Situação dos mananciais das Bacias PCJ foi um dos assuntos discutidos durante reunião on-line
17 de janeiro de 2024
A mortandade de peixes no Rio Piracicaba ocorrida no início deste mês foi um dos assuntos debatidos durante a 250ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH), realizada nesta quarta-feira, dia 17 de janeiro, por meio de videoconferência.
O tema foi abordado durante a discussão sobre a situação dos mananciais nas Bacias PCJ. Um dos representantes do Semae/Piracicaba, Ivan Canale, explicou as providências tomadas pela autarquia, entre elas o acionamento da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), órgão responsável pela fiscalização. Foram mais de duas toneladas de peixes mortos. Entre as causas apontadas estão a variação do nível do oxigênio dissolvido na água e a existência de mais cianobactérias do que o normal (depleção do oxigênio e floração de algas). “Nenhuma toxina foi encontrada. Foi um evento muito triste para a nossa população. Lamentamos muito que isso tenha ocorrido”, comentou Ivan.
O caso é investigado pela Cetesb e pelo Gaema PCJ (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual), com a contribuição de Plinio Barbosa de Camargo, professor doutor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), da ESALQ/UPS, que percorreu o rio com alunos até as proximidades da Represa do Salto Grande, em Americana (SP), para colher amostras da água.
“Acho que este é o espaço adequado para nós dialogarmos com algumas saídas, independentemente das providências que cada um de nós vai adotar no âmbito das suas atribuições”, ressaltou a promotora de Justiça, Alexandra Facciolli Martins. Ela destacou a importância de pensar estratégias com os diversos atores que atuam na área e adiantou que irá encaminhar as informações oficiais que o Gaema PCJ tem sobre o assunto para a CT-MH.
Os dados deverão ser analisados pelo GT (Grupo de Trabalho) -Qualidade, que deverá tratar quanto a demanda sobre a revisão dos valores do sistema de alerta para que ações sejam tomadas antes dos níveis críticos. “Pode ter certeza que a CT-MH vai se debruçar sobre esse assunto para gente ver o que pode ter acontecido. Como família PCJ, vamos achar uma melhor solução para isso, para que esses eventos não se repitam. Como CT-MH vamos tomar todas as providências para ver o que é possível fazer sob a nossa governança”, ressaltou o segundo coordenador-adjunto da câmara técnica, Luís Filipe Rodrigues.
O encontro contou com a participação do secretário-executivo do CBH-PCJ e PCJ Federal, Denis Herisson da Silva, que destacou os investimentos previstos pelos Comitês PCJ para a área de tratamento de esgoto e lodo. “Só queria parabenizar a CT-MH pela realização da 250ª Reunião Ordinária. Lembrando que a CT-MH vem lá de 1993, então tem muito mais reuniões que isso. É importante a gente ressaltar que na previsão orçamentária para 2024, temos mais de R$ 10 milhões para melhorias de ETEs e sistemas de tratamento de lodo das ETAs. É importante passar essas informações para os municípios, para que busquem esses recursos. Se tem alga é porque tem nutrientes. E nutrientes a gente tem que mover porque é onde começam os problemas de qualidade dos nossos rios”, reforçou Denis.
Na reunião, houve ainda a apresentação do coordenador da Sala de Situação PCJ, Rafael Leite, quanto aos produtos disponíveis no monitoramento diário que é realizado, chuvas/vazões em dezembro/2023 e perspectivas para os próximos meses.
O coordenador do GT-Previsão do Tempo da CT-MH e da Câmara Técnica de Uso e Conservação de Água na Indústria (CT-Indústria), Jorge Mercanti, também apresentou as previsões meteorológicas no Brasil e na região das Bacias PCJ. Neste início do ano, as chuvas têm sido localizadas, pontuais, sem grandes volumes, algo atípico para o mês de janeiro. No dia 16 de janeiro, o Sistema Cantareira estava com 70,1% do seu volume útil, bem acima da marca alcançada na mesma data do ano passado, que foi de 48,5%.