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CT-MH discute início do período seco e define vazões de descarga do Cantareira para as Bacias PCJ

Reunião analisou também os dados hidrológicos e discutiu impactos do período seco nas Bacias PCJ

1º de junho de 2023

A 242ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH), dos Comitês PCJ, foi realizada na manhã de quinta-feira, 1º de junho de 2023 por meio de videoconferência e teve como tema principal a discussão sobre o início do período seco, iniciado exatamente naquela data.. Durante o encontro, foram deliberadas as vazões a serem descarregadas do Sistema Cantareira para as Bacias PCJ, além de apresentar dados de ocorrências registradas no mês de maio, fazer um balanço do período úmido 2022/2023 e discutir as previsões meteorológicas e perspectivas para os próximos meses.

O coordenador da CT-MH, Alexandre Vilella, abriu a reunião destacando a importância histórica do dia, por marcar o início do período seco. Ele ressaltou o aprendizado adquirido desde o início da outorga em 2017 e os frutos colhidos até o momento. Vilella considerou a outorga do Sistema Cantareira um grande case no país, porém, ressaltou que sempre há espaço para aprimoramentos.

Na sequência, Vilella apresentou os dados de vazão dos rios que compõem as Bacias PCJ. Ele informou que o Sistema Cantareira está operando com 84,3% de sua capacidade, o que indica uma situação de risco “Normal”. No mesmo período de 2022, o volume era de 41,6%. Os dados apresentados foram: Q nat: 36,37m³/s (volume entrando); Qps: 0 m³/s – V.U. 94%; Q Jus de 7,75 m³/s (volume de saída). A saída para São Paulo é de 23,59 m³/s. O sistema integrado da Região Metropolitana de São Paulo está com 82,4%, enquanto no mesmo período de 2022, o volume era de 56,8%.

Vilella também ressaltou a extensão das Bacias PCJ, que abrangem 76 municípios, sendo que apenas 19 deles são beneficiados pelas descargas do Sistema Cantareira. Ele ressaltou a importância de manter um olhar atento para as cidades que não são servidas pelo Cantareira, pois embora sejam 19, abrigam a maior parte da população das bacias.

Em seguida, a engenheira Karoline Dantas apresentou os dados da Sala de Situação PCJ/Daee, seguida pela apresentação dos dados hidrometeorológicos feita por Jorge Mercanti, coordenador do GT-MH. Mercanti destacou que há uma tendência de manutenção das vazões elevadas devido às recentes chuvas, mas previu uma redução devido ao início do período de menor precipitação. Quanto à previsão de chuvas, ele ressaltou a influência do El Niño no país e observou que há pouca previsão de chuvas acima da média na região das bacias PCJ, o que requer atenção por parte de todos.

Marco Jusevicius, meteorologista do Simepar, alertou para a necessidade de cautela com relação a alarmes exagerados encontrados em redes sociais, especialmente aqueles relacionados a El Niño “ultrafortes”. Ele enfatizou a importância de não compartilhar informações falsas e destacou que embora o El Niño exista, não há dados científicos que comprovem impactos intensos ou catastróficos no curto prazo, como alguns comentários sugerem.

Por fim, ocorreu a deliberação sobre as vazões a serem descarregadas do Sistema Cantareira para as Bacias PCJ durante o período seco. O comunicado da CT-MH ao Daee estabeleceu os seguintes indicadores: Cachoeira de 5m³/s para 3 m³/s; Atibainha de 1,5 m³/s para 1 m³/s; e Jaguari/Jacareí, que manteve a descarga de 0,25 m³/s. A próxima reunião da CT-MH está agendada para o dia 5 de julho e também será realizada por videoconferência.

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