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CT-MH faz balanço da gestão do Sistema Cantareira no período seco de 2024

Entre junho e novembro, foram utilizados 150,9 hectômetros cúbicos, o que equivale a 95,45% do volume disponível para as Bacias PCJ

04 de dezembro de 2024

O balanço da gestão do Sistema Cantareira durante o período seco de 2024, de 1º de junho até 30 de novembro, foi um dos principais assuntos da 261ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico, realizada nesta quarta-feira, dia 4 de dezembro, por videoconferência. O encontro foi conduzido pelo 2º coordenador-adjunto da CT-MH, Luis Filipe Rodrigues, com o apoio do 1º coordenador-adjunto, Paulo Tinel, já que o coordenador Alexandre Vilella estava em Brasília (DF), na reunião do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

De acordo com Rodrigues, o período seco de 2024 foi de dificuldades e muitos aprendizados. No total, os Comitês PCJ utilizaram 150,9 hectômetros cúbicos durante os seis meses, o que equivale a 95,45% do volume disponível de 158,1 hm3 para as Bacias PCJ. O saldo positivo foi de 7,20 hm3. A vazão média foi de 9,54 metros cúbicos por segundo, sendo que a descarga máxima no período foi de 13,25 m3/s. No total, foram 34 comunicados e 66 manobras de abertura e fechamento. Em 4 de outubro, a menor vazão registrada no Rio Piracicaba foi de 12,98 m/s. Já a maior vazão foi em 8 de novembro, de 370,7 m/s.

“Foi um período difícil, com muitas variações. A colaboração e participação de todos os membros e órgãos reguladores é muito importante. A gente só consegue isso porque vocês estão nos apoiando, fornecendo informações e dando feedback de tudo que está acontecendo para conseguirmos fazer essa gestão. Deixo aqui o meu muito obrigado”, destacou o 2º coordenador-adjunto, ressaltando a importância das duas barragens que estão sendo construídas em Pedreira e Amparo e de outros reservatórios municipais.

Na reunião, ainda foi apresentada a situação dos mananciais, Sistema Cantareira, informações dos usuários e das condições hidrometeorológicas nas Bacias PCJ. Segundo Rodrigues, atualmente a condição é bem favorável devido às chuvas dos últimos dias.

Entre as ocorrências registradas durante o mês de novembro, está a solicitação da Prefeitura de Piracaia para redução da descarga do Cantareira no dia 16 devido a um temporal, no qual foram registrados 99 milímetros de chuva em três horas, o que causou alagamento em alguns pontos da cidade.

Houve também três paradas na captação da Estação de Tratamento de Água Capivari, da Sanasa Campinas, devido ao oxigênio dissolvido. De acordo com Sinézio Toledo, o problema ocasionou falta d’água em alguns bairros. Ele informou que a Sanasa está fazendo obras para sanar a questão.  

Ivan Canale, do Semae Piracicaba, informou que houve aumento da turbidez do manancial em novembro, mas tudo dentro do esperado para esse período do ano. “Está tudo dentro da normalidade”, disse.

Em relação ao Cantareira, em 3 de dezembro, o volume útil era de 45%, o que significa estado de atenção. Em 2023, na mesma data o volume era de 74,1%. Já em 2022, era de 33,4%. Do dia 3 para o dia 4 de dezembro, o volume aumentou 0,4%, ou seja, para 45,4%, o que foi comemorado pela CT-MH. “A subida foi expressiva. Continua em estado de atenção, mas a gente já começa a notar uma recuperação”, avaliou Luis Filipe Rodrigues.

No encontro, houve também a apresentação da Sala de Situação PCJ, feita por Karoline Dantas, que falou sobre os produtos disponíveis, chuvas/vazões em novembro/2024 e perspectivas para os próximos meses. Segundo ela, nas 36 estações de monitoramento, todas registraram chuvas acima da média histórica em novembro, mas observou que foram chuvas que aconteceram pontualmente em alguns dias do mês.

O coordenador do GT-Previsão do Tempo, Jorge Mercanti, apresentou as previsões meteorológicas, principalmente em relação às Bacias PCJ. Ele comentou que as previsões são otimistas para o período úmido. Até maio de 2025, as chuvas devem ocorrer dentro da média, o que poderá ajudar na recuperação do Cantareira. Mercanti também destacou a importância das barragens para armazenar as águas das chuvas.

Na apresentação do GT-Qualidade, a coordenadora Lilian Peres, da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), falou sobre as atividades em andamento. Com relação ao InfoÁguas, que é o sistema de informações do monitoramento manual da Cetesb, ela informou que foram finalizadas todas as contratações que estavam previstas, que os dados estão aptos para serem enviados ao SSD e que em breve vai disponibilizar boletins para a Sala de Situação PCJ.

Sobre as novas estações automáticas de monitoramento da qualidade das águas, Lilian relatou que a documentação para o próximo financiamento será entregue ainda este mês. Ela disse que foram feitas as vistorias e definidas as locações dos pontos e que serão três ou quatro novas estações, além das cinco existentes.

Os novos pontos são no Rio Jaguari (captação Limeira); Rio Atibaia (posto acima Paulínia); Rio Piracicaba (próximo a Americana), além de outra no Rio Piracicaba, no bairro de Monte Alegre, onde foi instalada uma estação provisória pela Cetesb. “Com isso, vamos ter nossa rede bem avançada. Foi uma grande conquista. A gente agradece a Agência PCJ, por todo o suporte na execução do monitoramento. Foi um ano de muitas conquistas. Acho que estamos no caminho certo”, comentou Lilian. “Esperamos que o monitoramento possa ajudar na condução dos trabalhos para a prevenção de episódios de mortandade, de eventos extremos”, concluiu.  

No final do encontro, Beatriz Durazzo, gerente do Setor de Águas Interiores da Cetesb, fez uma apresentação sobre a qualidade das águas nas Bacias PCJ. Os dados podem ser conferidos neste relatório.

A próxima reunião da CT-MH (262ª) está agendada para o dia 15 de janeiro de 2025 e será por videoconferência.

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