| Dia: 24/09/2024

CT-PB analisa propostas de GT sobre revisão das Cobranças PCJ

Reunião também serviu para apresentar os resultados parciais do Relatório de Acompanhamento da Implementação do Plano das Bacias PCJ para o ano 2024

Propostas do Grupo de Trabalho de Cobrança quanto à revisão dos mecanismos e valores das Cobranças PCJ Paulista e Federal foram analisadas e discutidas durante a 107ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica do Plano de Bacias, realizada nesta terça-feira, dia 24 de setembro, por meio de videoconferência. O encontro foi comandado pelo coordenador da CT-PB, Gustavo Prado (Assemae) e pela coordenadora-adjunta, Raquel Metzner (IPSA-C).

As propostas foram apresentadas pelo coordenador do GT-Cobrança, André Navarro. O trabalho de revisão das cobranças tem sido realizado desde 2020 e deve ser concluído em 2025. “A gente chegou em um ponto que tem diversos consensos realizados”, observou Navarro. Ele informou que apenas poucas questões que ficaram abertas deverão ser resolvidas na próxima reunião do grupo, agendada para o dia 15 de outubro, também por videoconferência.

Depois disso, as propostas deverão ser analisadas na 14ª Reunião Extraordinária Conjunta da CT-PL (Planejamento) e CT-PB, que será realizada no dia 1º de novembro, no Instituto Pecege, em Piracicaba (SP). Após passar pela instância dessas duas câmaras técnicas, o parecer técnico da CT-PB e a deliberação sobre o assunto serão votadas em uma reunião plenária extraordinária dos Comitês PCJ, que deverá ser agendada para fevereiro de 2025.

Com a aprovação final, os documentos serão encaminhados para o CNRH (Conselho Nacional de Recursos Hídricos) e CRH (Conselho Estadual Recursos Hídricos). A expectativa é que os conselhos aprovem até o final do primeiro semestre ou início do segundo semestre de 2025 e que os novos valores passem a valer a partir de 2026. “A proposta sendo enviada no final de fevereiro permitiria quatro meses de tramitação no CNRH e atenderia norma do CRH para eventual aplicação em 2026”, explicou Navarro.

Pelas propostas, os valores da Cobrança PCJ Federal deverão sofrer acréscimo de 30% e os da Cobrança PCJ Paulista, em torno de 90%, de forma gradativa. A estimativa do GT-Cobrança é a de que, com a revisão, a arrecadação com as duas cobranças poderá ser de R$ 250 milhões a mais entre 2026 e 2035. Esse acréscimo de receita deverá ser destinado para obras e serviços e poderão ser aplicados em projetos se estes estiverem integrados à execução de obras. No mesmo período, a arrecadação total estimada seria de R$ 395 milhões da Cobrança PCJ Federal e outros R$ 351 milhões da Paulista.

O parecer da CT-PB, que será apreciado em 1º de novembro, trata da aplicação de recursos arrecadados com as cobranças pelo uso da água; revisão dos mecanismos de cobrança; revisão de preços públicos unitários (PPUs) e preços unitários básicos (PUBs) e recomendações.  Entre as recomendações, está a campanha de divulgação e disponibilização de simulador para usuários, que deverá ocorrer entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025.  

Na mesma reunião, foram divulgados e discutidos os resultados parciais do Relatório de Acompanhamento da Implementação do Plano das Bacias PCJ 2020 a 2035 para o ano 2024.   A apresentação foi realizada pelas analistas técnicas Kátia Cezarino e Carolina Silva, da Coordenação de Sistema de Informações(CSI) da Agência das Bacias PCJ. O Plano das Bacias PCJ possui seis temas estratégicos (Garantia do Suprimento Hídrico; Enquadramento dos Corpos de Água; Águas Subterrâneas; Conservação e Uso da Água e do solo no Meio Rural e Recomposição Florestal; Educação Ambiental, Integração e Difusão de Pesquisas e Tecnologias; e Gestão de Recursos Hídricos.

Dentro desses temas estratégicos, existem 19 eixos temáticos, 46 programas e 120 ações previstas. A CSI acompanha todas as ações e as metas de vários parâmetros em cada um dos 76 municípios das Bacias PCJ. A minuta do relatório será enviada por e-mail aos membros da CT-PB, que terão até 24 de outubro para fazerem contribuições. O relatório final será apreciado na 108ª Reunião Ordinária da CT, em 26 de novembro, e deve ser publicado em janeiro de 2025.

HOMENAGEM

No início da reunião da CT-PB, a pedido de Raquel Metzner, todos os participantes fizeram um minuto de silêncio e deram uma salva de palmas em homenagem ao ambientalista e um dos fundadores dos Comitês PCJ, Waldemar Bobbo, que faleceu aos  89 anos no último sábado, dia 21 de setembro, em Rio Claro(SP). 

“Nosso papel na despoluição do Rio Jundiaí” é tema de webinário da CT-OL

Evento reuniu atores que participam da história de recuperação do primeiro curso d’água reenquadrado no país

Um importante diálogo sobre o Rio Jundiaí foi realizado na segunda-feira, dia 23 de setembro de 2024, pela Câmara Técnica de Outorgas e Licenças dos Comitês PCJ. Tratou-se do 5º Webinário “Conversando sobre o Rio Jundiaí”, que teve como tema “Nosso papel na despoluição”, com mais de 440 visualizações no YouTube. A iniciativa foi da CT-OL e do seu Grupo de Trabalho de Enquadramento dos Corpos d’água (GT-Enquadramento), com o apoio da Agência das Bacias PCJ.

