguari, em Limeira; no Rio Atibaia, em Paulínia; o mesmo problema no trecho do Rio Atibaia, em Campinas, onde foi registrada mortandade de peixes em 22 de setembro, quando a captação da Sanasa foi paralisada por 5 horas; e a constatação da coloração esverdeada na água do Rio Piracicaba, em Piracicaba, no dia 29 de setembro, obrigando o Semae a limitar temporariamente a captação em 40% da vazão total e à sua mistura com água do rio Corumbataí para garantir a potabilidade.  

Quanto ao Sistema Cantareira, em 1º de outubro, ele operava em 28,1% do volume total, na faixa de restrição. Na mesma data em 2024, o volume era de 50,6%, e em 2023, 67,5%. Até 1º de outubro, haviam sido utilizados 58% da cota de 158,1 bilhões de litros que as Bacias PCJ têm direito anualmente. Vilella destacou que, apesar da situação não ser confortável em comparação com anos anteriores, houve um esforço coletivo para preservar água, e que, com as descargas médias atuais, a água disponível no Cantareira pode ser suficiente para manter as regras operativas até 30 de novembro.  Durante a reunião, os membros decidiram manter as descargas atuais de 11 m³/s para as Bacias PCJ: 5,50 m³/s no Cachoeira, 4,00 m³/s no Atibainha e 1,50 m³/s no Jaguari.

Na sequência, a engenheira Karoline Dantas, da Sala de Situação PCJ, apresentou dados sobre chuvas e vazões em setembro e projeções para os próximos meses. As vazões médias ficaram abaixo da média histórica em grande parte dos rios. Foram registrados apenas quatro dias de chuva no mês, com acumulados entre 10 e 85 mm em 22 de setembro. A persistência da baixa pluviosidade agravou os quadros de seca fraca e moderada.

De acordo com Jorge Mercanti, coordenador do GT-Previsão do Tempo, há maior probabilidade de chuvas entre os dias 14 e 16 de outubro. Já para dezembro e janeiro, a expectativa é de aumento significativo da precipitação. Segundo Marco Josevicius, da Simepar, o verão deve apresentar volumes próximos à média histórica.

Operação Estiagem

No encerramento, o Consórcio PCJ apresentou a Operação Estiagem 2025, que assessora municípios e empresas associados com boletins mensais sobre chuvas, vazões, volumes de mananciais e previsões climáticas, além de orientações preventivas e sugestões de ações de contingência e resiliência hídrica.

Uma das novidades deste ano é a retomada do Grupo de Perdas de Água do Consórcio PCJ. O primeiro encontro será realizado na manhã de 6 de novembro, na Secretaria de Meio Ambiente de Santa Bárbara d’Oeste.

Próxima reunião

A 273ª Reunião da CT-MH será presencial, em 5 de novembro, às 9h30, na CIESP Campinas.

Evento discutirá experiências e soluções para conservação e restauração de áreas naturais nas Bacias PCJ

A Câmara Técnica de Conservação e Proteção dos Mananciais (CT-Mananciais) dos Comitês PCJ realiza, no dia 17 de outubro, das 8h às 16h30, na Unicamp, em Campinas (SP), o VI Seminário de Áreas Protegidas das Bacias PCJ, com o tema “Compartilhando e conectando experiências para a conservação e restauração das áreas naturais”.

O encontro será um espaço de diálogo e troca de experiências entre diferentes setores da sociedade, que apresentarão desafios e oportunidades para a proteção dos mananciais no território das Bacias PCJ. A programação abordará, ainda, os benefícios ambientais, sociais e econômicos da restauração de áreas degradadas, em consonância com os objetivos do Plano de Bacias PCJ 2020-2035, além da importância do estabelecimento de corredores de biodiversidade para a conectividade e preservação das áreas naturais.

