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GT-Estiagem debate sobre gestão do Sistema Cantareira no período seco

Ações do plano de trabalho também foram discutidas pelo grupo

14 de outubro de 2022

Um dos assuntos debatidos na 4ª reunião do GT-Estiagem foi a gestão do Sistema Cantareira durante o período seco, atividade que está sob a responsabilidade dos Comitês PCJ. O encontro ocorreu nesta sexta-feira, dia 14 de outubro, por meio de videoconferência.

O coordenador da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH), Alexandre Vilella, destacou o desafio dos Comitês PCJ ao fazer a gestão de descargas do sistema Cantareira em direção às Bacias PCJ durante a estiagem. “Se somarmos a extensão dos rios da bacia que estão ligados ao sistema Cantareira temos quase 600km de rios, o que representa um desafio gigantesco. Um dos maiores aspectos desse desafio se dá no que diz tempo de trânsito da água, que pode levar de poucas horas, para aqueles localizados próximo ao ponto de descarga, chegando a 24 ou 25 dias para que essa água chegue à foz do rio Piracicaba. Comparativamente, a missão é como manobrar um transatlântico. Decisões que tomamos hoje podendo levar muitos dias até que seus resultados sejam efetivamente verificados. E a cada ano nos deparamos com um desafio diferente, com suas particularidades e características que são bastante variáveis”, disse.

Vilella também informou os dados da utilização da cota para descarga do Sistema Cantareira às Bacias PCJ que, conforme análise, pode atingir seu volume total previsto antes do encerramento do período seco, em 30 de novembro de 2022. “Temos que analisar todas as possibilidades, e num olhar pessimista, no qual teríamos zero chuva, ou chuvas abaixo da média teremos a necessidade de até 48hm³, sendo que temos disponíveis 36hm³. Faltariam, portanto, 12 hm³. Uma alternativa seria adiantarmos o início do período úmido, medida que já foi adotada anteriormente. No entanto, numa análise mais racional, podemos considerar que temos chuvas previstas até o fim do período seco, o que pode aliviar um pouco no encerramento do ciclo de estiagem, permitindo uma utilização da cota dentro do prazo”, afirmou.

André Navarro, secretário executivo do CBH-PCJ e PCJ FEDERAL, também abordou em sua fala o desafio da gestão dos recursos durante a estiagem. “Diante do exposto pelo Alexandre [Vilella], nos últimos dois anos, diante da possibilidade do encerramento da cota antes do fim do período seco, os Comitês PCJ encaminharam ofício ao DAEE e ANA, solicitando liberação de volume extra conforme as regras operativas do Sistema Cantareira. Nesse ano, a partir das observações, esta hipótese já foi novamente foi levada, pois foi considerado prudente adiantarmos na discussão do assunto. Assim, entendeu-se a importância do encaminhamento de ofício aos órgãos gestores apresentando a solicitação de liberação extra da cota inicialmente prevista. É possível que os 12 dias faltantes não serão realidade, podendo ser um número menor, mas a solução dada no passado, com a antecipação do início do período úmido, não entendemos ser esses 12 dias algo problemático”, disse Navarro.

Durante a reunião, houve relatos de ocorrências de estiagem nas Bacias PCJ e sobre “gargalos” existentes e que precisam de novas soluções. Uma das soluções na qual os Comitês PCJ devem investir é em um estudo de alternativas de melhoria do escoamento nas calhas de rios das Bacias PCJ, como o Rio Atibainha e o Rio Cachoeira.

Outro item tratado no encontro foi sobre o acompanhamento das condições hidrometeorológicas e perspectivas futuras. A apresentação foi feita pelo coordenador da Sala de Situação, Rafael Leite. Ele destacou que a chuva em setembro foi bastante significativa. “A chuva esperada foi atingida e superada em muitas das estações das Bacias PCJ”, comentou. Em outubro, que ainda está na metade, a boa parte da chuva atingiu 50% do valor que era esperado. Ele ressaltou que as chuvas do período seco de 2022 foram bem mais abundantes – ficou próximo da média histórica – do que em relação ao ano passado. Isso fez com que as vazões da maioria dos rios das Bacias PCJ estejam melhores do que nos últimos três anos.

O grupo também debateu sobre a execução de ações do Plano de Trabalho da “Operação de Estiagem PCJ-2022”. Uma delas foi o webinário “Segurança Hídrica nas Bacias PCJ”, realizado em 14 de setembro e os boletins informativos mensais.  O assessor de comunicação da Agência das Bacias PCJ, Everton Campos Quiararia, também detalhou as ações realizadas pelo setor, como a elaboração e a divulgação das cartilhas sobre o uso eficiente da água, anúncio na TV, vídeo e divulgação sobre o webinário.

Houve ainda relato sobre uma articulação com usuários da Bacia do Rio Jundiaí, organizada pelo Consórcio PCJ a pedido do SAAE Indaiatuba, sobre poluição difusa e o tratamento realizado nas ETAs e nas ETEs.  No dia 21 de setembro, foi feita uma reunião de diálogo e interlocução com representantes de municípios usuários da Bacia do Rio Jundiaí. A próxima reunião do grupo será no dia 21 de outubro, com representantes da ARES-PCJ e ARSESP. “Estamos todos falando a mesma língua”, ressaltou Francisco Lahóz, secretário-executivo do Consórcio PCJ, que destacou o Plano das Bacias PCJ 2020-2035.  O coordenador da CT-MH, Alexandre Vilella, defendeu que o GT-Estiagem faça um encaminhamento à CT-PB para discussões do financiamento reembolsável em apoio à modernização das ETAs.

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