Ferramenta disponibiliza informações em tempo real sobre chuva, nível e vazão dos rios
A Rede de Monitoramento Hidrológico PCJ atingiu mais de 1,3 milhão de acessos em 2022. Foram 1.367.916 acessos ao longo de 12 meses, uma média mensal de cerca de 114 mil acessos. Trata-se de uma ferramenta que fornece informações em tempo real de chuva, nível e vazão dos rios em cerca de 50 postos de medição distintos e é fundamental para apoiar a tomada de decisões relacionadas ao planejamento e à gestão de recursos hídricos, bem como a atuação da Defesa Civil e o uso dos rios pela comunidade.
A rede é implantada e operada pelos órgãos gestores estaduais (Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB), Sala de Situação PCJ, Agência das Bacias PCJ, Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH), Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico dos Comitês PCJ (CT-MH), usuários de água e diversos outros parceiros.
O monitoramento passou a ganhar força na década de 80, ainda de forma manual. Porém, a partir do ano 2000 ganhou mais destaque e tecnologia, saltando de 11 postos em 2000 para cerca de 50 postos em 2022 de forma telemétrica(automatizada) em tempo real. Os dados podem ser acessados no site do SAISP (Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo) pelo link: bit.ly/SiteSAISP ou pelo site da Sala de Situação PCJ, no sspcj.org.br.
Os Comitês PCJ e a Agência das Bacias PCJ vêm investindo anualmente recursos financeiros, humanos e tecnologias na rede de monitoramento para permitir a produção de informações de qualidade para a sociedade, gerando subsídios para uma melhor convivência com os eventos extremos, as mudanças climáticas e as questões operacionais relacionadas ao abastecimento de cada município das Bacias PCJ.
O presidente dos Comitês PCJ e prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida, destacou a importância da rede no planejamento das ações: “Nos últimos anos, os extremos climáticos têm sido muito mais frequentes. Os primeiros dias de janeiro registraram chuvas torrenciais, com volumes acima da média esperada para a estação. Assim como o período de estiagem também tem sofrido severas mudanças, o que afeta de forma direta a vida cotidiana. O monitoramento é o mecanismo que permite reconhecer essas alterações por meio de dados reais, e a partir dele é possível planejar ações na busca de soluções”, ressaltou Luciano.
A rede possui público muito diversificado e é acessada principalmente por serviços de saneamento, prefeituras, defesa civil, veículos de imprensa, usuários de água dos setores industriais, saneamento e rural, pesquisas acadêmicas, estudos, sistemas de suporte a decisão e o cidadão de maneira geral, como pescadores e navegadores. A ferramenta é de fácil acesso, fornece dados com constância e consistência e permite dados de chuva/nível/vazão de 10 em 10 minutos, além de acesso a histórico das informações e de forma gráfica.
“A Rede de Monitoramento PCJ é um patrimônio das Bacias PCJ e ferramenta fundamental para gestão da estiagem e também dos períodos chuvosos, pois permite observar, por exemplo, o comportamento dos corpos d´água, antever situações a jusante e subsidiar as descargas do Sistema Cantareira. Os desafios são diários no sentido de manter-se os fornecimentos de dados estáveis e com qualidade e, em breve, a integração com dados de qualidade e das águas subterrâneas”, comentou o coordenador da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico dos Comitês PCJ, Alexandre Vilella. “Em nome da CT-MH agradecemos todos aqueles que diariamente contribuem para a divulgação, operação e, principalmente, fazem chegar informação com qualidade à sociedade”, completou Vilella.
O engenheiro ambiental Felipe Gobet de Aguiar, diretor da Diretoria da Bacia do Médio Tietê do DAEE, ressaltou a importância da ferramenta para a gestão dos recursos hídricos. “A Rede de Monitoramento Hidrológico tem sido uma das principais ferramentas de gestão dos recursos hídricos, possibilitando analisar o comportamento das precipitações e das vazões ao longo dos principais corpos d’águas nas Bacias PCJ. O monitoramento dos recursos hídricos auxilia nas tomadas de decisões e estratégias dos órgãos gestores, dos municípios, por meio de ações das defesas civis, dos departamentos de águas e concessionárias de abastecimento, bem como dos usuários de recursos hídricos, os quais acompanham periodicamente os dados monitorados, tanto em períodos de cheias como de estiagens, de forma a beneficiar a dinâmica dos usos múltiplos, favorecendo o uso eficiente dos recursos hídricos. Tendo em vista a sua importância, manter a rede de monitoramento hidrológico e promover sua ampliação na área de abrangência da bacia hidrográfica é imprescindível para à gestão dos recursos hídricos”, destacou Aguiar.
SISTEMA DE SUPORTE À DECISÕES
Outro serviço de monitoramento oferecido na região é o Sistema de Suporte à Decisões das Bacias PCJ (SSD PCJ), que pode ser acessado no site ssd.baciaspcj.org.br. O SSD PCJ é fruto de uma parceria entre a Agência das Bacias PCJ e o Laboratório de Sistemas de Suporte a Decisões em Engenharia Ambiental e de Recursos Hídricos (LabSid), para apoiar os Comitês PCJ, a Agência das Bacias PCJ e os órgãos gestores na gestão e no planejamento dos recursos hídricos da região.
Nesta ferramenta, há a integração de dados atuais e históricos em gráficos e tabelas, com análises personalizadas em dados resumidos ou ao longo do tempo, além de mapa interativo com recursos e funcionalidades de SIG (Sistema Integrado de Gestão), com diversas camadas e mapas de fundo. No SSD PCJ pode ser consultado o Radar DAEE/SAISP e o monitoramento em tempo real e o resumo da situação dos recursos hídricos para democratizar as informações sobre a água.