Segundo João Demarchi, coordenador da CT-Mananciais, o seminário ocorre em um momento estratégico. “A Política de Mananciais dos Comitês PCJ, que completa 10 anos em 2025, está em processo de atualização e já possui um Programa direcionado ao estabelecimento de corredores de biodiversidade através do apoio à construção, aprovação e execução de Planos Municipais de Mata Atlântica e Cerrado, essenciais para a saúde das áreas naturais e dos recursos hídricos nas bacias PCJ. A atualização deste programa deve destacar essa construção de corredores de uma forma coletiva entre os municípios em áreas definidas como sub-bacias, como as do Rio Jundiaí e Capivari, como exemplos. Ainda serão aprimorados os instrumentos de gestão como a UGP (Unidade Gestora de Projetos) e de execução como a UCE (Unidade Coordenadora de Execução) para atuarem também de forma coletiva com os municípios e com todas as Unidades de Conservação”, afirmou.

O coordenador do GT-Áreas Protegidas, Cristiano Krepsky, destacou a relevância de iniciativas de conectividade ecológica. “Projetos voltados ao estabelecimento de corredores de biodiversidade são essenciais para a saúde das áreas naturais e dos recursos hídricos nas Bacias PCJ. Em um cenário de fragmentação e isolamento da vegetação nativa, projetos de recuperação precisam levar em consideração não apenas o plantio de árvores, mas a necessidade de assegurar o fluxo gênico entre áreas isoladas, garantindo a riqueza de biodiversidade que irá sustentar as áreas recuperadas ao longo do tempo”, disse.

Já para Miguel Milinski, coordenador-adjunto da CT-Mananciais, é necessário enfrentar entraves estruturais para avançar. “Os principais entraves para a conservação e restauração de áreas naturais na região envolvem a burocracia na liberação de recursos públicos, que desestimula os interessados; a dificuldade de viabilizar programas como o PSA, ainda pouco equilibrados entre custo e benefício; a incerteza sobre os créditos de carbono, promissores, mas de difícil aplicação; a resistência de proprietários rurais em aderir a projetos de recuperação; e a falta de vontade política, tanto do poder público quanto das concessionárias de saneamento, em apoiar efetivamente a proteção dos mananciais”, avaliou.

O evento é gratuito e as vagas são limitadas. Para participar, é necessário realizar inscrição prévia no link bit.ly/Inscricao_CT-Man25.  

SERVIÇO

VI Seminário de Áreas Protegidas das Bacias PCJ

Tema: “Compartilhando e conectando experiências para a conservação e restauração das áreas naturais”

Data: 17 de outubro de 2025

Horário: das 8h às 16h30

Local: Unicamp – Auditório da FECFAU (Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo)

Endereço: Rua Saturnino de Brito,  224 – Cidade Universitária, Campinas – SP, CEP: 13083-889

Inscrições: https://bit.ly/Inscricao_CT-Man25

Realização: Câmara Técnica de Conservação e Proteção dos Mananciais (CT-Mananciais) /Comitês PCJ

Apoio: Agência das Bacias PCJ, Fundação José Pedro de Oliveira(Mata de Santa Genebra) e Unicamp.

Informações para a imprensa: comunicapcj@agencia.baciaspcj.org.br

Programação

8h às 9h – Recepção e Credenciamento

09h às 10h30 – Mesa: Projetos para a Restauração da Paisagens e corredores ecológicos em Campinas – Fundação José Pedro de Oliveira, WRI Brasil e Conservação Internacional Brasil.

10h30 às 12h – Mesa: Projetos para Conectividade na região de Piracicaba – Prefeitura de Piracicaba, Prefeitura de São Pedro e Projeto Corredor Caipira.

12h – 13h30 – Almoço

13h30 – 14h40 – Mesa: Planejamento e gestão do território em Áreas de Proteção Ambiental -Fundação Florestal / SP

14h40 – 16h – Subsídios para a Revisão da Política de Mananciais – Agência das Bacias PCJ e CT-Mananciais

16h-16h30 – Encerramento

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