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Plano de Ação Climática de Campinas é debatido na CT-Indústria

Na reunião, participantes também discutiram sobre os efeitos do clima na disponibilidade hídrica e nas atividades industriais na região das Bacias PCJ

10 de abril de 2024

O Plano Local de Ação Climática (PLAC) de Campinas foi o principal item de pauta da 97ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Uso e Conservação da Água na Indústria, realizada nesta quarta-feira, dia 10 de abril, por meio de videoconferência.

A apresentação foi feita pela diretora do Departamento de Mitigação e Adaptação Climática (DMAC) da SECLIMAS (Secretaria do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade de Campinas), Ângela Cruz Guirao. Segundo ela, a agenda climática já faz parte dos trabalhos da secretaria há mais de 10 anos.

Ângela apresentou uma linha do tempo com as ações, que começaram em 2013, e contou como foi elaborado o plano, com o engajamento da sociedade, além de falar sobre a emissão de C02 e os principais riscos climáticos no município, como inundação, deslizamento de terra, onda de calor, estiagem e epidemia (dengue), objetivos estratégicos, ações e eixos do plano. “O PLAC é um documento estratégico focado em entregar à cidade uma visão integrada e inclusiva – alinhada com suas prioridades sociais, ambientais e econômicas – bem como as condições facilitadoras e marcos de implementação necessários para ações voltadas à mitigação de emissões de gases de efeito estufa e aumento da resiliência da cidade frente aos impactos da mudança do clima. Assim, o plano responderá aos compromissos e metas assumidos pelo município enquanto fortalece a gestão pública intersetorial ao integrar a ação climática aos processos estratégicos de planejamento, gestão, serviços urbanos e ecossistêmicos”, explicou a diretora da SECLIMAS.

A visão do plano é para que em 2050, Campinas seja uma cidade sustentável e resiliente, de um modo democrático e inclusivo, com desenvolvimento de baixo carbono, priorizando justiça climática e socioambiental. Mais informações sobre o PLAC podem ser obtidas neste link. O Portal das Ações Climáticas de Campinas pode ser acessado aqui.   “Sempre brilhante sua apresentação, doutora Ângela. Animadora, eu diria. Temos sempre que olhar o panorama futuro com otimismo, se não, a gente desiste”, avaliou o coordenador da CT-Indústria, Jorge Antonio Mercanti.

Outro tema importante abordado no encontro foi sobre os efeitos do clima na disponibilidade hídrica e nas atividades industriais na região das Bacias PCJ, apresentado por Mercanti.  Segundo ele, nos últimos anos está havendo o aumento da amplitude da variação entre períodos secos e chuvosos nas Bacias PCJ, aumento da temperatura média, assim como alteração na distribuição das chuvas em áreas de isoieta (linha num mapa ou numa carta que une os pontos do globo terrestre onde a média das precipitações pluviais é igual durante um certo período de tempo) devido à urbanização e às ilhas de calor. O coordenador da CT-Indústria alerta que a maior ameaça é a redução da umidade advinda dos “rios voadores” que trazem a umidade da Amazônia para o interior do Estado de São Paulo.

Mercanti comentou que entre os efeitos das mudanças climáticas nas atividades industriais na região de Campinas estão a redução sazonal da disponibilidade hídrica; parada da produção por interrupção de energia elétrica; prejuízos por inundação de instalações industriais; interrupção na entrega de produtos devido à dificuldade de navegação em rios submetidos à seca; redução da produção por falta de matéria prima decorrente da quebra de safra agrícola e queda de rendimento nas torres de resfriamento devido ao aumento da temperatura e umidade do ar.

O coordenador da CT-Indústria defendeu ações para adaptação quanto ao aumento da amplitude da variação entre períodos secos e chuvosos. Entre as ações estão a construção de barragens para armazenar o excesso de chuvas e aumentar a disponibilidade hídrica; programas de reflorestamento; instalação de rede de pluviômetros e utilização de imagens de radar; estudo da climatologia regional e local. “Reúso não é garantia de suprimento hídrico, mas é uma excelente alternativa desde que o balanço hídrico seja positivo ou neutro”, comentou Mercanti. Ele ainda acrescentou que “bacias de contenção (piscinões) são fundamentais para evitar inundações nas áreas urbanas, mas não interferem na disponibilidade hídrica”.

Mercanti também informou aos participantes da reunião que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços iniciou neste mês os trabalhos para elaboração de um plano de adaptação para o setor industrial diante dos efeitos nocivos das mudanças climáticas. Mais informações podem ser obtidas aqui.

A próxima reunião ordinária da CT-Indústria (98ª) será presencial no dia 12 de junho, na empresa ArcelorMittal, em Piracicaba(SP).

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