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CT-AS vai acompanhar estudo das áreas de restrição e controle de Americana e Nova Odessa

Contrato foi firmado no dia 28 de novembro entre Agência das Bacias PCJ e a empresa Água e Solo Estudos e Projetos

02 de dezembro de 2024

Membros da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas vão acompanhar de perto o contrato firmado recentemente para a elaboração de Estudo das Áreas de Restrição e Controle de Americana e Nova Odessa, dois municípios das Bacias PCJ. O tema foi destaque na 90ª Reunião Ordinária da CT-AS, realizada nesta segunda-feira, dia 2 de dezembro, por videoconferência, conduzida pela coordenadora Mariza Fernanda da Silva.

O contrato de estudo hidrogeológico para delimitação de áreas de restrição e controle do uso das águas subterrâneas nos municípios de Americana e Nova Odessa foi firmado no dia 28 de novembro entre Agência das Bacias PCJ e a empresa vencedora da licitação, Água e Solo Estudos e Projetos Ltda, de Porto Alegre (RS).  O prazo para conclusão é de 18 meses a partir da emissão da ordem de serviço (OS).

Os dois municípios das Bacias PCJ escolhidos estão entre as quatro áreas críticas identificadas no projeto Regionalização de Diretrizes de Utilização e Proteção das Águas Subterrâneas, realizado por DAEE/UNESP (2013), a partir da avaliação da intensidade de uso e da qualidade da água subterrânea, as quais foram classificadas como Áreas Potenciais de Restrição e Controle (ARC-PO) conforme sistema de classificação estabelecido pela Deliberação CRH nº 52/2005.

A apresentação do contrato foi feita pelo coordenador de Projetos da Agência PCJ, Diogo Pedrozo.  A CT-AS criou um Grupo Técnico de Acompanhamento (GTA) desse estudo, formado pelos membros Mariza Fernanda da Silva; José Luiz Albuquerque; Julia Noale; Deborah Lunardi; Andrea Franzini; Graziela Bertolino; Ygtea Castellano; Sara Giandomingo e Letícia Dalefe.

O próximo passo será o agendamento de uma reunião preliminar com os representantes da empresa contratada, Agência PCJ e GTA para esclarecimentos a respeito dos serviços a serem prestados, metodologia de trabalho e procedimentos de aprovação, além da definição de data para a emissão da OS.

Entre os produtos previstos no contrato, estão o Plano de trabalho; Levantamento de dados e preparação de bases cartográficas; Caracterização geral da área, da geologia e hidrogeologia; Avaliação da quantidade das águas subterrâneas; Delimitação de áreas críticas; Proposição de medidas de gestão de recursos hídricos e Relatório Final. O objetivo da iniciativa é o de estabelecer medidas e ações de proteção e de uso racional, buscando a gestão sustentável da água subterrânea.

Na reunião, também houve uma palestra da professora e doutora Ana Elisa Silva de Abreu, do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (IG/Unicamp), com o tema “Quão velhas são as águas dos aquíferos na Unicamp, em Campinas (SP)?”. O assunto é baseado em estudos realizados por Ana Elisa e suas colegas Sueli Yoshinaga Pereira e Jacinta Enzweiler, nos oito poços de água subterrâneas existentes na universidade. Ana Elisa relatou que dois poços do estudo, com distância de 500 metros um do outro, apresentaram produção de água bem distinta: um com 18 metros cúbicos por segundo e outro com 3,5 metros cúbicos

Segundo a pesquisadora, a concentração de carbono 14 revela águas com mais de 2 mil anos, misturadas com “águas modernas”, de 26 a 32 anos. “Isso foi uma surpresa para nós: águas com mais de 2 mil anos de idade aparente. São águas bastante antigas, realmente. Isso eu acho extremamente importante para a câmara técnica porque está relacionado com gestão. Água subterrânea não é uma fonte renovável. A gente trata como renovável, mas essas águas da Unicamp não são renováveis no curto espaço de tempo”, observou Ana Elisa. “Excelente o trabalho de vocês. Muito legal o que vocês fizeram. Parabéns”, ressaltou Mariza.

Após a apresentação, houve debate entre os membros principalmente em relação a esse fato, de que as águas subterrâneas não são renováveis.  “A crescente preocupação com a escassez de água é alarmante, especialmente pelo uso desenfreado das águas subterrâneas, que tem levado à superexploração de nossos aquíferos. Reservas que levaram milhares de anos para se formar, mas que estão sendo esgotadas em ritmo insustentável”, comentou Déborah Lunardi, coordenadora-adjunta da CT-AS.

No encontro, ainda foi aplicado aos participantes um questionário, que integra uma oficina de elaboração de propostas para proteção das áreas de afloramento do Aquífero Guarani nas Bacias PCJ. A iniciativa vai servir de base para o trabalho que vem sendo feito na CT-AS relacionado ao Aquífero Guarani, com discussões e ações ao longo das reuniões de 2025.  O tema é um dos que estão previstos no Plano de Trabalho da CT-AS de 2024 e 2025 (Páginas 10 a 13), que também foi discutido entre os membros.

No final do encontro, a CT-AS prestou homenagem póstuma à professora e doutora Sueli Yoshinaga Pereira, que faleceu no dia 21 de novembro deste ano.

A próxima reunião da CT-AS (91ª Ordinária) está agendada para às 9h do dia 20 de fevereiro de 2025, por videoconferência.

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