Além da situação dos mananciais, outro assunto discutido foi a instalação de estações automáticas de monitoramento da qualidade da água
03 de abril de 2024
As experiências e boas práticas nos períodos de estiagem em Limeira (SP), foi um dos
principais assuntos da 253ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento
Hidrológico dos Comitês PCJ, realizada nesta quarta-feira, dia 3 de abril por meio de
videoconferência.
O tema foi apresentado pelo coordenador de operações de água da BRK em Limeira,
Erick Krambeck, que falou sobre a atuação da empresa de saneamento no município,
considerando o cenário de crescimento da demanda e consumo de água, estiagem e
eventos climáticos extremos, e discorreu sobre as ações adotadas como o combate a
perdas de água; planos de contingência, inundação/escassez e de Segurança da
Água; Planejamento Operacional; implementação de tecnologias e da ISO 9001. Mais
informações podem ser obtidas neste link.
“É um prazer trocar essa experiência com todos os usuários, trazendo esse olhar do
operador. Isso é importantíssimo. É enriquecedor para todo mundo. A gente fala tanto
da nossa matéria-prima, da água, dos mananciais, mas tem alguém que consome
essa água, do outro lado, quando abre a torneira, ele – nós, estou falando de nós –
queremos uma água atendendo todos os critérios de potabilidade, uma água boa,
saudável, para nós consumirmos”, ressaltou Krambeck.
O coordenador da CT-MH, Alexandre Vilella, destacou que a partir das próximas
reuniões serão reservados espaços na pauta para essas apresentações. “Estamos
abrindo um ciclo de apresentações de experiências e boas práticas, para a gente
compartilhar entre os setores de usuários, entre os municípios. Isso já acontece, mas
agora será de uma maneira mais formal”, explicou.
Outro assunto discutido no encontro foi sobre a instalação de estações automáticas de
monitoramento da qualidade da água nas Bacias PCJ, abordado por Lilian Peres
(Cetesb), coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) -Qualidade. Três estações já
foram instaladas na região: no Rio Jaguari, em Bragança Paulista; no Rio Atibaia, em
Atibaia; e no Rio Piracicaba, no Distrito de Artemis, em Piracicaba. A rede de estações
deve ser ampliada até o final deste ano, com recursos da cobrança pelo uso da água.
Segundo Lilian, está sendo elaborada uma lista de prioridades para a instalação de
futuras estações e o Rio Piracicaba está em primeiro lugar. A lista deverá ser
apresentada na próxima reunião da CT-MH, em 2 de maio. Em breve também será
disponibilizado na internet novo sistema de dados da rede automática. ““Acho que
tivemos muitos aprendizados dessas duas primeiras estações (Rios Jaguari e Atibaia),
principalmente quanto aos aspectos administrativos”, avaliou Vilella.
Durante a reunião, os membros também debateram sobre a situação dos mananciais,
Sistema Cantareira, informações dos usuários e das condições hidrometeorológicas
nas Bacias PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), além de relato de ocorrências
registradas no mês de março na região. No Sistema Cantareira, o volume total
armazenado no dia 2 de abril era 78%. Em 2023, na mesma data era de 81,8%. Em
2022, 45,3%. “Do ponto de vista de abastecimento, olhando para o Cantareira, para o
Sistema Integrado, os patamares evidentemente, para a gente que está acostumado
com patamares muito inferiores, claro que há uma situação de mais segurança hídrica.
Agora, sempre importante lembrar que o Cantareira abastece, nas Bacias PCJ, 19
municípios. Em torno de 50 municípios dependem de outros mananciais. Esses
municípios acabam sofrendo muito mais na estiagem do que aqueles que dependem
das grandes calhas influenciadas pelo Cantareira”, observou Alexandre Vilella. “A
gente está com uma condição bem mais favorável do que a gente tinha em anos
anteriores”, comentou Luís Filipe Rodrigues, segundo coordenador-adjunto da CT-MH.
Na apresentação da Sala de Situação PCJ, Karoline Dantas expôs sobre os produtos
disponíveis, chuvas/vazões em março/2024 e perspectivas para os próximos meses.
Entre os destaques estão: em março, 15 estações registraram acumulados acima da
média histórica; nas Bacias PCJ, os acumulados de chuva variaram espacialmente,
com predomínio e acumulados abaixo da média climatológica (1961-1990); os maiores
acumulados ficaram concentrados na porção mineira das Bacias PCJ e na cabeceira
do Rio Corumbataí; e o maior evento de chuva em 24 horas foi de 58,4 milímetros,
entre 0h00 de 26 de março e 0h00 de 27 de março na estação Rio Corumbataí – Novo
Batovi. Houve também uma apresentação sobre as previsões meteorológicas para os
próximos meses, pelo coordenador do GT-Previsão do Tempo, Jorge Mercanti, que
também é coordenador da CT-Indústria.
Os participantes ainda aprovaram um novo membro na CT-MH: Spal – Industria
Brasileira de Bebidas SA, que será representada por Maressa da Silva Ferreira
Carvalho (titular), Melissa Gracielle de Barros Hilário, Letícia Pissinato e Juliana Diniz
Garcia Sales (suplentes).