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Atuação do setor de emergências da Cetesb é tema de palestra na CT-MH

Apresentação de Mauro de Souza Teixeira destaca impactos de acidentes rodoviários sobre os mananciais

5 de fevereiro de 2025

A atuação do setor de atendimento a emergências da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), com sua estrutura e protocolos de comunicação, foi um dos assuntos tratados na 263ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico, realizada no dia 5 de fevereiro, por videoconferência. Durante o encontro, os membros da CT-MH também discutiram sobre as fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias e aprovaram a proposta de instalação de quatro novas estações automáticas de monitoramento da qualidade de água.

A palestra “Emergências Químicas”, ministrada por Mauro de Souza Teixeira, gerente do Setor de Atendimento a Emergências da Cetesb, teve como foco os impactos de acidentes rodoviários e ferroviários sobre os mananciais. Teixeira explicou o protocolo de comunicação adotado em casos de acidente, as ações tomadas em cada situação, e os projetos futuros do setor, criado em 1978. “Precisamos dar mais transparência e divulgação nesse processo”, destacou.

O setor tem por finalidade intervir em situações emergenciais que representem riscos à população, ao meio ambiente e ao patrimônio, causadas por acidentes envolvendo produtos químicos. Nessas ocorrências, a Cetesb exige dos responsáveis a adoção de medidas adequadas para contenção e mitigação dos impactos ambientais, realiza avaliações preliminares da contaminação do ar, da água e do solo e define as ações para a recuperação das áreas atingidas.

Teixeira informou que a Cetesb conta com um Centro de Controle que opera 24 horas por dia, recebendo chamados sobre fontes de poluição e emergências químicas. Entre 1978 e 2024, mais de 13 mil ocorrências foram registradas, sendo a maioria relacionada ao transporte rodoviário (6.245 ocorrências, ou  47% do total). A Bacia do Alto Tietê lidera o número de atendimentos (5.752), seguida pelas Bacias PCJ (1.416) e pela Baixada Santista (1.266).

Por meio do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos), a Cetesb promoveu, entre 2023 e 2024, o curso de “Emergências Químicas – Prevenção e Minimização de Contaminação de Recursos Hídricos agravadas por Mudanças Climáticas” para 500 pessoas de 36 municípios da Bacia do Alto Tietê. O objetivo, segundo Teixeira, é expandir essa capacitação para outras bacias hidrográficas.

CHUVAS

No início da reunião, o coordenador da CT-MH, Alexandre Vilella, manifestou solidariedade aos municípios afetados pelas chuvas registradas na segunda quinzena de janeiro e início de fevereiro. “Estamos acostumados a lidar com a estiagem, com a falta de água, agora estamos vivendo o outro extremo, do excesso de chuva, principalmente da última semana. Nossa solidariedade a todos os municípios que estão sofrendo bastante, com muitas famílias desalojadas”, comentou, citando alguns municípios como Monte Mor, Rafard, Capivari e Santa Bárbara d’Oeste.  

Na apresentação sobre a situação dos mananciais, Sistema Cantareira e condições hidrometeorológicas, Vilella destacou que as vazões dos rios estão acima do que as Bacias PCJ costumam registrar. Em 4 de fevereiro, o Sistema Cantareira operava com 54,7% da sua capacidade (estado de atenção), enquanto no mesmo período do ano passado, estava em 74% e, em 2023, 81,9%.

No item “Ocorrências de Janeiro”, Ivan Canale, do Semae/Piracicaba, relatou que a alta vazão do Rio Piracicaba resultou no acúmulo de areia e detritos, dificultando a captação de água. “A sujeira tem comprometido as grades e o funcionamento das bombas”, explicou.

Na apresentação da Sala de Situação PCJ, Rafael Leite apontou que “apesar dos eventos significativos de chuva principalmente a partir da segunda quinzena de janeiro, muitos postos ficaram abaixo da média histórica”.  Das 36 estações, apenas oito registraram chuva acima da média. Os maiores acumulados ficaram concentrados a partir da formação do Rio Piracicaba. Em Santa Bárbara, onde o Ribeirão dos Toledos extravasou, foram 225 milímetros acumulados em janeiro e 160 mm nos primeiros dias de fevereiro. Na Bacia do Rio Capivari, foram relatadas ocorrências em Capivari, Monte Mor e Rafard.

Já sobre a previsão meteorológica, o coordenador do GT-Previsão, Jorge Mercanti, informou que há possibilidade de chuvas leves nos dias 9 e 12 de fevereiro, mas sem previsão de eventos extremos até o dia 19.

NOVAS ESTAÇÕES DE MONITORAMENTO

Durante a reunião, os membros da CT-MH aprovaram a proposta de instalação de quatro novas estações automáticas de monitoramento da qualidade da água nas Bacias PCJ. A proposta, apresentada pelo GT-Qualidade, coordenado por Lilian Peres (Cetesb), será analisada previamente pela Agência das Bacias PCJ e, posteriormente, encaminhada para a Câmara Técnica de Planejamento e para a Plenária dos Comitês PCJ, cujas reuniões estão previstas para março.

As novas estações previstas são:

  • EF37 – Rio Atibaia (Acima Paulínia)
  • EF38 – Rio Jaguari (Captação Limeira)
  • EF39 – Rio Piracicaba (Parque Aimaratá)
  • EF30 – Rio Piracicaba (Bairro Monte Alegre)

Os recursos para a implantação desses equipamentos virão da Cobrança PCJ Paulista (Fehidro).

Atualmente, há cinco estações automáticas em operação:

  • Rio Atibaia (EF31 – Atibaia)
  • Rio Jaguari (EF32 – Bragança Paulista)
  • Rio Jundiaí (EF33 – Itupeva)
  • Rio Piracicaba (EF06 – Ártemis)
  • Rio Piracicaba (EF30 – Monte Alegre – provisória)

A próxima reunião da CT-MH (264ª Ordinária) será presencial, no dia 12 de março(quarta-feira), no Museu da Água de Piracicaba, a partir das 9h30.

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