Assunto foi tema da 100ª Reunião Ordinária da CT-Indústria, realizada por videoconferência
09 de outubro de 2024
A 100ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Uso e Conservação da Água na Indústria (CT-Indústria), realizada na manhã de 09 de outubro, por videoconferência, teve como destaque a discussão sobre a mitigação das mudanças climáticas através de projetos de carbono. O coordenador da CT-Indústria, Jorge Antonio Mercanti, iniciou a reunião com um breve panorama da situação do Sistema Cantareira, que atualmente apresenta níveis de água abaixo da média, e apresentou a previsão climática para os próximos meses.
Mercanti destacou que o problema da estiagem é recorrente e notório tanto no cotidiano das pessoas quanto na cobertura midiática. Para reforçar sua fala, ele trouxe à tona uma notícia publicada no Jornal Correio Popular, em 27 de setembro de 1974, que já alertava sobre os impactos das mudanças climáticas, contrastando-a com uma notícia recente, de 27 de setembro de 2024, que reitera os mesmos alertas. Ele ressaltou a importância das ações de reflorestamento como uma solução eficaz para “armazenar a água”, defendendo que essas iniciativas devem ser tratadas como prioridade.
Uma das empresas que têm se dedicado a essa causa é a Carbonext, considerada a maior geradora de créditos de carbono no Brasil, com um papel importante no mercado brasileiro, especialmente no que tange à preservação da Amazônia e outras áreas de desmatamento. A empresa desenvolve diversos projetos de preservação florestal que evitam a emissão de gases de efeito estufa e já implantou diversos projetos. Estiveram presentes na reunião, representando a Carbonext, Lourival Sant’Anna, jornalista e Diretor de Comunicação; Rafael Martins, Diretor de Novos Negócios; e Gabriel Buzzo, engenheiro e Diretor de Prospecção Florestal, que ministrou a palestra “Créditos de Carbono e Restauração de Florestas para a Produção de Água”.
Buzzo apresentou diferentes tipos de projetos florestais e agropecuários desenvolvidos pela Carbonext, como o REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), o ARR (Reflorestamento e Implantação Florestal) e o ALM (Agricultura e Manejo da Terra).
As etapas desses projetos incluem: análise de terras, diligência fundiária, diagnóstico, desenvolvimento, consulta pública, execução de atividades, monitoramento, auditorias, aprovação, emissão de créditos, investimento e continuidade. “O mercado de crédito de carbono é relativamente novo e, por isso, gera dúvidas, especialmente entre os produtores rurais. No entanto, posso garantir que ele existe e já se mostra bastante eficiente na mitigação das mudanças climáticas”, afirmou Buzzo.
Outra ferramenta essencial, segundo Buzzo, é o reflorestamento, com as florestas desempenhando um papel crucial na retenção de água, funcionando como grandes esponjas naturais. Ele apresentou estudos de caso bem-sucedidos, como o liderado por Walter de Paula e Maria José Brito Zakia, na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, em São Paulo. Esse estudo demonstrou que o reflorestamento com espécies nativas aumentou em 30% a taxa de infiltração, reduzindo o escoamento superficial e melhorando a resiliência hídrica da região metropolitana de São Paulo. “Investir em recuperação florestal é investir em água, e isso deveria ser uma política pública”, defendeu o engenheiro.
Ao final da palestra, Buzzo respondeu às perguntas dos participantes.
A 101ª Reunião Ordinária da CT-Indústria está prevista para ocorrer presencialmente no dia 11 de dezembro, às 9h30, na Refinaria de Paulínia (Replan – Petrobrás), em Paulínia/SP.