| Mês: dezembro de 2024

Projeto financiado pela Fapesp foi apresentado na 128ª Reunião da CT-EA, em Vinhedo

03 de dezembro de 2024

A 128ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Educação Ambiental (CT-EA) ocorreu no dia 03 de dezembro, no Centro de Educação Profissional de Vinhedo (Ceprovi). Entre os principais assuntos discutidos esteve a importância de indicadores para medir os impactos das ações de educação ambiental previstas no Plano de Bacias PCJ.

Durante o encontro, foi apresentado o projeto “Plataforma de Monitoramento e Avaliação do Plano de Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí”, financiado pela Fapesp, coordenado pela USP e que tem a Fundação Agência das Bacias PCJ como parceira. A iniciativa foi detalhada por Maria Luísa Bonazzi Palmieri (Malu), especialista ambiental do Instituto de Pesquisas Ambientais – IPA/Semil e representante da CT-EA no grupo de trabalho que está atuando no projeto nos Comitês PCJ. Ela destacou a relevância do projeto:

“A educação ambiental é fundamental para a construção da cidadania e para a gestão dos recursos hídricos. Com esse projeto, vamos ajudar na criação de indicadores para avaliar os impactos das ações de educação ambiental previstas no Plano de Bacias assim que elas forem implementadas. No Brasil, de maneira geral, ainda carecemos de indicadores de educação ambiental dessa natureza, então, o que estamos desenvolvendo aqui é muito importante e pode inspirar iniciativas semelhantes em âmbito nacional.”

A reunião foi mediada pela coordenadora da CT-EA, Ana Lúcia Floriano Rosa Vieira, e contou também com a participação de Andréa Borges, gerente técnica do Consórcio PCJ. Andréa compartilhou reflexões sobre sua participação no VI Seminário de Água: Ecossistemas Aquáticos e Biodiversidade, realizado em outubro no auditório do CENA-USP, em Piracicaba (SP). Durante o evento, ela abordou o impacto das mudanças climáticas nos aquíferos e a necessidade de priorizar populações mais vulneráveis:

“Os aquíferos estão cada vez mais escassos devido às alterações no fluxo da água, o que nos gera preocupação e reforça a necessidade de ampliar nossa atuação. Nesse contexto de aumento das temperaturas globais, a educação ambiental se torna essencial para preparar as comunidades e mitigar os impactos.”

Outro ponto de destaque da reunião foi a apresentação da coordenadora de gestão da Agência das Bacias PCJ, Kátia Gotardi, que relatou ações realizadas em 2024 e os desafios e oportunidades previstos para 2025. Entre as iniciativas, Kátia mencionou a reestruturação do projeto “Jovem, Vem para o PCJ”, a implementação do programa Propriedade Rural Amiga da Água e o desenvolvimento do Plano de Capacitação dos Comitês PCJ para 2026-2029. Ela enfatizou a importância do planejamento para garantir a continuidade e o impacto das ações:

“O planejamento é essencial para definir o começo, o meio e o fim de cada ação, seja ela um projeto, capacitação ou material didático. Assim, conseguimos assegurar a implementação e fortalecer a formação de uma massa crítica na sociedade, sensibilizando diferentes públicos para a gestão dos recursos hídricos.”

A educadora ambiental Rosangela Grigolleto apresentou o vídeo finalista do Prêmio Gota d’Água 2024, produzido por alunos do 6º ano do Clube de Educação Socioambiental Plantinhas, da EM Centro Integrado de Cidadania (CIC) Eduardo Von Zuben. Ela destacou o papel dos Comitês PCJ como espaço de troca e atualização:

“Faço parte dos Comitês há bastante tempo, e é aqui que renovamos ideias e trocamos informações sobre o que está acontecendo nas Bacias. Além disso, é um espaço de encontro e aprendizado contínuo.”

Ana Lúcia Floriano Rosa Vieira celebrou a última reunião do ano, que, segundo ela, foi concluída com a sensação de dever cumprido. “É olhar para trás e ver que conseguimos consolidar nosso plano de trabalho, além de projetar o que teremos para o próximo ano. É uma oportunidade de fazer projeções, sonhar e traçar novas metas”, acrescentou a coordenadora.

Participação de autoridades municipais
A abertura da reunião contou com a presença do Secretário Municipal de Educação, Rogério Levy Machado, do Secretário Municipal de Planejamento Ambiental, José Carlos Bellussi Junior, e da educadora ambiental da Sanebavi, Ana Paula Saraiva.

Contrato foi firmado no dia 28 de novembro entre Agência das Bacias PCJ e a empresa Água e Solo Estudos e Projetos

02 de dezembro de 2024

Membros da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas vão acompanhar de perto o contrato firmado recentemente para a elaboração de Estudo das Áreas de Restrição e Controle de Americana e Nova Odessa, dois municípios das Bacias PCJ. O tema foi destaque na 90ª Reunião Ordinária da CT-AS, realizada nesta segunda-feira, dia 2 de dezembro, por videoconferência, conduzida pela coordenadora Mariza Fernanda da Silva.

