Tema foi abordado em palestra ministrada por Rafaela Giusti, da Maluna Soluções Ambientais
20 de março de 2025
O tema Emergência Climática que se refere à intensificação das mudanças climáticas, como o aquecimento global, efeito estufa, entre outros, ganha destaque especial quando inserido no contexto rural. Foi o que defendeu a engenheira ambiental Rafaela Giusti Rossi, sócia da empresa Maluma Soluções Ambientais, em palestra ministrada na 164ª Reunião Ordinária da CT-Rural, que ocorreu em 20 de março. Na ocasião, Rafaela apresentou conceitos, causas, consequências, impactos, desafios e oportunidades.
Durante a apresentação, Rafaela destacou uma projeção da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que prevê o ano de 2025 como o mais quente já registrado. Entre os fatores que levam a esse aumento estão a geração de energia por combustíveis fósseis, fabricação de produtos, desmatamento florestal e produção de alimentos. E as consequências podem ser sentidas no dia a dia como o aumento das temperaturas, as alterações na disponibilidade de água, maior ocorrência de eventos climáticos extremos como chuvas e secas. Além disso, há riscos para a produção de alimentos, agravamento da pobreza e deslocamento populacional e impactos na agricultura, na fauna e flora, com a perda de espécies.
“As mudanças climáticas provocam diversas consequências para o planeta e para a população, em especial as mais vulneráveis, com forte impacto também na área rural, afetando principalmente os pequenos produtores rurais que não dispõem de tecnologias que ajudem a mitigar esses impactos. Ao mesmo passo que a área rural também pode desempenhar um papel crucial no combate às mudanças climáticas com a adoção de práticas agrícolas sustentáveis como plantio direto, a agrofloresta, e a recuperação de áreas degradadas que contribuem para a captura de carbono e a preservação dos ecossistemas”, apontou Rafaela.
Entre as alternativas apresentadas por Rafaela para mitigar esses efeitos estão os sistemas agroflorestais e a adoção de políticas públicas pelos municípios, como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), uma ferramenta de fortalecimento do meio rural, por meio da proteção de recursos hídricos, sequestro de carbono e redução de emissões, estímulo à agropecuária sustentável e valorização da biodiversidade e resiliência dos ecossistemas.
“Oportunidades crescentes com o avanço de mercados de carbono, em que empresas compram créditos de carbono de projetos de conservação e reflorestamento, além de políticas públicas como o Programa Floresta+ Carbono no Brasil e o PSA, que vêm promovendo incentivos para produtores que adotam práticas sustentáveis podem transformar a área rural em uma grande aliada no combate às mudanças climáticas, garantindo benefícios tanto ambientais quanto socioeconômicos para as populações que vivem do campo”, afirmou Rafaela.
A engenheira também compartilhou com os membros da CT-Rural a sua experiência como participante da 1ª Conferência Intermunicipal de Meio Ambiente, realizada em 21 de janeiro, na Etecap, em Campinas. O evento reuniu cerca de 700 pessoas, e teve como foco a discussão de possíveis soluções para as mudanças climáticas. “Senti que a área rural foi bastante representada e temos oportunidades nesses programas para alcançar novos patamares. Temos que aproveitar esses momentos para destacar o setor rural. Não tem como não olharmos para essas áreas”, concluiu.
A 165ª Reunião Ordinária da CT-Rural está agendada para o dia 23 de maio, às 9h30, presencialmente em Rio Claro.