| Mês: julho de 2025

Reunião virtual também decidiu sobre o deferimento de outorga em empreendimento imobiliário de Extrema (MG)

10 de julho de 2025

O Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba e Jaguari (CBH-PJ1) aprovou, nesta quinta-feira, 10 de julho, o pedido de revogação da equiparação do Instituto Mineiro de Gestão das Águas(Igam) como agência de bacia hidrográfica do Piracicaba e Jaguari (PJ1) junto ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais e instituiu uma Comissão Julgadora para analisar a Agência das Bacias PCJ como substituta. As duas deliberações foram apreciadas durante a 1ª Reunião Extraordinária do Comitê Mineiro de 2025, realizada por videoconferência.

A Comissão Julgadora será constituída por quatro membros, representantes do Poder Público Estadual, do Poder Público Municipal, dos Usuários de Recursos Hídricos e de Entidades da Sociedade Civil. O grupo será responsável por analisar diversas documentações e expertise da fundação na atuação como agência de bacias e deverá emitir Parecer de Aptidão no prazo de até 45 dias. Agora, o Igam vai pautar no Conselho Estadual Mineiro sobre a revogação e início do processo de equiparação da Agência PCJ. Ao final do processo, um contrato de gestão deverá ser celebrado entre as partes.

A medida foi possível graças a uma recente alteração na lei do Fhidro (Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais), conforme apresentação realizada por Michael Assunção, da Gerência de Apoio às Agências de Bacias Hidrográficas e Entidades Equiparadas do IGAM. A presidente do CBH-PJ1, Mylena de Oliveira, celebrou a conquista.  “Eu sei que não foi fácil mudar a legislação e não foi só por nós, mas muita coisa mudou e nós fomos contemplados. Estamos muito felizes por essa contemplação, que vai atender tudo aquilo que o nosso Plano de Bacias prevê e que agora efetiva e tecnicamente falando vai poder ser aplicado”, ressaltou Mylena.

Para o diretor de Gestão e Apoio ao Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Igam, Thiago Figueiredo Santana, foi dado um “imenso passo” na reunião.  “É um avanço muito importante para credibilizar a cobrança, principalmente como um instrumento de gestão e resposta efetiva dos resultados a que ela se propõe e de manter esse comitê atuante”, destacou. Santana classificou a Agência PCJ como “a melhor agência de bacias do Brasil” e agradeceu o fato de a instituição ter mantido o PJ atuante sem receber recursos do Estado de Minas Gerais.

Os três diretores da Agência PCJ participaram do encontro e também comemoraram a decisão. O diretor-presidente, Sergio Razera, destacou a importância da região mineira e disse ser a realização de um sonho. “A gente já tem uma presença forte na nossa querida porção mineira da bacia, que é a nossa caixa d’água. Por conta da atuação na Cobrança Federal, na delegação com a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), a gente já atua em Minas Gerais e quer, obviamente, intensificar essa atuação. Para nós, é uma realização importante porque estamos cumprindo aquilo que a gente sempre sonhou:  ter uma agência só para os três domínios. Muito embora, a gente costuma dizer que tanto a Lei Mineira, quanto a Lei Paulista quanto a Lei Federal são parecidas, mas não são idênticas. Então, a gente precisa desses acordos todos aí para poder fazer o que a gente chama gestão conjunta dos recursos hídricos. Estamos aqui firmes e prontos para fazer o processo rodar agora”, declarou.

A diretora-técnica, Patrícia Barufaldi, agradeceu o empenho do comitê mineiro. “Agradeço primeiramente todo empenho do PJ para que esse marco acontecesse. Se não aconteceu antes é porque não tinha chegado o momento. Agora estamos todos bem-preparados para assumir essa função, embora a gente nunca tenha deixado o PJ de lado.  Acho que, se houve algum momento, foi por conta mesmo de limitações que não nos permitia. A equipe aqui da diretoria da Agência participou da criação de todos os mecanismos que hoje permitem o PCJ atuar como a gente vem trabalhando. Quero agradecer imensamente a confiança. Estamos à disposição para o planejamento futuro”, afirmou.

Para o diretor administrativo e financeiro, Ivens de Oliveira, o momento é muito positivo. “Realmente é um momento muito feliz para nós aqui da Agência das Bacias PCJ conseguimos ser equipados aí para como agência de bacias em Minas Gerais. Estamos numa situação confortável no momento e bem interessante para que a Fundação Agência das Bacias PCJ assuma essas funções também. Nós, da área administrativa e financeira ficamos à disposição e contamos com o apoio de todos para fazermos uma boa gestão no PJ”, ressaltou.

