Neste 21 de setembro, comemoramos o Dia da Árvore, um recurso essencial para a manutenção da vida na Terra, assim como a água. Das copas às raízes, as árvores desempenham um papel vital na regulação dos ciclos hidrológicos e na preservação da qualidade da água e do ar. Elas realizam, de maneira natural, um processo de filtragem que retém poluentes e substâncias químicas, impedindo que cheguem aos cursos d’água e aos nossos pulmões. Esse fenômeno contribui diretamente para a redução da poluição de rios e lagos, melhora a saúde dos ecossistemas aquáticos e garante a disponibilidade de água limpa para o consumo humano e animal.
Pensando na preservação desses recursos, os Comitês PCJ, por meio da Agência das Bacias PCJ, investem constantemente em projetos que promovem a conservação ambiental nos 76 municípios que compõem nossa bacia. Nos últimos anos, o setor “verde” tem ganhado cada vez mais destaque nas atividades dos Comitês PCJ, com a Assessoria Ambiental da Agência liderando esforços significativos na proteção dos mananciais.
As decisões dos Comitês PCJ envolvem discussões no âmbito da Câmara Técnica de Conservação e Proteção dos Mananciais, que reúne mais de 80 pessoas comprometidas com esse tema. Desde a criação da Política de Mananciais PCJ, em 2015, revisada em 2018, diversos instrumentos e ferramentas foram desenvolvidos e implementados com esse objetivo. Até o momento, estima-se que aproximadamente R$ 21,5 milhões tenham sido investidos. Desse montante, cerca de R$ 9 milhões são oriundos da cobrança pelo uso da água, sendo alavancados também R$ 9,5 milhões oriundos de parcerias, totalizando R$ 18,5 milhões em ações de proteção aos mananciais.
Através dos Programas I e II da Política, são realizados estudos, diagnósticos, mapeamentos e restaurações em 15 municípios localizados em microbacias prioritárias, conforme o Plano de Bacias PCJ. As ações envolvem a restauração e o plantio de mais de 300 mil árvores, a construção de mais de 80 mil metros de cercas e a substituição de cerca de 240 sistemas rudimentares por sistemas com biodigestores.
O Programa II da Política realiza os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), atendendo 121 propriedades rurais, com plantios, cercamentos, incentivos econômicos (repasse direto de recursos ao proprietário), monitoramento e saneamento rural.
Outro instrumento importante da Política é o diagnóstico ambiental de propriedades rurais, conhecido como PIP (Projeto Integral de Propriedade), que aponta fatores a serem adequados nas propriedades, especialmente nas áreas de restauração florestal, saneamento rural e conservação do solo. Até o momento, mais de 500 propriedades rurais já foram diagnosticadas, com um investimento total aproximado de R$ 4,5 milhões.
Destaca-se também o uso do geoprocessamento, que permite o mapeamento e a orientação inteligente das áreas verdes para recuperação ambiental. Aproximadamente R$ 3,5 milhões foram investidos nessa área, o que tem sido essencial para o desenvolvimento de softwares de ponta, aplicativos de coleta de dados em campo e o acesso a informações georreferenciadas de qualidade, promovendo maior assertividade nos projetos e planejamentos.
Nosso olhar cuidadoso também se volta ao reflorestamento, já que as florestas contribuem imensamente para a regulação do clima local e global. Ao “sequestrar” dióxido de carbono da atmosfera e liberar oxigênio, as árvores ajudam a moderar as temperaturas globais, favorecendo climas mais estáveis e previsíveis. Isso, por sua vez, contribui para a manutenção dos recursos hídricos e para a segurança hídrica em nossas bacias.
A busca pela estabilidade climática é uma responsabilidade de todos nós. O planeta é nosso, e, ao refletirmos, percebemos que ele nos fornece todos os recursos necessários para viver. É nosso dever retribuir esse cuidado com ações concretas de preservação. Ao proteger e expandir nossas áreas verdes, garantimos não apenas a conservação dos recursos hídricos, mas também um ambiente mais saudável e resiliente para as futuras gerações.