Tema foi debatido na 102ª Reunião Ordinária, realizada em 9 de abril de 2025, por videoconferência
9 de abril de 2025
Com o objetivo de fornecer subsídios para o Plano de Trabalho da Câmara Técnica do próximo ano, a 102ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Uso e Conservação da Água na Indústria (CT-Indústria), realizada em 09 de abril de 2025, por videoconferência, discutiu as alternativas de suprimento hídrico e conservação da água na indústria.
A reunião, conduzida pelo coordenador Jorge Mercanti, abordou tópicos essenciais ligados ao uso racional da água na indústria. O primeiro deles foi a educação ambiental, que, segundo Mercanti, deve perpassar todos os níveis hierárquicos das empresas e contemplar os aspectos de sensibilização, conscientização, conhecimento e, por fim, atitude/ação, que só é possível com os itens anteriores.
O integrante Vlamir Kanashiro destacou a importância de capacitações e campanhas de educação ambiental nas empresas, além da atuação de lideranças que ensinem pelo exemplo, adotando práticas sustentáveis no dia a dia. “A educação ambiental é um trabalho que deve ser permanente, e o conhecimento é necessário para que possamos acompanhar as tendências e tecnologias nessa área. Parece que estamos falando o óbvio, mas é importante sempre lembrar, para que esse item tão essencial não caia no esquecimento”, complementou Mercanti.
Outro ponto abordado foi o balanço hídrico que, de acordo com o coordenador, deve considerar os itens: captação própria/suprimento externo, mapeamento de todas as correntes hídricas, identificação das perdas líquidas e evaporativas, além da vazão e qualidade do efluente final.
A redução de perdas também foi tema da reunião. Para exemplificar, Mercanti apresentou a tecnologia Pinch — metodologia baseada nos princípios da termodinâmica para redução de perdas evaporativas. Também foram abordados aspectos relacionados ao reúso interno da água, como a segregação de correntes hídricas, a compatibilidade da qualidade da corrente com os requisitos do reúso, escolha de tecnologia mais compatível quando for necessário o tratamento para possibilitar o reúso, a destinação da corrente hídrica rejeitada e eventual retirada de componentes do meio hídrico. Outras formas de economia de água citadas dentro do reúso interno são a utilização de sistemas de resfriamento a ar e a desidratação de Lodo em Estações de Tratamento de Água (ETAs).
Sobre o reúso externo, Mercanti destacou a importância de se realizar um balanço hídrico da bacia hidrográfica, identificando os pontos de captação e lançamento da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE); a disponibilidade hídrica; a qualidade do manancial e comparação com outras alternativas de suprimentos. Também foram discutidas estratégias para o aumento da disponibilidade hídrica, entre elas: construção de barragens, reflorestamento de matas ciliares e demais áreas disponíveis, utilização de águas pluviais e reúso de efluentes de ETEs. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) foi citado como um case de sucesso nesse contexto.
Outras alternativas mencionadas são a transposição de bacias hidrográficas; a utilização de água subterrânea; a recarga de aquífero; dessalinização de água do mar; indução de chuvas e condensação de vapor d’água contido no ar atmosférico.
Ainda na reunião houve a apresentação da situação do Sistema Cantareira e Bacias PCJ e a aprovação do Instituto de Estudos Vale do Tietê (Inevat), como novo membro tendo como representante titular Michele Consolmagno.
A 104ª Reunião Ordinária da CT-Indústria está agendada para o dia 11 de junho de 2025, às 09h30, no Parque da Cidade em Jundiaí/SP.