Temos novas metas do contrato de gestão que são mais desafiadoras e exigem da Agência das Bacias PCJ e de todos os membros dos Comitês PCJ que participam da gestão dos recursos hídricos, mais disciplina e assertividade.”
Sergio Razera, Diretor-Presidente da Agência das Bacias PCJ
O ano de 2021 começou com muitas dificuldades. Antes de tudo, tivemos perdas de amigos, companheiros de gestão. Paralelo a isso, nosso caixa enfrentava problemas na arrecadação, o que fez com que precisássemos repensar muitas ações de planejamento. No segundo semestre, o ânimo começou a se recuperar. Após um amplo diálogo junto aos órgãos outorgantes, conseguimos retomar o fluxo normal de pagamento de nosso principal cliente, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que estava efetivando pagamento em juízo após questionamento da metodologia de cálculo feita pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o que nos levou a refazer a programação de ações para aplicação dos investimentos nas Bacias PCJ.
Todo aprendizado de 2020, por conta da pandemia da Covid-19, se acomodou em 2021 e muitas das ferramentas que precisamos implantar a toque de caixa acabaram chegando para ficar, facilitando os contatos, as reuniões, as trocas de ideias. Nesse sentido, posso dizer que foi um ano produtivo, de produção de muitas ideias e informações, ainda que muitas ações que exigiam a ida a campo fossem reduzidas em comparação aos períodos anteriores a 2020.
No que se refere à sustentabilidade na Agência das Bacias PCJ, vínhamos num período de evolução, com metas estabelecidas e sendo cumpridas, o que também foi desacelerado no modelo de trabalho em home office implantado em 2020. No entanto, como “transferimos” muitas das ações para as casas das pessoas, a conscientização sobre consumo consciente passou a se estender às famílias, especialmente relacionadas a energia e geração de resíduos. Difícil mensurar indicadores desta frente nesse modelo de trabalho, mas posso garantir que a disseminação de hábitos mais sustentáveis aconteceu.
A segurança da água é um tema muito discutido em toda a sociedade, principalmente porque não atinge só o setor de saneamento, mas também os setores elétrico e produtivo. Nas Bacias PCJ, por exemplo, temos expectativa que os reservatórios de Amparo e Pedreira, que se encontram em fase mediana de construção, ajudem a amenizar a crise hídrica após sua conclusão, o que deve acontecer no fim de 2023.
Comemoramos a boa notícia do Governo do Estado de São Paulo sobre o anúncio de dois novos reservatórios na região do Rio Jundiaí (em Salto e Indaiatuba) e de um barramento na Bacia do Corumbataí, o que vai atender, principalmente, aos municípios de Rio Claro e Piracicaba e entorno.
Nos Comitês das Bacias PCJ, iniciamos debates sobre a necessidade de mudança tecnológica tanto nas Estações de Tratamento de Água como nas de Esgoto, para que seja possível ampliar o tratamento de água em alguns municípios. E, embora a implantação de tecnologias ainda seja um desafio, hoje já são muito mais incorporadas pela indústria nacional e mais acessíveis do que há 20, 30 anos.
Reforço o papel da Agência das Bacias PCJ como catalisador de parcerias, palavra-chave na gestão de recursos hídricos, que envolve diversas áreas e setores. Não conseguimos fazer essa gestão sozinhos. Seja na colaboração de proprietários rurais para o plantio de árvores, seja na busca com outros órgãos para a captação de informações para a Sala de Situação, a fim de que se tornem disponíveis para todos. Da mesma forma acontece com as políticas públicas, cujos programas e atividades, de forma isolada, não têm tanta eficácia. Os Comitês têm esse papel de extrair de cada um dos organismos o que existe de políticas públicas, ajudando a viabilizá-las de forma rápida.
Temos novas metas do contrato de gestão que são mais desafiadoras e exigem da Agência das Bacias PCJ e de todos os membros dos Comitês PCJ que participam da gestão dos recursos hídricos, mais disciplina e assertividade. Na iminência de uma crise hídrica e mesmo pela melhoria tecnológica que nossos sistemas demandam, precisamos ganhar escala e velocidade nas ações estratégicas. E já estamos num bom caminho, com a aceleração digital que se concretizou e as parcerias que temos com os diversos agentes neste território tão desafiador que é as Bacias PCJ. (GRI 102-14)