225ª Reunião Ordinária ocorreu de forma virtual e avaliou dados de vazão e precipitação na Bacia PCJ
12 de janeiro de 2022
Cerca de 60 participantes, entre membros e convidados, acompanharam a 225ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH). O evento ocorreu na manhã do dia 12 de janeiro de 2022, por meio de vídeoconferência. Entre os principais temas debatidos, estiveram a situação dos mananciais, do Sistema Cantareira, informações dos usuários e das condições hidro meteorológicas.
Ainda no início do encontro foram apresentados dados da análise de vazão dos rios da bacia com a constatação de que os mesmos estão dentro dos padrões de normalidade. A explicação para os indicadores decorre das chuvas, fazendo com que as vazões dos mananciais em janeiro variem de forma significativa, porém, o saldo é positivo. Ainda assim, o índice de reservação do Sistema Cantareira é considerado baixo, cerca de 10% inferior ao verificado no mesmo período do ano passado.
Sobre a previsão de precipitação na região das Bacias PCJ, está mantido o sinal de alerta no que diz respeito ao volume hídrico estocado. “Quando se fala em Sistema Cantareira, a palavra ‘tranquilidade’ nunca existirá. Hoje (12/01/2022), o nível é de 28%, sendo que o ideal seria um patamar de 50 a 60%. Prevalece uma situação desconfortável, muito dependente das chuvas que virão, mas precisamos que cresça o volume para ‘sobrevivermos’, especialmente a partir do mês de abril”, destacou membro da CT-MH.
Isis Franco, do Daee, salientou a ocorrência de anomalia negativa nas precipitações na região das Bacias PCJ com variação de -50mm a -100 mm. “Em termos de chuva, tivemos eventos significativos concentrados em poucos dias, entre 14 a 30/12, tivemos chuvas mais distribuídas na bacia”. Segundo Isis, a ocorrência de chuvas foi de poucos dias com precipitação tida como significativa. “Ao longo de dezembro, na média, na maior parte dos postos de medição, em 20 dias não houve chuvas, e nos demais, de 10 a 12 dias, houve chuvas volumosas muito pontualmente, o que ocorreu um dia apenas. Os índices indicam que o ano de 2021, foi, exceto 2014, o de menor índice de vazão anual afluente no Sistema”, afirmou Isis Franco.
Com relação a meteorologia, Jorge Antonio Mercante (Ciesp/Campinas) apresentou gráficos indicando a ocorrência de chuvas na região sudeste do país. “Verificamos nas cartas meteorológicas a possibilidade de chuvas para os meses de fevereiro e março de 2022. As temperaturas estarão amenas e de modo geral a previsão é para manutenção nas condições atuais, sem nenhuma ocorrência de destaque a curto prazo”, afirmou. Quanto às chuvas, ele afirmou haver previsão de precipitações, porém, em volumes dentro do padrão. “Chuva vai ter, mas sem previsão de nada muito significativo para a região das bacias (PCJ). Em linhas gerais, a notícia não é nem boa e nem ruim. Pode ser que tenhamos um primeiro trimestre chuvoso, com precipitação acima da média”, afirmou Mercante.
NOVO COMITÊ TÉCNICO – Outra questão tratada no encontro foi a resolução Sima nº 146, de 27 de dezembro de 2021, que instituiu o Comitê Técnico para avaliar o Sistema de Abastecimento da Região da Macrometrópole Paulista. Tal comitê visa analisar e acompanhar as medidas implantadas e em implementação, do Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos que busca garantir o suprimento de água bruta, sob o enfoque de segurança hídrico e de aproveitamento integrado de recursos hídricos. No entendimento do grupo (CT-MH), verificou-se de fato a preocupação com efeitos prolongados da estiagem verificada desde 2020, e mantida em 2021. Tais argumentos justificam a constituição do Comitê Técnico para realização de medidas a serem colocadas em prática ainda em 2022, ação com visão plurianual nesta questão.
INFORMES
Representante do Semae Piracicaba, Ivan Canale apresentou dados especialmente relacionados aos Rios Corumbataí e Piracicaba, mananciais responsáveis pelo fornecimento de 60% e 40%, respectivamente, do abastecimento de água para o município. Canale afirmou que, após período de elevada turbidez no Piracicaba, na segunda quinzena de dezembro de 2021, a situação foi normalizada. “Na virada do ano (2021/2022), com as chuvas, verificamos um aumento da turbidez, apesar de a vazão estar adequada. Durante análises na captação do Piracicaba, em meados de dezembro, foi detectada a presença de cianobactérias antes das chuvas do período de Natal, em níveis elevados, um dos maiores já vistos, na água bruta. Mas depois que vieram as chuvas, a vazão aumentou e a concentração das cianobactérias caíram para baixo dos limites da portaria. Felizmente, misturamos a água do Piracicaba com o Corumbataí, assim não havendo nenhum comprometimento da água tratada”, disse.
Ainda em âmbito regional, membro da Sanasa Campinas relatou que, devido ao baixo volume do Rio Capivari, em Campinas, e a consequente baixa qualidade da água, a ETA Capivari, teve que parar de operar temporariamente. Agora, porém, de acordo com Sinézio Toleto, servidor da autarquia, o tratamento e distribuição realizado no local está prestes a ser retomado. “Isso é bom porque ETA não pode ficar parada pois surgem diversos problemas pela ociosidade. Atualmente já é possível tratar e distribuir a água. Por isso estamos fazendo os ajustes finais para iniciar a distribuição, o que deve ocorrer em breve”, afirmou Toledo.
Ao término do encontro foi informado que a próxima reunião do CT-MH ocorrerá em 03/02/2022, por videoconferência.