Educação Ambiental e Planos Municipais de Mata Atlântica são destaques no V Seminário de Áreas Protegidas das Bacias PCJ
Evento da CT-RN e CT-EA contou com a participação de mais de 80 pessoas na CATI Campinas, dia 30/11
Educação Ambiental e Comunicação em Áreas Protegidas foi um dos principais assuntos do V Seminário de Áreas Protegidas das Bacias PCJ, realizado na quinta-feira, dia 30 de novembro, na CATI (Coordenação de Assistência Técnica Integral da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo), em Campinas(SP). O evento foi realizado pelas Câmaras Técnicas de Conservação e Proteção de Recursos Naturais (CT-RN) e de Educação Ambiental (CT-EA) dos Comitês PCJ, com o apoio da Agência das Bacias PCJ.
“A CT-RN é CT-EA são duas instâncias que atuam de forma complementar na gestão dos recursos hídricos das Bacias PCJ. Cada uma com suas especificidades e competências, mas ambas com o propósito de contribuir com a garantia da qualidade e quantidade da água para as presentes e futuras gerações. Este encontro buscou discutir desafios e potencializar oportunidades para a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos nas áreas protegidas, pavimentando um caminho possível para mitigar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos como estratégia para adaptação e possível reversão dos problemas ambientais contemporâneos com expressivos reflexos em nossos recursos hídricos”, enfatizou a coordenadora da CT-EA, Ana Lúcia Vieira.
Outro assunto bastante debatido durante o seminário foram os Planos Municipal de Mata Atlântica e Cerrado, conforme destacou o coordenador da CT-RN, João Demarchi. “Eu tenho plena convicção de que esse seminário tem uma oportunidade, pela época que ele está sendo realizado e pela assinatura do Termo de Referência de realização dos Planos Municipais de Mata Atlântica e Cerrado, de desenvolvermos esses planos com uma adesão maior dos municípios, que nós consigamos, através dessa estratégia e dessa contratação dessa empresa agora que deve assinar o contrato esses dias, fazer com que os municípios olhem para o seu território, olhem para as suas áreas protegidas, sejam unidades de conservação, sejam as próprias APPs hídricas e consigam fazer esse planejamento olhando para o seu município, mas sem deixar de olhar para os seus municípios vizinhos e que sub-bacia que está contextualizado o seu território”, ressaltou Demarchi.
“Acredito que assim a gente vai conseguir criar uma estrutura relativamente sólida até para enfrentar a transição política do próximo ano, porque nós vamos terminar com esses planos, as minutas dos planos elaboradas exatamente num momento de transição política do município. Então, a gente vai ter que garantir que esse bastão vai ser passado para próximas equipes. Esse é o momento. Essa é a grande e acho que ênfase que a gente dá nesse seminário. Está ocorrendo agora que nós vamos iniciar esse trabalho dos comitês com a contratação da empresa não para a elaboração direta, para ensinar e fazer com que os municípios construam suas minutas dos Planos Municipais de Mata Atlântica e Cerrado”, concluiu.
Após a abertura do seminário, que contou com a participação do presidente da Fundação José Pedro de Oliveira (Mata de Santa Genebra), Aparecido Souza Santos, houve uma dinâmica com os participantes, que responderam à seguinte pergunta: “Como eu sinto as mudanças climáticas?”. Em seguida, a meteorologista do Cepagri/Unicamp, Ana Maria Heuminski de Avila, palestrou sobre “Mudanças climáticas e eventos extremos: Perspectivas para os municípios das Bacias PCJ”.
Ainda no período da manhã, o biólogo Diego Igawa Martinez, da Fundação SOS Mata Atlântica, apresentou os “Instrumentos para a proteção e recuperação da Mata Atlântica nos municípios das Bacias PCJ”. No final da manhã, foram apresentadas as propostas dos Comitês PCJ para a proteção e recuperação da Mata Atlântica e cerrado nas Bacias PCJ.
No período da tarde houve uma oficina sobre construção de propostas de comunicação e Educação Ambiental voltadas a integração das ações para a conservação dos recursos hídricos e das áreas protegidas das Bacias PCJ. Depois da oficina, a educadora Maria Luísa Bonazzi Palmieri, do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), falou sobre “Educação Ambiental e Comunicação em áreas protegidas”. Um dos exemplos de sucesso citados por Maria Luísa foi o Programa EducaTrilha na Escola, desenvolvido na Estação Experimental de Tupi. Somente em 2023, foram atendidas 29 escolas públicas e particulares e 14,2 mil alunos.
“O seminário teve uma participação muito significativa, com representantes de várias áreas protegidas, gestores municipais, pessoas da sociedade civil das Bacias PCJ, e eu acredito que ele pode dar um impulso a mais para a gente ter cada vez mais integrado as ações dos Comitês e das Áreas Protegidas aqui nas Bacias”, concluiu Cristiano Krepsky, coordenador do GT-Áreas Protegidas da CT-RN.