Ato foi oficializado em coletiva de imprensa na última terça, 21 de setembro.
Luciano Almeida
Desde junho deste ano quando reativou seu Grupo Técnico de Estiagem, os Comitês PCJ vêm levantando, reunindo e divulgando dados sobre a estiagem para dar suporte à decisão dos usuários das Bacias PCJ, entre eles os gestores públicos, o setor industrial e os irrigantes.
Em coletiva de imprensa que reuniu de modo presencial e virtual veículos de comunicação de várias regiões das Bacias PCJ, Luciano Almeida, prefeito de Piracicaba-SP e atual presidente dos Comitês PCJ, abriu seu pronunciamento com um panorama da situação.
“A pergunta certa não é mais se a água vai faltar. É: quando ela vai faltar. (…) Já estamos vivenciando a falta de chuvas e, infelizmente, para o ano que vem a nossa expectativa não é boa. Então, diante deste cenário não tão agradável para a nossa situação, nós estamos aqui buscando alternativas para evitar que a gente tenha problemas relacionados a falta de água, principalmente neste momento tão gritante do nosso estresse hídrico”.
Luciano Almeida
A condição atual já dá sinais de uma estiagem severa, mas ainda sob controle do ponto de vista do Sistema Cantareira, explicou Alexandre Vilella, coordenador da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico dos Comitês PCJ.
“Nós entramos nesta estiagem com cerca de 10% a 12% menos do que tínhamos na estiagem do ano passado. Isso mostra a mensagem que o presidente Luciano trouxe aqui, a importância do uso racional. E cada um dos setores fazendo sua lição de casa, a indústria com reuso, com a racionalização; a irrigação usando métodos mais eficientes como gotejamento, microaspersão; e os municípios junto com a sociedade fazendo combate às perdas e, claro, o cidadão contribuindo também para isso.”
Alexandre Vilella
É válido lembrar que as descargas diárias de água do Sistema Cantareira para os rios do interior (Atibaia e Jaguari) seguem sendo determinadas pela Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico dos Comitês PCJ até novembro deste ano, com o propósito de garantir quantidade mínima de vazão e que seja suficiente para atender as 19 cidades (vide mapa) das Bacias PCJ que se abastecem destes rios.
Já analisando a quantidade de água circulante em outros grandes rios das Bacias PCJ e, comparando os meses de setembro dos últimos anos, é possível notar diminuição. Ainda que em 2021 os níveis estejam baixos, a curva é muito similar ao que passamos em 2018, quando não se temia uma estiagem prolongada.
O quesito que mais preocupa para um agravamento da estiagem é a previsão meteorológica que, considerando um movimento cíclico do fenômeno “El Ninã”, em que e cada seis anos apresenta seca generalizada, aumentam-se as preocupações para 2022.
Sergio Razera, diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ destacou sobre a importância de se manter um alinhamento de conduta entre usuários para que se atravesse essa estiagem:
“A exemplo do que aconteceu em 2014, na crise anterior, os usuários de água iam ao rio e retiravam a sua quota, ou seja, aquilo que eles tinham de autorização. Se eu tenho outorga para 10m³/s eu retiro 10m³/s. Se eu tenho outorga para 50m³/s, que quero retirar 50m³/s. Seu eu tenho outorga para 100m³/s eu quero 100m³/s. E o que aconteceu foi que muita gente ficou sem água. Então, um dos papeis do GT Estiagem é justamente organizar isso e tentar fazer com que a crise, infelizmente com seus prejuízos, com as suas perdas, a gente precisa que isso seja igual, equânime. Este é um dos papeis do GT-Estiagem: trazer informações e ao mesmo tempo organizar os usuários no sentido de fazer com que cada um use parcimoniosamente a água que está lá disponível. É pouca, mas tem que ser bem distribuído à todos”
Sergio Razera
Um boletim técnico quinzenal que vem sendo publicado pelos Comitês PCJ desde agosto reúne um compilado de informações que revela comparativos de linhas históricas da vazão dos principais rios das Bacias PCJ e dos níveis de armazenamento do Sistema Cantareira. Além de previsões meteorológicas, também apresenta um mapa classificando a situação dos 76 municípios deste território. Veja:
MOVIMENTO PCJ PELO USO EFICIENTE DA ÁGUA
Visando conscientizar e mobilizar a sociedade, os Comitês PCJ lançaram “Movimento PCJ pelo uso eficiente da água”, com o tema “A água é de todos. A estiagem também”.
A ação que visa dialogar com os principais usuários de água (cidades, indústria e meio rural) revela a posição de liderança dos Comitês PCJ. Como elo central para discussão de conduta e providências em tempos de estiagem, tem proposto reuniões periódicas, workshops técnicos, boletins técnicos para auxílio a decisão, entre outras providências.
No âmbito social, lançou uma campanha de comunicação em TV, rádio e web para mobilização da sociedade na busca pelo uso eficiente da água, sendo hoje um ato importante para poupar água na estiagem e, ao mesmo tempo, o início de uma revisão de hábitos de todos para um futuro cada vez mais sustentável.
Conheça os materiais da campanha e outros detalhes em www.movimentopcj.org.br.
TRANSMISSÃO
De forma hibrida, a coletiva abriu espaço para jornalistas de forma presencial, na sede da Agência das Bacias PCJ e simultaneamente via sala criada no Google Meet, onde todos puderam interagir no momento das perguntas.
Ao mesmo tempo, membros dos Comitês PCJ e da comunidade puderam acompanhar as explanações pelo Youtube. Confira a transmissão na íntegra!
Uma resposta
Excelente conteúdo