Alexandre Vilella, Paulo Tinel e Luís Filipe Rodrigues se colocaram à disposição para continuar à frente da coordenação
3 de julho de 2025
Membros da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH) participaram nesta quinta-feira, dia 3 de julho, da 268ª Reunião Ordinária da câmara, a última antes da eleição das coordenações das 11 CTs temáticas dos Comitês PCJ, marcada para 16 de julho. O encontro serviu para realizar um balanço e refletir sobre a atuação da CT-MH no atual mandato.
Na ocasião, os três membros da coordenação – Alexandre Vilella, Paulo Tinel e Luís Filipe Rodrigues -, manifestaram interesse em continuar à frente da CT-MH pelos próximos dois anos. “A coordenação da câmara não é nada sem os membros. São os membros que alimentam a coordenação, trazem as informações e as demandas. Olhando para o nosso plano de trabalho, acho que todos nós podemos ter muita tranquilidade de missão cumprida nesse mandato. Claro que desafios não faltam, mas acredito que aquilo que nos comprometemos a fazer, estamos entregando nessa câmara, que tem quase 180 membros, entre titulares e suplentes”, destacou Vilella. “Podemos nos sentir muito orgulhosos desse mandato, de conseguir atravessar situações muito adversas, muitos conflitos e, claro que pela frente ainda tem muita coisa: renovação da outorga do Cantareira, Sistema Adutor Regional, conclusão das barragens de Pedreira e Duas Pontes (Amparo), Barragem do Ribeirão Piraí e tantos outros enfrentamentos que a gente vai ter nesse próximo mandato”, continuou o coordenador.
O segundo coordenador-adjunto, Luís Filipe Rodrigues, reforçou: “Faço das suas, as minhas palavras, Alexandre. Muito bem lembrado. Se a gente tem uma câmara forte aqui, é porque a gente tem todos os membros por trás, nos apoiando, nos municiando de informações, estando junto aí para dividir tudo que acontece, dos nossos anseios com barragens, com previsões futuras e no dia a dia também, então, muito obrigado a todos”. Paulo Tinel, primeiro coordenador-adjunto, complementou: “Nós fazemos dessa câmara um parlamento, onde as pessoas colocam todas as suas posições de forma livre e a gente procura fazer a gestão do Sistema Cantareira da melhor forma”. Vilella também destacou a atuação dos dois grupos de trabalho da CT-MH, o GT-Previsão do Tempo, coordenado por Jorge Mercanti, e o GT-Qualidade, coordenado por Lilian Peres.
A próxima reunião da CT-MH (269ª Ordinária), em 16 de julho, será a partir das 10h30, por videoconferência. O encontro integrará o processo de renovação das CTs, que ocorre a cada dois anos. No mesmo dia, às 9h, ocorrerá a Reunião Conjunta de Posse dos Membros das CTs (mandato 2025-2027) também por videoconferência e com transmissão pelo Youtube.
Após a posse, todas as câmaras técnicas irão se reunir virtualmente, de forma separada, para a eleição ou recondução dos cargos de coordenação, recomposição dos grupos de trabalho, eleição ou recondução das coordenações dos GTs e atualização do calendário de reuniões até 2027. No início da reunião, Tainá Moura, da Secretaria Executiva, apresentou as orientações e esclarecimentos sobre o processo de renovação.
APRESENTAÇÕES TÉCNICAS
Durante o encontro, Viella apresentou a situação dos mananciais das Bacias PCJ com destaque para as vazões dos principais rios. Ele também consultou os usuários de recursos hídricos sobre as ocorrências em junho e alertou que, diante das atuais condições hidrometeorológicas, há tendência de queda nas vazões nos próximos meses.
Foi enfatizada a importância da manifestação dos usuários quanto aos problemas e dificuldades enfrentados durante a estiagem, para que a CT-MH tenha subsídios para negociação na renovação da outorga do Cantareira. Ricardo Abdo, da Prefeitura de Jaguariúna, observou que a dinâmica das vazões mudou em relação a dez anos atrás. “Vamos acompanhar de perto para ver se isso se repete e evitar que aconteça novamente”, comentou, referindo-se à uma queda abrupta na vazão do Rio Jaguari no dia 30 de junho, em Jaguariúna, a jusante da PCH (Pequena Central Hidroelétrica).
Em 3 de julho, o Sistema Cantareira estava com 47% de sua capacidade, ainda em estado de atenção. No mesmo período de 2024, o índice era de 65,6% e, em 2023, de 82,7%. Segundo Vilella, durante a estiagem consome-se, em média, 35% do reservatório. Ele alertou que é necessário ter o olhar para 2026, ano em que a capacidade de reservação vai depender bastante das chuvas do próximo verão.
No período seco, entre junho e novembro, os Comitês PCJ fazem a gestão das descargas para as Bacias PCJ. O volume utilizado em junho foi de 18,49 hectômetros cúbicos, o que equivale a 12% dos 158,1 hm³ previstos na outorga. A média das descargas foi de 6,69 m³/s neste primeiro mês.
Na apresentação da Sala de Situação PCJ, a engenheira Karoline Dantas, da SP Águas, falou sobre balanço do período úmido, chuvas/vazões em junho/2025 e perspectivas para os próximos meses. Segundo ela, das 26 estações monitoradas, três apresentaram falhas na transmissão dos dados e 13 registraram acumulados de chuva acima da média histórica. Na maior parte do território das Bacias PCJ, os acumulados registrados variaram entre as classes de 0 mm a 75 mm. Em 1º de junho, o Cantareira estava com 52,73% de sua capacidade e terminou o mês com 47,57%.
Jorge Mercanti apresentou as previsões meteorológicas. Conforme os dados do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), não há previsão de chuvas para as próximas duas semanas, o que deverá impactar diretamente nas vazões dos rios. Mercanti também destacou a tendência de neutralidade climática nos próximos meses. “Os fenômenos El Niño e La Niña não devem influenciar o tempo aqui”, concluiu.
DELIBERAÇÃO
No encontro, os membros da CT-MH deliberaram sobre as vazões do Cantareira para as Bacias PCJ. Para o Rio Cachoeira foi mantida a vazão de 5 metros cúbicos. Na represa Jaguari e Jacareí continua a vazão de 0,25 metro cúbico e no Rio Atibainha, a CT-MH também manteve a vazão de 3,50 metros cúbicos. O monitoramento é realizado 24 horas por dia.