Assunto foi apresentado por Luciano Novaes, sócio-diretor e fundador da Novaes Engenharia
06 de junho de 2024
A Itemização de Ações na Gestão de Controle de Perdas de água foi um dos principais assuntos da 121ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Saneamento dos Comitês PCJ, realizada nesta quinta-feira, dia 6 de junho, por meio de videoconferência.
A palestra foi proferida pelo sócio-diretor e fundador da Novaes Engenharia, Luciano Novaes, que ressaltou que o número de referência para perdas no sistema de distribuição no Brasil deve ser o de 20%. “Um dos grandes problemas que eu encontro nos municípios que a gente vai é a falta de continuidade. É um dos grandes problemas culturais do Brasil”, comentou o especialista. Como exemplo, ele citou que pode demorar 10 anos para reduzir as perdas e depois, se não forem adotadas mais ações, em três anos volta tudo novamente. Novaes ressaltou que o município de Votorantim pode servir de modelo para outras cidades, pois conseguiu reduzir de 48% para 20%(média dos últimos dois anos).
Os principais motivos de perdas, segundo ele, são os vazamentos, submedição dos hidrômetros e fraudes(gatos). Já os motivos para os vazamentos são os materiais de qualidade ruim, mão de obra não qualificada e pressões elevadas. O palestrante destacou que um grande problema também é a falta de cadastro técnico do sistema. De acordo com Luciano, os motivos principais para a falta de cadastro são a mudança do cargo de prefeito e dos gestores responsáveis pelo sistema de abastecimento de água; e o fato de muitas informações ficarem na cabeça dos profissionais, não tendo a cultura de passar para o papel.
Durante o encontro, os membros da CT-SA também debateram sobre o andamento das ações do Grupo de Trabalho (GT)-Perdas, apresentado pelo coordenador da CT-AS, Mateus Arantes. No dia 5 de junho, foi realizada a quarta reunião do grupo. Todos os participantes trouxeram demandas importantes para o documento final, que deve ficar pronto em outubro.
A próxima reunião será no dia 4 de julho, quando deverá ser definida uma sequência lógica dos itens para a melhor evolução e estruturação. Em 5 de agosto, o GT-Perdas criar um modelo de processo para o alcance da realização de cada item. Em 5 de setembro, o grupo volta a se encontrar para criar parâmetros mínimos para a adimplência no processo de captação de recursos financeiros. No dia 7 de outubro, o GT deverá concluir a minuta de uma normativa, um documento norteável dentro da bacia para que os órgãos possam seguir. Entre os itens levantados, alguns o custeio deve ser de responsabilidade dos prestadores de serviço, enquanto outros possuem a possibilidade de financiamentos com o apoio dos Comitês PCJ.
“A gente tem visto que a redução de perdas vai resolver boa parte dos problemas que temos nas Bacias PCJ”, destacou Arantes. O coordenador de Projetos da Agência das Bacias PCJ, Diogo Pedrozo, elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvido. “As discussões no grupo estão enriquecendo, estamos evoluindo cada vez mais”, observou. Pedrozo disse que a ideia é “chegar a um patamar em que as Bacias PCJ seja referência no assunto”. “É um trabalho árduo, porque perdas precisa de atuação constante, diária e intensa”, avaliou.
Os membros da CT-SA ainda discutiu sobre a organização do evento “Combate a perdas de água: Encontro para a eficiência hídrica”, que deverá acontecer no dia 22 de agosto, na 122ª Reunião da CT-AS, na Unicamp, em Campinas(SP). Para isso, foi criada uma comissão organizadora. Os membros são Mateus Arantes e Patrícia Calegari, ambos da Prefeitura de Louveira; Leandro Garcia da Costa e Álvaro André Francato (PUC-Campinas); Mona Pavan Ribeiro (BRK Ambiental); Flavia Pizani (Prefeitura de Limeira); e Luana Matos (Unicamp). A primeira reunião da comissão deve acontecer até o dia 20 de junho.
Houve também a aprovação de um novo membro na CT-SA: a Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste, representada por Célia Maria Campos(titular), Fernanda Dias Pereira e Leandro Ramalho(suplentes).
Outro item de pauta foi a atualização de data e local de reuniões da CT-SA previstas para 2024. A 122ª Reunião que seria dia 8 de agosto vai ser dia 22 na Unicamp, em Campinas. A 124ª Reunião, de 5 de dezembro, que seria presencial, passará a ser virtual.
Primeira reunião da CT-MH na qual foram definidos volumes de água ocorreu em Paulínia
04 de junho de 2024
A gestão das descargas do Sistema Cantareira para as Bacias PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) passou a ser a exercida pelos Comitês PCJ a partir deste mês de junho, quando foi iniciado o período “seco”, que vai até novembro. O assunto foi um dos principais itens de pauta da 255ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico dos colegiados, realizada na terça-feira, dia 4 de junho, na Replan – Refinaria de Paulínia (Petrobrás).
