Tema foi abordado por especialistas da Simepar durante a 107ª Reunião Ordinária, realizada em 8 de outubro, por videoconferência
9 de outubro de 2025
A apresentação da história, dos produtos, serviços e da modelagem hidrológica da Simepar — instituição que oferece suporte em previsão hidrometeorológica ao Comitê PCJ — foi o principal tema da 107ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Uso e Conservação da Água na Indústria (CT-Indústria), realizada em 8 de outubro, por videoconferência.
O meteorologista Reinaldo Olmar Kneib, da Simepar, apresentou a estrutura e a trajetória da empresa, referência em dados ambientais no Paraná. A Simepar combina expertise técnica, inovação e dados de alta precisão para transformar informações meteorológicas, hidrológicas e ambientais em conhecimento estratégico, atuando junto aos setores público e privado em todo o território nacional.
Durante a reunião, Reinaldo destacou projetos desenvolvidos pela instituição, entre eles o InfoHidro, plataforma web criada para a Sanepar, que fornece informações estratégicas sobre chuva, temperatura, umidade, reservatórios, conservação e vegetação, entre outros dados; e o VFogo, sistema que monitora focos de incêndio em todo o Brasil, auxiliando a Defesa Civil e o Instituto Água e Terra (IAT). Ele ressaltou ainda que a equipe de operação meteorológica atua 24 horas por dia, sete dias por semana, monitorando mais de 344 estações hidrometeorológicas e gerando previsões e alertas para todo o país.
A pesquisadora Danieli Mara Ferreira, doutora em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental e integrante da Simepar, apresentou algumas aplicações da modelagem hidrológica no campo da hidrogeologia. Ela explicou que a hidrologia busca compreender a transformação da chuva em vazão e o transporte da água até os reservatórios, utilizando modelos que permitem antecipar esses processos.
Danieli destacou o sistema de previsão hidrológica para as Bacias PCJ, que conta com três pontos de monitoramento: Jaguariguanópolis, Atibaia – Captação Valinhos e Atibaia – Captação Atibaia. Ela apresentou o funcionamento do sistema, que envolve a organização de dados observados, a previsão de precipitação (modelo WRF-Simepar), a previsão de vazão nas bacias a montante e nas bacias de interesse. Entre as ferramentas utilizadas, mencionou o Índice Padronizado de Precipitação (SPI) e destacou o trabalho com previsões hidrodinâmicas para antecipar eventos como alagamentos.
A pesquisadora também abordou os desafios atuais da hidrologia, como o número limitado de estações fluviométricas com dados consistentes e a disparidade no conhecimento sobre rios entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Segundo dados do Hydrosheds, existem cerca de 1 milhão de bacias hidrográficas no mundo e 30 mil estações de vazão, das quais apenas 10 mil possuem dados limpos e confiáveis. Nesse contexto, Danieli apontou a inteligência artificial como uma aliada promissora na ampliação e qualificação das informações hidrológicas.
O coordenador da CT-Indústria, Jorge Antonio Mercanti, conduziu a análise e aprovação preliminar da minuta do Plano de Trabalho da Câmara Técnica para o biênio 2026-2027, que contempla ações divididas em três categorias: A – Demandas da Secretaria Executiva, B – Temas para discussão e C – Eventos.
A próxima reunião da CT-Indústria será realizada no dia 10 de dezembro, às 9h30, na Rhodia, em Paulínia.