O secretário-executivo adjunto do CBH-PJ1, Maurício Djalles Costa, reforçou a importância da decisão.  “Essa assunção de delegação por parte da Fundação Agência PCJ é um grande avanço para a nossa circunscrição. Não só quanto à cobrança e a aplicação dos recursos, mas também para a gestão integrada da bacia como um todo”, concluiu.

OUTORGA EM EXTREMA (MG)

A reunião do Comitê Mineiro também avaliou uma solicitação de outorga de uma canalização de um trecho de 90 metros no loteamento Campos Olivotti, em Extrema (MG), com o objetivo de controle de cheias. Após extensa discussão entre membros do colegiado, representantes do Igam e do empreendimento, o pedido foi deferido, com a inclusão de uma nova condicionante: “o relatório deverá incluir fotografias de todos os trechos da área de intervenção, com o objetivo de verificar possíveis processos de erosão e assoreamento”.

Com base no estudo apresentado pelo empreendedor, a Unidade Regional de Gestão das Águas(Urga) do Igam já havia emitido parecer favorável, com duas condicionantes: “comprovar, através de relatório técnico-fotográfico, a realização de limpeza de trecho de intervenção com periodicidade mínima de dois anos” e “apresentar comprovante de destinação dos resíduos retirados, também a cada dois anos, a partir da implantação do uso do recurso hídrico”. A outorga terá validade de 35 anos. Após a conclusão do empreendimento, estimada para daqui a quatro anos, a outorga deverá ser transferida para a Prefeitura de Extrema.

 Apresentação ocorreu durante a 110ª Reunião Ordinária, realizada por videoconferência

04 de julho de 2025

Membros da Câmara Técnica do Plano de Bacias (CT-PB), conheceram, no dia 4 de julho de 2025, o Termo de Referência (TR) da Revisão do Plano de Bacias 2020-2035, elaborado pela Coordenação de Sistemas de Informação (CSI), da Agência das Bacias PCJ. A condução da apresentação foi feita pela analista técnica da CSI, Laice Correia, durante a 110ª Reunião Ordinária da CT-PB, realizada por videoconferência. 

Laice iniciou destacando, inicialmente, os pontos de incerteza identificados no processo de revisão: a Resolução CNRH nº 145/2012, que está em processo de atualização; os normativos de enquadramento; as obras estratégicas como as as barragens de Pedreira, Duas Pontes e Piraí, além do Sistema Adutor Regional (SAR-PCJ); e a atualização do roteiro CORHI–CRHI–SEMIL para o Estado de São Paulo sobre os temas que devem compor o Plano de Bacias. 

Sobre a construção da proposta inicial, Laice explicou que o processo teve início em dezembro de 2024, com reuniões com órgãos gestores — como ANA, DRHI-SP, Cetesb e IGAM — que continuaram ao longo de janeiro de 2025. “Tivemos agendas com essas instituições para ouvir percepções, identificar lacunas e levantar temas a serem inseridos na revisão”, explicou. 

A partir dessas conversas, foram definidas as seguintes premissas para a atualização:

  • Foco na atualização do Plano de Ações e Recursos Financeiros;
  • Evitar excessos nas etapas de Diagnóstico e Prognóstico; 
  • Modernizar e aprimorar a modelagem no SSD-PCJ: implementar propostas USP, baseadas no Plano de Ação vigente;
  • Evitar retrocesso nas metas estabelecidas para o setor de saneamento: necessidades pontuais de melhorias deverão ser aprovadas no âmbito dos Comitês PCJ;
  • Manter a abordagem vigente, com foco no critério Q7,10; 
  • Para a porção mineira: foco na proposta proposta de enquadramento e programa de efetivação;
  • Para a porção paulista: desenvolver um programa estratégico de enquadramento (melhoria da classe 4 para classe 3).

Além disso, considerar as regras operacionais vigentes ou equivalentes em termos de disponibilidade hídrica em relação ao sistema Cantareira e sobre o SAR-PCJ fazer a atualização do balanço hídrico em razão dos estudos publicados. 

Com a minuta elaborada, o grupo retomou o diálogo com os órgãos gestores entre abril e junho, para apresentar o conteúdo proposto e esclarecer dúvidas. Também foram realizadas reuniões do Grupo de Trabalho de Acompanhamento do Plano de Bacias, vinculado à CT-PB. Como resultado, o objeto de contratação foi definido como: “Revisão e atualização do Plano de Bacias e proposta de atualização do enquadramento das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí”.

