Em 2023, quando os Comitês PCJ completaram três décadas de atuação, consolidamos nossa trajetória de grandes avanços nas Bacias PCJ, com a participação de muitos atores na continuidade da preservação dos recursos hídricos.
Todos os programas e iniciativas da Agência das Bacias PCJ são voltados a prover um sistema de informações que dê condições para o processo decisório. Afinal de contas, a disponibilidade de dados confiáveis para embasar definições sobre o território é de fundamental importância nas questões relacionadas às mudanças climáticas, assunto que, a cada dia, ganha escala de urgência. Vivemos tempos de eventos climáticos extremos – um período de seca, como o de 2014, pode voltar a ocorrer, ao mesmo tempo em que há preocupações com a possibilidade de fortes enchentes.
Atentos a este cenário, concluímos a primeira fase do projeto M.A.R.U (Monitoramento de Águas Residuais Urbanas), em parceria com a agência francesa de águas Loire-Bretagne, com o Escritório Internacional de Águas e a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP). O trabalho levou tecnologia para o monitoramento de águas aonde ainda não havia, como em pequenos rios. Isso imprime mais acuracidade aos dados, ao mesmo tempo em que apresenta informações ainda mais transparentes e compreensíveis para toda a sociedade. Imagens por satélite ou in loco, via sonda, também reduzem os custos do monitoramento, considerando a abrangência das Bacias PCJ.
Além disso, avançamos na elaboração de dois estudos de suma importância: os planos de macrodrenagem da Bacia do Rio Jundiaí e da Bacia do Rio Capivari, este último, em fase de finalização. A partir desses planos, os municípios poderão tomar recursos para a elaboração de estudos em escala municipal, para o detalhamento das ações a serem realizadas, como obras de contenções, diques e barragens, por exemplo, no caso de enchentes.
Foi um ano de muitos desafios, mas também de muitas conquistas. E, com certeza, não teríamos conseguido avançar tanto se não fosse o engajamento e dedicação do nosso time, que ganhou mais musculatura em 2023 – com novas contratações, especialmente nas coordenações de Gestão e Sistemas de Informações. O desafio, agora, é acelerar o projeto da nova sede para que possamos acomodá-los e proporcionar a esse time ainda mais qualidade no ambiente de trabalho.
Muita coisa melhorou ao longo desses 30 anos, mas ainda há muito por se fazer. Precisamos melhorar o uso da água e verificar como reservar mais no período chuvoso, para poder usar nos momentos de seca. Então, temos muita história ainda para construir e muita coisa para fazer. De todo modo, participar dessas três décadas dos Comitês PCJ foi, pessoalmente, muito prazeroso. Tivemos dificuldades, mas também muito estudo e debate. Aos poucos, criamos o que eu chamo de “jeito PCJ” de fazer a gestão de recursos.
(GRI 2-22)
Sergio RazeraDiretor-presidente da Agência das Bacias PCJ