Última reunião da atual composição da CT-MH revela dados e medidas para garantir o abastecimento de água na região
05 de julho de 2023
A 243ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico abordou diversos tópicos relevantes. Foram discutidas a situação dos mananciais, o Sistema Cantareira, as informações dos usuários e as condições hidrometeorológicas, além das ocorrências registradas durante o mês de maio de 2023. Também foram apresentados os produtos disponíveis na Sala de Situação PCJ, as chuvas e vazões ocorridas em maio de 2023, bem como as perspectivas para os próximos meses. Além disso, foram discutidas as previsões meteorológicas e o Boletim de Monitoramento da Qualidade nas bacias, apresentado pela Cetesb. Por fim, houve a deliberação sobre as vazões a serem descarregadas do Sistema Cantareira às Bacias PCJ e a apreciação de um parecer técnico conjunto do Plano de Ação do Planejamento Estratégico das Câmaras Técnicas CT-MH, CT-ID e CT-PB.
Alexandre Villella conduziu o encontro e expressou seu agradecimento pela confiança, participação e apoio de todos os membros da CT-MH. Ele ressaltou a importância do envolvimento, profissionalismo e dedicação de cada um, destacando que essa seria a última reunião da atual formação e mandato da CT-MH. Villella informou que, ainda em julho de 2023, ocorrerá a reformulação de todas as CT dos Comitês PCJ, incluindo a CT-MH.
Na sequência, foram apresentados os dados sobre as condições hidrometeorológicas dos rios das Bacias PCJ e do Sistema Cantareira. No dia 5 de julho, o Sistema Cantareira registrava os seguintes índices: Q nat de 15,01 m³/s, Qps de 0 m³/s e V.U. de 98%. O Q Jus era de 7,75 m³/s. Atualmente, o Sistema Cantareira opera dentro da faixa Normal, com um volume de armazenamento correspondente a 82,8% de sua capacidade. Há um ano, o volume armazenado era de 38,3%. Para São Paulo, a média de descarregamento é de 24,35 m³/s. Já o Sistema Integrado da RMSP apresenta um volume de 82,4%, sendo que há um ano esse valor era de 54,1%. Durante o ano, utiliza-se cerca de 30% a 35% da capacidade de reservação do Sistema Cantareira.
Posteriormente, Rafael Leite, engenheiro coordenador da Sala de Situação PCJ, apresentou os dados de chuvas e vazões ocorridas em junho de 2023, assim como as perspectivas para os próximos meses. Na sub-bacia do rio Atibaia, as chuvas foram ligeiramente acima da média histórica, com precipitação registrada em apenas três dias de junho. Já na sub-bacia do rio Jaguari, o acumulado ficou próximo do esperado para o mês. Na sub-bacia do rio Piracicaba, as chuvas foram mais intensas, com várias estações registrando valores acima da média.
Em seguida, Jorge Mercanti, coordenador do GT-Previsão, compartilhou os dados hidrometeorológicos para as Bacias PCJ. Ele destacou que o fenômeno El Niño já estava bem pronunciado no início de junho, com previsão de prevalência entre janeiro, fevereiro e março de 2024. A partir de agosto e setembro, espera-se o início das chuvas na região sul do Brasil, e não há previsão de secas tão drásticas para as Bacias PCJ nos próximos 6 meses. Marco Jusevicius, do Simepar, confirmou a evolução do domínio do El Niño, ressaltando que sua influência é mais incisiva no nordeste do Brasil e menos prevalente no sudeste. Segundo ele, o fenômeno não apresenta sinais claros de relação direta no país como um todo, e os dados indicam que seus efeitos serão minimizados.
Beatriz Durazzo Ruiz, gerente de águas interiores da Cetesb, apresentou os dados dos boletins de monitoramento da qualidade da água dos corpos hídricos das Bacias PCJ, referentes ao ano de 2021/2022 e ao 1º trimestre de 2023. Ela destacou que os índices de Qualidade de Água fornecem uma visão geral da qualidade da água, classificando os corpos hídricos em faixas de qualidade. Esses índices facilitam a comunicação com o público, auxiliam na tomada de decisão por parte dos gestores e operadores do saneamento em áreas críticas e permitem a comparação espacial e temporal.
Por fim, ocorreu a deliberação sobre as vazões a serem descarregadas do Sistema Cantareira para as Bacias PCJ durante o período seco. O comunicado da CT-MH ao Daee estabeleceu os seguintes indicadores: Cachoeira com 5m³/s, Atibainha com 2,5 m³/s (mantidos) e Jaguari/Jacareí com a descarga elevada de 0,25 m³/s para 0,50 m³/s. A próxima reunião da CT-MH está agendada para o dia 03 de agosto de 2023, de forma presencial em local ainda a ser definido.