Em comemoração aos cinco anos em que o evento é realizado, foram apresentadas diferentes ações praticadas por organizações públicas e sociedade civil, ao longo do Rio Jundiaí, que passa por diversas cidades e tem como cenário o seu reenquadramento, além de promover diálogos entre diferentes atores da comunidade que vivenciaram e vivenciam o rio, o primeiro do país a ser reenquadrado de classe 4 para classe 3.

Na abertura do webinário, fizeram o uso da palavra o secretário-executivo do CBH-PCJ e do PCJ FEDERAL, Denis Herisson da Silva; a coordenadora da CT-OL, Cecília de Barros Aranha, e a coordenadora-adjunta, Ariana Rosa Bueno Damiano.

Denis destacou a importância do assunto. “O enquadramento dos corpos hídricos é um dos instrumentos da Gestão de Recursos Hídricos, assim como a cobrança, outorga, Plano de Bacias, que veio para proteger e melhorar os nossos mananciais. Mas, é um assunto complicadíssimo porque ao decidir uma meta de melhoria da qualidade isso envolve custos e investimentos muitas vezes elevadíssimos.  Então, muitas vezes o rio que nós queremos, não é o rio que podemos ter de forma imediata. Mas, podemos estabelecer metas graduais para melhoria para atingir essa meta. Recuperar a qualidade de água e garantir que ela seja útil a todos, seja para consumo humano, seja para conservação da natureza, envolve uma coordenação disciplinada e, principalmente, engajamento de todos, especialmente nesse momento de estiagem prolongada que, devido à baixa vazão, há um aumento da concentração de poluentes”, ressaltou Denis.  “O Rio Jundiaí é o primeiro rio do Brasil totalmente reenquadrado, resultado dos esforços que levaram a evolução dessa classe de qualidade. Esse é um motivo de muito orgulho, não só para a gente dos Comitês PCJ, mas para todos os municípios da Bacia do Rio Jundiaí”, completou.

Cecília enfatizou a união de todos em torno da recuperação do rio. “Nesse evento quero destacar a importância da rede de pessoas que foi construída ao longo de cinco anos. São nossos parceiros, que representam aqui as instituições de ensino, a sociedade civil, os usuários de recursos hídricos e as entidades públicas e privadas da Bacia do Rio Jundiaí. Nesses cinco anos, nós lutamos juntos pela ampliação da participação na divulgação do conhecimento sobre o Relatório de Atendimento às Metas de Atualização do Enquadramento em trechos do Rio Jundiaí”, comentou a coordenadora da CT-OL.  

“O enquadramento dos corpos d’água representa um papel central no novo marco da gestão da qualidade da água por se tratar de um instrumento de planejamento, que possui interface com os demais aspectos da gestão dos recursos hídricos e da gestão ambiental.  Nós, da CT-OL, temos percebido ao longo desses anos o desconhecimento sobre tal instrumento. Vimos também as dificuldades metodológicas para sua aplicação na prática e a prioridade de aplicação de outros instrumentos de gestão, como outorga e cobrança dentro do Plano de Bacia. Destaco aqui que esse processo envolve uma mudança em relação ao modo como a gestão da qualidade da água vem sendo feita no Brasil ao longo das últimas décadas. Cremos que essa gestão nas Bacias PCJ, nos próximos anos, será um procedimento que exigirá um grande esforço em termos institucional, técnico e de participação social”, observou Ariana.

Nesta edição, o objetivo da CT-OL foi o de integrar diferentes atores que vivenciam e vivenciaram o Rio Jundiaí e seus afluentes, desde o cidadão aposentado que nadou e pescou quando jovem, até representantes de universidades, empresas de saneamento e meio ambiente, entre outros. Com isso, foi possível dialogar sobre o papel de cada um para a melhoria da qualidade do Rio Jundiaí.

Depois da abertura, um dos organizadores do webinário, o educador ambiental, Danilo Resende de Moraes, fez uma recapitulação sobre os quatro primeiros webinários “Conversando sobre o Rio Jundiaí”, realizados entre 2020 e 2023. Assim como Cláudio da Cunha, coordenador do curso de Gestão Ambiental da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Jundiaí, falou sobre a formação do rio e seus 123 quilômetros, sua história, municípios, matas e nascentes.

Em seguida, foram apresentados diversos vídeos com falas municipais e institucionais sobre as ações que estão sendo praticadas no decorrer do rio Jundiaí em diversos municípios e atores envolvidos nesta questão.

No evento, houve também uma apresentação do gerente da Agência Ambiental da Cetesb em Jundiaí, Domênico Tremaroli, que explanou sobre um panorama geral do assunto e falou sobre os dados do Relatório Técnico “Acompanhamento do atendimento às metas de atualização do enquadramento em trechos do Rio Jundiaí” (2021-2022).  A assessora técnica da Sala de Situação PCJ/DAEE, Karoline Dantas, explicou as bases normativas e recomendações deste relatório; ações que estão sendo adotadas na Bacia do Rio Jundiaí nos últimos anos, e destacou a atuação do GT-Qualidade, da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico.  “Muito obrigado, Domenico e Karol. São informações riquíssimas para dar um direcionamento das ações que precisamos desenvolver”, comentou Resende.

No final do webinário, foi realizada uma Roda de Conversa com todos os participantes sobre o “nosso papel na despoluição”, com diversas sugestões de ações nas variadas áreas da Gestão dos Recursos Hídricos.

O webinário completo pode ser acessado no canal da Agência das Bacias PCJ no YouTube:

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