Meses de abril, maio e junho terão índices pluviométricos inferior ao ideal para recarga das reservas
4 de abril de 2022
A prevalência de períodos de estiagem com chuvas abaixo da média história para os meses de abril, maio e junho, foi confirmada durante a 9ª Reunião do Grupo de Trabalho de Previsão Hidrometeorológica da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH). Realizada por meio de videoconferência na tarde do dia 4 de abril de 2022, a reunião serviu para alertar aos participantes do GT.
De acordo com Arlan Scortegagna, do Simepar, vários estudos apontam que as precipitações para os meses de abril, maio junho estarão significativamente abaixo da média. “Em agosto começa uma melhoria. Colocando as previsões com El Nino vemos redução na previsão de chuvas’, disse.
Marco Jusevicius, membro do Simepar, salientou que os eventos de chuvas permanecerão aquém do ideal. “Os resultados continuam mostrando chuvas abaixo da média em alguns pontos, e chuvas em excesso em regiões muito pontuais. Como por exemplo no Estado do Rio de Janeiro, como recentemente observamos. Então, acredita-se que tem alguma coisa funcionando que não tem sido claro. Por um lado, tem os efeitos positivos da chuva que recarrega os reservatórios, mas por outro, pela falta de homogeneidade, acaba sendo bastante danoso para a vida e o patrimônio”, disse.
Com destaque para o nível de reserva do Sistema Cantareira, Paulo Tinel (Sanasa) iniciou sua fala alertando para o fato de que para os técnicos o índice é tido como preocupante, visto que a tendência é chegar no fim do ano com 15% a 17%. “Os indicadores apontam que teremos chuva muito próxima a média, conforme os mapas. Mas isso está variando. O nosso problema é a recarga do reservatório e os modelos indicam que não há expectativa de superavit hídrico. Isso não existe. Na parte do que temos de concreto, são chuvas próximas a média, mas num cenário menos pessimista que ano passado, ocorreu um sinal de repique de La Nina, coisa que esse ano nós não temos. O ano que temos hoje é melhor que o ano passado, mas não tanto como o que queríamos e precisaríamos”, explicou.
Tinel lembrou aos participantes sobre o fato de ser observado isoladamente o mês de março de 2022, nas Bacias PCJ, na média, a chuva ocorreu cerca de 5% acima da média climatológica histórica. Enquanto isso, no Cantareira foi quase 50% abaixo. “Choveu menos lá, e só não houve necessidade de descargas maiores porque a chuva na bacia foi suficiente para não ser preciso descarregar mais de 7m³ por segundo. Temos que permanecer monitorando as condições pluviométricas, especialmente na região da recarga”, afirmou.