O secretário-executivo do CBH-PCJ e PCJ FEDERAL, Denis Herisson Silva, destacou a importância do trabalho que é realizado. “Estamos passando mais um período de estiagem, em um cenário com crescente frequência de eventos climáticos extremos, e a CT-MH tem a atribuição, neste período seco, de controlar as descargas do Sistema Cantareira com muita cautela, e sempre ouvindo os municípios, de modo a não prejudicar os municípios à jusante que sofrem influência dela. Porém, estamos de olho especialmente nos municípios que não dependem diretamente dos mananciais provenientes do Cantareira: os municípios que têm enfrentado frequentes problemas de falta de água em época de estiagem, e assim são os que mais precisam planejar e realizar ações de forma a prevenir o desabastecimento. Os Comitês PCJ têm oferecido um amplo espaço para discussão e planejamento por meio de suas Câmaras Técnicas e a Agência das Bacias PCJ, seu braço executor, tem disponibilizado recursos da cobrança pelo uso de recursos hídricos para que estes municípios possam promover ações tanto na área de saneamento básico quanto para a melhoria do meio ambiente”, explicou Denis.
O modelo de gestão ocorre anualmente com o objetivo de promover o uso eficiente da água de forma a liberar somente os volumes necessários para o abastecimento dos diversos usos da água na região. No encontro de hoje, os membros da CT-MH deliberaram sobre as vazões do Cantareira para as Bacias PCJ. Para o Rio Cachoeira foi mantida a vazão de 4,5 metros cúbicos. Na Represas Jaguari e Jacareí continua a vazão de 0,25 metro cúbico e no Rio Atibainha, a CT-MH decidiu aumentar a vazão de 3,5 para 4,5 metros cúbicos.
Entre junho e novembro, é a CT-MH que monitora, realiza previsões e decide diariamente qual a vazão de água do Cantareira para as Bacias PCJ, buscando garantir o cumprimento das regras e condições para o abastecimento de 19 municípios do interior – cerca de 3,5 milhões de habitantes – que dependem diretamente do sistema de reservatórios.
“Nesta terça-feira (04/06) nós tivemos a reunião ordinária da CT-MH, a primeira desse período seco de 2024, da gestão do Sistema Cantareira. Vimos de um período de estiagem que se iniciou em abril já bastante severo, com alguns municípios, algumas captações sofrendo muito, e nesse momento estamos decidindo aumentar as descargas na Bacia do Atibaia, principalmente, em um metro cúbico naquela bacia, visando manter as condições mínimas. Mas, estamos muito atentos às outras calhas, principalmente dos mais de 50 municípios que não se abastecem diretamente do Sistema Cantareira. Eles se abastecem de pequenos córregos e possuem desafios adicionais daqueles que diretamente estão na calha do Atibaia e principais calhas. Então, a CT-MH está sempre atenta, aberta para recepcionar essas demandas, essas dificuldades e problemas que os usuários de recursos hídricos colocam”, ressaltou o coordenador da câmara técnica, Alexandre Vilella. No dia 3 de junho, o Sistema Cantareira estava com 70,1% do seu volume útil armazenado. Na mesma data, em 2023, o volume estava em 84,7%. Em 3 de junho de 2022, o volume chegou a 41,7%.
A reunião deste mês de junho contou com a participação de mais de 70 pessoas, entre elas o gerente de Meio Ambiente da Replan, Valdir José Pinheiro; o especialista em Regulaçãode Recursos Hídricos e Saneamento Básico da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), Roberto Carneiro de Morais; a secretária de Meio Ambiente de Piracaia, Stela Dalva Sorgon, que falou sobre uma obra de desassoreamento no Rio Piracaia, viabilizada pelo Programa Rios Vivos do DAEE(Departamento de Águas Energia Elétrica)/Semil-SP (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística); além do prefeito de Pedreira, Fábio Polidoro, que solicitou ao DAEE uma obra de enrocamento no Rio Jaguari e manifestou apoio à obra das barragens em Amparo e Pedreira.
“Estamos trabalhando de forma integrada e compartilhada para buscar soluções para todas as cidades, para todos que necessitam de água para realizar a sua produção, para o abastecimento da sua população e assim por diante. Eu gostaria de passar para vocês aqui, externar a nossa preocupação e, em conjunto, buscarmos soluções para melhorar essa segurança da captação, em Pedreira e para toda a região e de Campinas também”, comentou o prefeito de Pedreira.
No encontro, os participantes também debateram sobre a situação dos mananciais, informações dos usuários e das condições hidrometeorológicas, além de ocorrências registradas durante o mês de maio.
Ainda houve apresentação da Sala de Situação PCJ, com Karoline Dantas, que falou sobre o balanço do período úmido 2023/2024, produtos disponíveis, chuvas/vazões em maio/2024 e perspectivas para os próximos meses, além dos destaques do mês de maio: 14 estações registraram acumulados acima da média histórica; nas Bacias PCJ, as chuvas variaram espacialmente, com acumulados dentro e abaixo da média climatológica (1961-1990); no total, foram 27 dias sem registros de chuva. O coordenador do GT-Previsão do Tempo e da CT-Indústria, Jorge Mercanti expôs sobre as previsões meteorológicas para as Bacias PCJ e para o Brasil.
Além de Alexandre Vilella, integram a coordenação da CT-MH, Paulo Tinel (primeiro coordenador adjunto) e Luís Filipe Rodrigues (segundo coordenador adjunto). A próxima reunião(256ª) da CT-MH será no dia 3 de julho, por meio de videoconferência.