Piracicaba, 08 de julho de 2024
Lamentavelmente, ontem, dia 7 de julho, assistimos mais um triste episódio de mortandade de peixes no nosso Rio Piracicaba. Infelizmente uma grande quantidade de peixes morreram em função de problemas na qualidade da água do nosso rio, causado por despejos irregulares, os quais estão sendo apurados se foram por causas propositais ou acidentes.
Do ponto de vista da “gestão de recursos hídricos”, uma providência imediata e paliativa, seria a liberação de mais água a partir do reservatório de Americana, na tentativa de diluir essa carga que está causando mortandade. Essa providência, de todo, não seria de total eficiência pois, a distância entre o reservatório de Americana e o ponto onde os peixes estão sendo encontrados é de 58km cujo tempo de trânsito desta água seria de mais de 20 horas, sendo uma reação pouco eficiente em face do já acorrido.
Nesse momento, um fato trágico como esse ofende diretamente o trabalho sério que vem sendo exercido pelos Comitês PCJ e Agência das Bacias PCJ nas últimas décadas, nos cabendo registrar que a gestão de recursos hídricos em que atuamos há 30 anos, envolve milhares de pessoas, entidades e empresas sérias que buscam sempre fazer o melhor pelas águas das Bacias PCJ.
Nossos esforços incessantemente têm sido em investir e incentivar a implantação de infraestrutura para coleta e tratamento de esgoto, de tratamento de efluentes, além de inúmeras providências para proteger as nascentes. São todas providências perenes e necessárias para fazer o nosso rio não só permanecer vivo, como recuperar aquilo que tem sido degradado ao longo dos anos.
Já no campo do monitoramento da qualidade das águas, recentemente estamos com olhares voltados a implantação de estações tecnológicas de monitoramento automatizado, tendo os Comitês PCJ já deliberado aprovação de investimentos para, em parceria com a CETESB, viabilizar a implantação de mais 4 sondas especificamente no trecho onde esse tipo de mortandade tem acontecido.
Com a total implantação destes mecanismos, estima-se identificar com mais precisão o momento, a origem e o tipo de carga poluidora presente no rio, sendo um importante instrumento para apoiar e melhorar a gestão de recursos hídricos e auxiliar os órgãos competentes a tomarem as devidas medidas punitivas.
É imperativo e imediato que os órgãos fiscalizadores apurem as causas desse incidente de modo a punir exemplarmente aqueles que o fizeram, para que eventos trágicos como este nunca mais sejam vivenciados pela população de nossas bacias.