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Seminário de Áreas Protegidas reforça integração entre conservação ambiental e gestão hídrica

Evento destacou experiências municipais e apresentou subsídios para a revisão da Política de Mananciais

17 de outubro de 2025

O VI Seminário de Áreas Protegidas das Bacias PCJ, realizado em 17 de outubro, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), reuniu cerca de 100 representantes de órgãos públicos, universidades, organizações da sociedade civil e do setor privado para debater experiências e soluções voltadas à conservação e restauração das áreas naturais no território PCJ.

Promovido pela Câmara Técnica de Conservação e Proteção dos Mananciais (CT-Mananciais) dos Comitês PCJ, o encontro teve como tema “Compartilhando e conectando experiências para a conservação e restauração das áreas naturais” e se consolidou como um importante espaço de troca de conhecimento sobre estratégias de conectividade ecológica e gestão integrada dos mananciais.

A programação começou com uma mesa de abertura que contou com a presença do secretário-executivo do CBH-PCJ e do PCJ Federal, Denis Herrison da Silva; do presidente da Fundação José Pedro de Oliveira, Rogério Menezes; e da diretora-executiva de Planejamento Integrado da Unicamp, Gabriela Marques Romero. Em seguida, foram realizadas quatro mesas temáticas. A primeira apresentou projetos de restauração da paisagem e corredores ecológicos em Campinas, com participação de representantes da Fundação José Pedro de Oliveira e da Conservação Internacional Brasil. Na sequência, a mesa sobre projetos de conectividade na região de Piracicaba reuniu técnicos das prefeituras de Piracicaba e São Pedro, além de integrantes do Projeto Corredor Caipira.

No período da tarde, especialistas da Fundação Florestal abordaram o planejamento e a gestão do território em Áreas de Proteção Ambiental (APAs), destacando os desafios de conciliar conservação e uso sustentável dos recursos naturais. Encerrando a programação, a Agência das Bacias PCJ e a CT-Mananciais apresentaram subsídios para a revisão da Política de Mananciais dos Comitês PCJ, com falas do coordenador da CT, João Demarchi, e das técnicas da Assessoria Ambiental, Bruna Petrini e Camila Costa de Souza.

Segundo João Demarchi, o evento representou um momento estratégico para avaliação e aprimoramento das ações da Câmara Técnica. “Para nós, da CT-Mananciais, a importância desse evento é fazer uma revisão do trabalho que fizemos nesses dez anos e conseguir acrescentar — e se for o caso até omitir — algumas coisas que propusemos inicialmente, para que a gente ganhe mais escala e eficiência no uso dos recursos da cobrança pelo uso da água na restauração, proteção e conservação das áreas naturais. Com essas apresentações dos municípios de Campinas, Piracicaba e São Pedro, verificamos que, principalmente os que têm mais estrutura, já avançaram nessa questão, e mesmo os menores vêm evoluindo bastante. Vamos usar essa experiência apresentada aqui e o know-how que obtivemos com o termo de referência executado no ano passado para reconstruir os Programas 3 e 4 da Política de Mananciais, garantindo mais eficiência na proteção dos territórios”, explicou.

O coordenador-adjunto da CT-Mananciais, Miguel Milinski, destacou a ampliação do olhar sobre o tema da conservação. “O seminário é sobre áreas protegidas, porém, nós estamos falando também em áreas naturais. Não estamos preocupados somente com as áreas protegidas. No próprio chamamento do evento há destaque para a conexão e a conectividade entre as áreas naturais. Isso é o que achei mais importante do seminário: estamos indo além do que é protegido.”

Para o coordenador do GT-Áreas Protegidas, Cristiano Krepsky, o evento reafirmou a importância de unir ciência, gestão e participação social. “O grupo de trabalho se reuniu para pensar o seminário e demonstrou essa vontade de conversar sobre como podemos avançar na recuperação de áreas dentro das bacias e no estabelecimento de corredores ecológicos. Esse tema contribui tanto para a conservação dos fragmentos e das áreas de vegetação nativa quanto para a produção e a qualidade da água. Chegamos à sexta edição do seminário com uma participação muito interessante e diversa, o que mostra que os municípios também sentem essa importância. Esperamos que o evento possa contribuir para integrar cada vez mais as agendas de conservação e recuperação das áreas naturais aos programas do Plano de Bacias e à conservação dos recursos hídricos.”

Já o secretário-executivo dos Comitês PCJ, Denis Herrison da Silva, ressaltou a relevância de tratar a conservação e a restauração como parte essencial da gestão das águas. “É uma iniciativa importante, uma vez que hoje os Comitês PCJ veem como tão importantes quanto os trabalhos na área de saneamento o esforço voltado à preservação das áreas protegidas e à sua restauração, principalmente das matas ciliares, das APPs e das reservas legais, principalmente quanto às boas práticas agropecuárias”, avaliou.

O seminário foi realizado pela CT-Mananciais dos Comitês PCJ, com apoio da Agência das Bacias PCJ, da Fundação José Pedro de Oliveira (Mata de Santa Genebra) e da Unicamp. As atividades ocorreram no Auditório da FECFAU (Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo).

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