Laice também apresentou os nove produtos previstos no Termo de Referência: 

  1. Plano de Trabalho;
  2. Consolidação das análises sobre a situação e a gestão de recursos hídricos na bacia;
  3. Estruturação de novos programas de investimentos;
  4. Consolidação e atualização do Plano de Ações e Investimentos, com aplicação da metodologia de priorização e possíveis ajustes nas ordens de prioridade dos municípios e áreas de contribuição;
  5. Proposta de enquadramento e programa de efetivação para os corpos hídricos da porção mineira das Bacias PCJ, com definição dos indicadores de acompanhamento; 
  6. Plano de Bacias Hidrográficas (PBH PCJ) atualizado e Relatório Síntese;
  7. Manual Operativo de Gestão (MOP Gestão) e proposta de indicadores para o acompanhamento de performance do Plano de Ações atualizado;
  8. Manual Operativo de Enquadramento (MOP Enquadramento) e proposta de indicadores para o acompanhamento da proposta de efetivação dos enquadramentos na porção mineira; 
  9. Base de Dados 

Após a apresentação, o coordenador da CSI, Eduardo Leo, respondeu as dúvidas e apontamentos dos participantes. Os próximos passos incluem a conclusão das tratativas com áreas técnicas da Agência das Bacias PCJ, ajustes finais no TR e encaminhamento do documento para os trâmites administrativos necessários à contratação. Contribuições podem ser enviadas até o dia 11 de julho de 2025 para o e-mail: planejamento.csi@agencia.baciaspcj.org.br 

Durante a reunião, também foi aprovada a inclusão de Michele Consolmagno, do Instituto de Estudos do Tietê (INEVAT) como novo membro titular da CT-PB. 

PRÓXIMA REUNIÃO

A 111ª Reunião Ordinária da CT-PB ocorrerá no dia 16 de julho, a partir das 14h, por videoconferência. O encontro integrará o processo de renovação das CTs, que ocorre a cada dois anos. A Reunião Conjunta de Posse dos Membros das CTs (mandato 2025-2027) será no mesmo dia, a partir das 9h, também por videoconferência e com transmissão pelo Youtube. Após a posse, neste ano, todas as câmaras técnicas irão se reunir virtual e separadamente no dia 16 de julho para a eleição/recondução dos cargos de coordenação, recomposição dos grupos de trabalho, eleição/recondução das coordenações dos GTs e atualização do calendário de reuniões até 2027.

Alexandre Vilella, Paulo Tinel e Luís Filipe Rodrigues se colocaram à disposição para continuar à frente da coordenação

3 de julho de 2025

Membros da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH) participaram nesta quinta-feira, dia 3 de julho, da 268ª Reunião Ordinária da câmara, a última antes da eleição das coordenações das 11 CTs temáticas dos Comitês PCJ, marcada para 16 de julho. O encontro serviu para realizar um balanço e refletir sobre a atuação da CT-MH no atual mandato.

Na ocasião, os três membros da coordenação – Alexandre Vilella, Paulo Tinel e Luís Filipe Rodrigues -, manifestaram interesse em continuar à frente da CT-MH pelos próximos dois anos. “A coordenação da câmara não é nada sem os membros. São os membros que alimentam a coordenação, trazem as informações e as demandas. Olhando para o nosso plano de trabalho, acho que todos nós podemos ter muita tranquilidade de missão cumprida nesse mandato. Claro que desafios não faltam, mas acredito que aquilo que nos comprometemos a fazer, estamos entregando nessa câmara, que tem quase 180 membros, entre titulares e suplentes”, destacou Vilella. “Podemos nos sentir muito orgulhosos desse mandato, de conseguir atravessar situações muito adversas, muitos conflitos e, claro que pela frente ainda tem muita coisa: renovação da outorga do Cantareira, Sistema Adutor Regional, conclusão das barragens de Pedreira e Duas Pontes (Amparo), Barragem do Ribeirão Piraí e tantos outros enfrentamentos que a gente vai ter nesse próximo mandato”, continuou o coordenador.