O contrato de estudo hidrogeológico para delimitação de áreas de restrição e controle do uso das águas subterrâneas nos municípios de Americana e Nova Odessa foi firmado no dia 28 de novembro entre Agência das Bacias PCJ e a empresa vencedora da licitação, Água e Solo Estudos e Projetos Ltda, de Porto Alegre (RS).  O prazo para conclusão é de 18 meses a partir da emissão da ordem de serviço (OS).

Os dois municípios das Bacias PCJ escolhidos estão entre as quatro áreas críticas identificadas no projeto Regionalização de Diretrizes de Utilização e Proteção das Águas Subterrâneas, realizado por DAEE/UNESP (2013), a partir da avaliação da intensidade de uso e da qualidade da água subterrânea, as quais foram classificadas como Áreas Potenciais de Restrição e Controle (ARC-PO) conforme sistema de classificação estabelecido pela Deliberação CRH nº 52/2005.

A apresentação do contrato foi feita pelo coordenador de Projetos da Agência PCJ, Diogo Pedrozo.  A CT-AS criou um Grupo Técnico de Acompanhamento (GTA) desse estudo, formado pelos membros Mariza Fernanda da Silva; José Luiz Albuquerque; Julia Noale; Deborah Lunardi; Andrea Franzini; Graziela Bertolino; Ygtea Castellano; Sara Giandomingo e Letícia Dalefe.

O próximo passo será o agendamento de uma reunião preliminar com os representantes da empresa contratada, Agência PCJ e GTA para esclarecimentos a respeito dos serviços a serem prestados, metodologia de trabalho e procedimentos de aprovação, além da definição de data para a emissão da OS.

Entre os produtos previstos no contrato, estão o Plano de trabalho; Levantamento de dados e preparação de bases cartográficas; Caracterização geral da área, da geologia e hidrogeologia; Avaliação da quantidade das águas subterrâneas; Delimitação de áreas críticas; Proposição de medidas de gestão de recursos hídricos e Relatório Final. O objetivo da iniciativa é o de estabelecer medidas e ações de proteção e de uso racional, buscando a gestão sustentável da água subterrânea.

Na reunião, também houve uma palestra da professora e doutora Ana Elisa Silva de Abreu, do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (IG/Unicamp), com o tema “Quão velhas são as águas dos aquíferos na Unicamp, em Campinas (SP)?”. O assunto é baseado em estudos realizados por Ana Elisa e suas colegas Sueli Yoshinaga Pereira e Jacinta Enzweiler, nos oito poços de água subterrâneas existentes na universidade. Ana Elisa relatou que dois poços do estudo, com distância de 500 metros um do outro, apresentaram produção de água bem distinta: um com 18 metros cúbicos por segundo e outro com 3,5 metros cúbicos

Segundo a pesquisadora, a concentração de carbono 14 revela águas com mais de 2 mil anos, misturadas com “águas modernas”, de 26 a 32 anos. “Isso foi uma surpresa para nós: águas com mais de 2 mil anos de idade aparente. São águas bastante antigas, realmente. Isso eu acho extremamente importante para a câmara técnica porque está relacionado com gestão. Água subterrânea não é uma fonte renovável. A gente trata como renovável, mas essas águas da Unicamp não são renováveis no curto espaço de tempo”, observou Ana Elisa. “Excelente o trabalho de vocês. Muito legal o que vocês fizeram. Parabéns”, ressaltou Mariza.

Após a apresentação, houve debate entre os membros principalmente em relação a esse fato, de que as águas subterrâneas não são renováveis.  “A crescente preocupação com a escassez de água é alarmante, especialmente pelo uso desenfreado das águas subterrâneas, que tem levado à superexploração de nossos aquíferos. Reservas que levaram milhares de anos para se formar, mas que estão sendo esgotadas em ritmo insustentável”, comentou Déborah Lunardi, coordenadora-adjunta da CT-AS.

No encontro, ainda foi aplicado aos participantes um questionário, que integra uma oficina de elaboração de propostas para proteção das áreas de afloramento do Aquífero Guarani nas Bacias PCJ. A iniciativa vai servir de base para o trabalho que vem sendo feito na CT-AS relacionado ao Aquífero Guarani, com discussões e ações ao longo das reuniões de 2025.  O tema é um dos que estão previstos no Plano de Trabalho da CT-AS de 2024 e 2025 (Páginas 10 a 13), que também foi discutido entre os membros.

No final do encontro, a CT-AS prestou homenagem póstuma à professora e doutora Sueli Yoshinaga Pereira, que faleceu no dia 21 de novembro deste ano.

A próxima reunião da CT-AS (91ª Ordinária) está agendada para às 9h do dia 20 de fevereiro de 2025, por videoconferência.

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