Assuntos foram tratados durante a 231ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico
5 de julho de 2022
Foi realizada na manhã de terça-feira, 05 de julho de 2022, a 231ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico no âmbito dos Comitês PCJ. No encontro, realizado por meio de videoconferência foram debatidos os tema previstos em pauta, entre eles a apresentação da Sala de Situação PCJ: chuvas/vazões em junho/2022 e perspectivas para os próximos meses; as previsões meteorológicas pelo GT-Previsão do Tempo; apresentação: Monitor de Secas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA; e por fim a deliberação sobre as vazões a serem descarregadas do Sistema Cantareira às Bacias PCJ em atendimento as resoluções conjuntas ANA/DAEE nº 925 e 926/2017.
No princípio da reunião Alexandre Luis Almeida Vilella (FIESP), afirmou que atualmente os rios das Bacias PCJ estão com vazões baixas em níveis para julho que seriam observados apenas no fim da estiagem, o que de certa forma gera preocupação. Por sua vez, Ricardo Ferreira Abdo, da Prefeitura de Jaguariúna afirmou que a tratabilidade da água no município ainda não se perdeu, apesar da baixa vazão no rio Jaguarí que o serve. “Ainda é possível conviver por mais que estejamos na estiagem. A questão da vazão começou a preocupar pois os índices esperados apenas para setembro e agosto já começaram a ser verificados. Não há ganho nenhum de vazão entre Buenópolis e Jaguariúna, o que indica um fator de estresse hídrico para toda a região, visto que o município registra já a vazão de 2m³/s”. E prosseguiu: “limpezas e manutenções feitas anteriormente permitem a captação de água, caso contrário a situação já estaria diferente. Ainda é muito cedo para vazões tão baixas. Acredito que os acréscimos de descarga serão necessárias, em volumes superiores a 0,25m³/s, visto que não estamos nem na metade de julho e estamos com a calha de rios bastante vazias” afirmou o representante da prefeitura.
Ao ocupar a palavra Sinézio de Toledo (Sanasa/Assemae) traçou o cenário do quadro atual para captação na ETA Capivari. “O trabalho ainda se mostra afetada em virtude de substâncias que deixam a água com odor desagradável. Mesmo com o tratamento o odor não deixa de existir. Há testes sendo feitos, mas nenhum com sucesso até o momento. Também notamos efluentes na região de Vinhedo com odor cítrico em virtude da presença de empresas de cosméticos e outros produtos químicos representando um problema o que tem demandado um trabalho intensificado para detecção e combate”, disse.
Houve na sequência a apresentação da Sala de Situação com relação a chuvas em junho de 2022 e perspectivas para os próximos meses. A apresentação foi feita POR Karoline de Goes Dantas. Dados pluviométricos e junho, a maior dos postos teve chuvas abaixo da média. No mapa de anomalia de precipitação foi verificado que nas Bacias PCJ houve predominância de anomalias negativas entre menos 25 e menos 49%. Em junho, 17 estações registraram acumulados abaixo da média histórica; Predomínio de chuvas pouco distribuídas; No âmbito das bacias PCJ, a normal climatológica período 1979-1995 não foi superada. Ao término desta apresentação a profissional Ísis Franco, da Sala de Situação PCJ comunicou o desligamento do Daee após 11 anos de serviços prestados. Os membros da reunião teceram palavras elogiosas referentes ao seu trabalho e fizeram votos de prosperidade e sucesso em sua nova empreitada profissional.
Ocorreu também, ainda na questão climatológica, a fala de Jorge Mercanti (GT-Previsão) que apresentou dados da previsão que indica tendencia de chuva apenas a partir de setembro em virtude da prevalência da estiagem causada, entre outros fatores, pelo fenômeno La Niña.
Logo depois ocorreu a deliberação sobre as vazões a serem descarregadas do Sistema Cantareira para as Bacias PCJ ficando estabelecido os seguintes volumes: Cachoeira com a manutenção dos atuais 6 m³/s; Atibainha permanecendo com os 4,5 m³/s; e Jaguari/Jacareí sendo elevado dos atuais 1 m³/s para 1,25 m³/s.
Momento elevado prestígio ao encontro foi verificado durante a apresentação do Monitor de Secas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico por Priscila Monteiro (Monitor de Secas- ANA). Em linhas gerais, a mensagem da peça teve como mote: “A seca é uma doença crônica, para a qual a chuva é o remédio esperado. Porém, quanto mais grave (intensa), maior a dose (volume) requerida. O tempo do tratamento varia caso a caso, segundo o histórico (dados) do paciente (lugar afetado). O acompanhamento contínuo é vital enquanto durarem os sintomas (impactos), mas também recomendado para prevenção de novas crises”.
A próxima reunião da CT-MH está agendada para 03 de agosto de 2022. (FF)