O segundo coordenador-adjunto, Luís Filipe Rodrigues, reforçou: “Faço das suas, as minhas palavras, Alexandre. Muito bem lembrado. Se a gente tem uma câmara forte aqui, é porque a gente tem todos os membros por trás, nos apoiando, nos municiando de informações, estando junto aí para dividir tudo que acontece, dos nossos anseios com barragens, com previsões futuras e no dia a dia também, então, muito obrigado a todos”. Paulo Tinel, primeiro coordenador-adjunto, complementou: “Nós fazemos dessa câmara um parlamento, onde as pessoas colocam todas as suas posições de forma livre e a gente procura fazer a gestão do Sistema Cantareira da melhor forma”. Vilella também destacou a atuação dos dois grupos de trabalho da CT-MH, o GT-Previsão do Tempo, coordenado por Jorge Mercanti, e o GT-Qualidade, coordenado por Lilian Peres.

A próxima reunião da CT-MH (269ª Ordinária), em 16 de julho, será a partir das 10h30, por videoconferência. O encontro integrará o processo de renovação das CTs, que ocorre a cada dois anos. No mesmo dia, às 9h, ocorrerá a Reunião Conjunta de Posse dos Membros das CTs (mandato 2025-2027) também por videoconferência e com transmissão pelo Youtube.

Após a posse, todas as câmaras técnicas irão se reunir virtualmente, de forma separada, para a eleição ou recondução dos cargos de coordenação, recomposição dos grupos de trabalho, eleição ou recondução das coordenações dos GTs e atualização do calendário de reuniões até 2027. No início da reunião, Tainá Moura, da Secretaria Executiva, apresentou as orientações e esclarecimentos sobre o processo de renovação.

APRESENTAÇÕES TÉCNICAS

Durante o encontro, Viella apresentou a situação dos mananciais das Bacias PCJ com destaque para as vazões dos principais rios. Ele também consultou os usuários de recursos hídricos sobre as ocorrências em junho e alertou que, diante das atuais condições hidrometeorológicas, há tendência de queda nas vazões nos próximos meses.

Foi enfatizada a importância da manifestação dos usuários quanto aos problemas e dificuldades enfrentados durante a estiagem, para que a CT-MH tenha subsídios para negociação na renovação da outorga do Cantareira.  Ricardo Abdo, da Prefeitura de Jaguariúna, observou que a dinâmica das vazões mudou em relação a dez anos atrás. “Vamos acompanhar de perto para ver se isso se repete e evitar que aconteça novamente”, comentou, referindo-se à uma queda abrupta na vazão do Rio Jaguari no dia 30 de junho, em Jaguariúna, a jusante da PCH (Pequena Central Hidroelétrica).

Em 3 de julho, o Sistema Cantareira estava com 47% de sua capacidade, ainda em estado de atenção. No mesmo período de 2024, o índice era de 65,6% e, em 2023, de 82,7%. Segundo Vilella, durante a estiagem consome-se, em média, 35% do reservatório. Ele alertou que é necessário ter o olhar para 2026, ano em que a capacidade de reservação vai depender bastante das chuvas do próximo verão.

No período seco, entre junho e novembro, os Comitês PCJ fazem a gestão das descargas para as Bacias PCJ. O volume utilizado em junho foi de 18,49 hectômetros cúbicos, o que equivale a 12% dos 158,1 hm³ previstos na outorga. A média das descargas foi de 6,69 m³/s neste primeiro mês.

Na apresentação da Sala de Situação PCJ, a engenheira Karoline Dantas, da SP Águas, falou sobre balanço do período úmido, chuvas/vazões em junho/2025 e perspectivas para os próximos meses. Segundo ela, das 26 estações monitoradas, três apresentaram falhas na transmissão dos dados e 13 registraram acumulados de chuva acima da média histórica. Na maior parte do território das Bacias PCJ, os acumulados registrados variaram entre as classes de 0 mm a 75 mm. Em 1º de junho, o Cantareira estava com 52,73% de sua capacidade e terminou o mês com 47,57%.

Jorge Mercanti apresentou as previsões meteorológicas. Conforme os dados do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), não há previsão de chuvas para as próximas duas semanas, o que deverá impactar diretamente nas vazões dos rios. Mercanti também destacou a tendência de neutralidade climática nos próximos meses. “Os fenômenos El Niño e La Niña não devem influenciar o tempo aqui”, concluiu.  

DELIBERAÇÃO

No encontro, os membros da CT-MH deliberaram sobre as vazões do Cantareira para as Bacias PCJ. Para o Rio Cachoeira foi mantida a vazão de 5 metros cúbicos. Na represa Jaguari e Jacareí continua a vazão de 0,25 metro cúbico e no Rio Atibainha, a CT-MH também manteve a vazão de 3,50 metros cúbicos. O monitoramento é realizado 24 horas por dia.

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