Publicação mensal consolida informações estratégicas para a gestão dos recursos hídricos na região
3 de abril de 2025
O Boletim Integrado de Qualidade e Quantidade das Águas das Bacias PCJ foi um dos principais destaques da 265ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH), realizada nesta quinta-feira, dia 3 de abril, por videoconferência. O lançamento oficial do produto ocorreu durante a 33ª Reunião Ordinária dos Comitês PCJ, no dia 28 de março, na Fumep (Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba).
A nova publicação, elaborada mensalmente desde o início deste ano no âmbito do Programa de Integração do Monitoramento para a Gestão dos Recursos Hídricos nas Bacias PCJ (PIM-PCJ), tem o objetivo de subsidiar a gestão dos recursos hídricos da região. O boletim é fruto de uma cooperação entre a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), SP-Águas e a Agência das Bacias PCJ. Ele apresenta dados essenciais sobre a qualidade da água, incluindo parâmetros como oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, turbidez, pH e temperatura, além de informações sobre quantidade, como índices pluviométricos e vazão dos rios.
O coordenador da CT-MH, Alexandre Vilella, destacou a importância da iniciativa. “O boletim, na verdade, é só um produto que os dados permitem gerar. Os dados podem ter subsídios para o licenciamento, para a outorga, para a gestão de recursos como um todo. E o bom é que esses dados são públicos e confiáveis. Eu acho que isso que é o mais importante. O desejo é que esses dados sejam muito utilizados. Inclusive para essas tomadas de decisão. Então, o boletim é uma maneira de tentar comunicar de uma forma mais didática centenas ou milhões de dados que estão numa planilha de Excel”, exemplificou.
A coordenadora do GT-Qualidade, Lilian Peres, também comemorou o lançamento do produto. “Essa evolução que a gente busca, que essa ferramenta seja realmente utilizada na gestão dos recursos hídricos. É um documento dinâmico, ao longo do tempo vai se aprimorando e tendo o feedback da CT-MH para esse aprimoramento. Foi uma ótima conquista, um avanço muito grande. Creio que estamos cumprindo o acordo de cooperação e o programa (PIM-PCJ), que foi assinado recentemente”, ressaltou.
Os boletins podem ser acessados no site da Sala de Situação PCJ(SSPCJ). A apresentação do produto na reunião foi conduzida pelo coordenador de Sistema de Informações, Eduardo Léo, e pela coordenadora da SSPCJ, Cátia Casagrande. O boletim de março será lançado no final de abril. Sugestões podem ser enviadas no e-mail sspcj.dbmt@spaguas.sp.gov.br.
O boletim contempla 10 estações telemétricas localizadas na UGRHI 05:

INVESTIMENTOS EM MONITORAMENTO E GESTÃO
Além da discussão sobre o boletim, Vilella também abordou a recente deliberação dos Comitês PCJ, que destinou cerca de R$ 5,2 milhões para a aquisição, instalação e manutenção de quatro novas estações automáticas de monitoramento da qualidade da água nas Bacias PCJ. O projeto, gerido pela CT-MH, será executado pela Cetesb com recursos da Cobrança PCJ Paulista (Fehidro).
“O Rio Piracicaba tem 75 quilômetros entre a formação e Artemis. Nós teremos a rede mais densa de monitoramento online existente no país. Claro que isso é bastante positivo para a gestão, mas traz um desafio adicional. Quando você coloca monitoramento automático, expõe mais os nossos desafios e problemas. Traz mais responsabilidade ainda para CT-MH, Comitês e órgãos gestores. Acende uma lanterna em tempo real sobre esse monitoramento”, avaliou Vilella.
Ele também mencionou a elaboração de uma minuta pelo GT-Qualidade para estabelecer um Procedimento Operacional Padrão (POP) para o sistema de alerta no Rio Piracicaba, incorporando aspectos de quantidade. “O boletim, as novas estações e o POP são compromissos assumidos no Plano de Trabalho da CT-MH. São três entregas fundamentais neste fim de mandato das Câmaras Técnicas, que se encerra em julho”, destacou.
APRESENTAÇÕES
Alexandre Vilella ainda apresentou a situação dos mananciais das Bacias PCJ, Sistema Cantareira, e as condições hidrometeorológicas, com dados de nível e vazão dos principais rios das Bacias PCJ, baseados na Rede de Monitoramento Hidrológico PCJ. O Sistema Cantareira permanece em estado de “atenção”, com 58,1% de sua capacidade em 2 de abril. No mesmo período de 2024, o índice era de 78,1% e, em 2023, de 70,8%.
A reunião também contou com a apresentação da Sala de Situação PCJ, conduzida por Karoline Dantas, que analisou os dados de chuvas e vazões de março de 2025 e as perspectivas para os próximos meses. Segundo ela, das 24 estações monitoradas, apenas uma — localizada no Rio Atibaia — registrou acumulados acima da média histórica. Além disso, os rios monitorados apresentaram vazão média móvel de 15 dias consecutivos acima do limite mínimo estabelecido.
O coordenador do GT-Previsão do Tempo, Jorge Mercanti, detalhou as projeções meteorológicas para as Bacias PCJ, alertando para chuvas mais intensas nos dias 9 e 14 de abril, com base nos modelos do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná). Marco Jusevicius, meteorologista-chefe do Simepar, complementou a análise destacando os possíveis efeitos do fenômeno La Niña, prevendo uma possível estiagem mais severa em 2026.
PARECER SOBRE NOVA OUTORGA
Durante a reunião, os membros da CT-MH também aprovaram um parecer técnico sobre o pedido da Sabesp para alteração do ponto de captação de água bruta outorgado no Reservatório da Represa Jaguari/Jacareí para um novo ponto a jusante no Rio Jaguari. O documento elenca sete pontos de atenção que devem ser aperfeiçoados na análise do pleito, incluindo a necessidade de compatibilização dos índices de perdas hídricas em Vargem/SP com as metas do Plano de Bacias PCJ até 2035.
O parecer agora segue para avaliação da Presidência dos Comitês PCJ, que decidirá sobre seu encaminhamento à Agência SP Águas, responsável pela concessão da outorga.
A próxima reunião da CT-MH (266ª) está agendada para o dia 14 de maio e também será por videoconferência a partir das 9h.